Campus Petrolina Zona Rural
Esperançar um mundo sem desigualdades, onde o acesso à alimentação não seja compreendido como um cenário impossível. Foi assim, inspirado nas memórias de uma infância desafiadora, observando os cultivos em um campo de terras secas do longínquo 5º Distrito de Serra Talhada, chamado Lagoa da Pedra, sertão pernambucano, que nasceu a inspiração para o Projeto “Nas Ramas da Esperança. Em sua primeira inspiração, a busca pela recuperação do potencial produtivo já era um dos principias focos a serem observados. Os solos secos e rasos do sertão pernambucano, oriundos de uma ação de devastação (por desmatamentos e ou uso excessivo de sais, uso de madeiras para carvoaria, ou outros processos de degradação antrópica), precisavam de um olhar atento que compreendesse que não desenvolvêssemos tecnologias para recuperação do potencial produtivo dos solos, de nada adiantaria cultivar. È necessário trazer de volta a vida ao ambiente, para compor um grande berçário de fertilidade, para que tenhamos uma agricultura produtiva, sustentável, e que respeita o meio ambiente. Assim nasceu a Tecnologia Social de "Vivificação de Solos em Regiões Semiáridas do Sertão Pernambucano como Estratégia de Recuperação do Potencial Produtivo de Áreas Degradada”, como componente do projeto maior “Nas Ramas Da Esperança”, que tem como foco maior o combate à pobreza extrema no estado de Pernambuco por meio da produção de alimentos biofortificados. O laboratório vivo de produção e desenvolvimento de tecnologias sociais está localizado em uma área de 1,5 hectares, no Campus Petrolina Zona Rural do IFSertãoPE, Petrolina, PE. As ações do projeto que existiam de maneira localizada, foram impulsionadas com o advento da pandemia da COVID-19, que trouxe um rastro de miséria não apenas para o Brasil. Agricultores que tiveram que retornar aos seus “quintais”, se depararam com a dura realidade da infertilidade das suas áreas. Seus solos não produziam mais. E como sobreviver em um período de crise extrema, com o aumento do preço dos alimentos e ao mesmo tempo um cenário de escassez? Foi em meio a esse contexto que o projeto ganhou relevância e passou a exportar tecnologias sociais de produção de alimentos biofortificados, e, principalmente, tecnologias de recuperação do potencial produtivo de áreas degradas por meio das técnicas de Vivificação dos Solos”. A técnica consiste em reproduzir um fenômeno natural de decomposição dos materiais vegetais, por meio de uma compostagem natural, montada diretamente sobre a área que se pretende recuperar, com a aplicação em camadas de material rico em carbono, nitrogênio (leguminosas), caldas e bioativadores, considerando que todo esse material é resíduo, existente em cada localidade em que a tecnologia foi implantada. Como resultados, a final de 2023, o projeto foi incluído na Rede BioFort de alimentos biofortificados e foi finalista do Prêmio Pacto Contra a Fome – ação financiada pela UNESCO. Atualmente, a tecnologia está sendo replicada em campo com sucesso, recuperando o potencial produtivo das áreas e levando dignidade aos homens e mulheres do campo. Após a recuperação das áreas, o agricultor/a pé estimulado a implantar cultivos de alimentos biofortificados, adaptados às condições de cultivo da região. Atualmente, estão disponíveis 22 variedades de quatro culturas: batatas-doces, feijão, milho e mandioca, todas elas biofortificadas. Como resultados alcançados, foram doadas 350mil mudas e 21ton. de alimentos; 1305 agricultores/as cadastradas em mais de 60 associações. Além disso, as ações do projeto estão presentes em 125 municípios nos estados de PE, BA, CE, SE, AL, PB, PI, PA e MG, confirmando a missão de levar esperança em forma de alimentos para a mesa das famílias carentes e em situação de insegurança alimentar.
Temas:
Alimentação
Meio ambiente
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