Problema Solucionado
O Noosfero surge por conta da necessidade de uma plataforma multimídia com licença livre que viabilize a criação de redes sociais para emancipação tecnológica e comunicacional na Internet de territórios, pontos de cultura, instituições educativas, organizações e empreendimentos solidários. Para isso, reúne diversas funcionalidades que permitem que coletivos e instituições tenham seus próprios provedores de rede social, com total autonomia sobre sua rede, controle em relação aos dados gerados, além de garantia da segurança e confidencialidade de suas informações.
A proposta do Noosfero é que coletivos e organizações deixem de ser simplesmente consumidores de serviços de redes sociais proprietárias e tenham um sistema de produção da sua própria rede social, com autonomia e licenças livres, já que serviços de redes sociais corporativas são redes privadas transnacionais, com interesses comerciais e que aplicam seus próprios termos e condições sem transparência ou consonância com os interesses públicos locais. Dessa forma, qualquer indivíduo, coletivo ou organização pode ter ou integrar uma rede social autônoma, contribuindo colaborativamente no desenvolvimento da plataforma.
Descrição
O Noosfero é uma plataforma livre para construção de redes sociais autônomas, com características que permitem fácil adaptação para as mais variadas necessidades de comunicação das mais diversas temáticas, sejam redes econômicas, educacionais, de participação social, de pontos de cultura, de observatórios do trabalho, intranets, provedores de blogs, etc. Com o Noosfero, a organização deixa de ser apenas usuária de serviços proprietários e passa a ser provedora de uma rede social.
O foco de uma rede social Noosfero é a produção e publicação de conteúdo multimídia, tudo que é inserido na rede é compartilhado colaborativamente e de forma descentralizada. Além do recurso de rede social, permite que cada perfil tenha autonomia sobre seu conteúdo e recursos de blogs, vídeos, fóruns, agenda, layout próprio, mural de recados, chat.
A concepção do Noosfero se deu em 2007 por meio de uma consulta do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) para a Colivre, após 1o mapeamento de economia solidária no Brasil (2005), que queria potencializar o uso das informações obtidas para que elas servissem para construção de política públicas, pesquisa universitária e fortalecimento das ações do movimento de Ecosol. Para atender a demanda do FBES a Colivre propôs a criação de uma plataforma livre para construção de uma rede social e econômica e, ao mesmo tempo, contribuir para constituição de redes e cadeias solidárias entre os empreendimentos no Brasil. Simultaneamente, em agosto de 2007 a Ynternet.org (fundação suíça sem fins lucrativos) procurou a Colivre para criação de uma plataforma para publicação de conteúdo digital por usuários de projetos de inclusão digital na África e em universidades europeias. Percebendo a convergência entre os projetos, a Colivre propôs a criação de uma plataforma comum para potencializar os recursos, expertises e saberes. Desde o início do processo a Colivre definiu que essa tecnologia adotaria licença livre e também o modelo de desenvolvimento tecnológico aberto e colaborativo de comunidades internacionais de software livre. Logo depois, se juntaram ao processo a Associação Software Livre.org (ASL), que visava montar uma rede social para os Projetos de Software Livre do Brasil, e o Instituto Paulo Freire (SP) que desejava realizar um sonho de Paulo Freire: criar uma rede social para conectar pessoas, instituições e projetos que adotam o seu método na Educação. A primeira versão do Noosfero foi lançada em 29 de maio de 2009, durante o III Encontro Nordestino de Software Livre e o IV Festival de Software Livre da Bahia, juntamente com as três primeiras redes: Software Livre Brasil ligado a ASL.org, Rede Unifreire do IPF e Cirandas.net do FBES. O processo de desenvolvimento do Noosfero se dá quase que exclusivamente pela internet através do site http://noosfero.org, ambiente digital cedido pela Colivre onde todo o processo de criação é aberto, dentro de critérios e padrões internacionais de uma comunidade de software livre. O Noosfero surge com o objetivo de ser uma plataforma web livre que viabiliza tecnologicamente a criação de redes de mídia livre para emancipação tecnológica e comunicacional na Internet de territórios, pontos de cultura, instituições educativas, organizações e empreendimentos solidários. Para isso, reúne diversas funcionalidades voltadas tanto para redes sociais quanto gestão de conteúdos como: fóruns, blogs, galerias de imagens e vídeos, agenda de eventos, mural de recados e atividades, instant messenger, perfis de comunidade e empreendimentos com e-commerce, categorização de conteúdos, dentre outras. Além disso, o Noosfero provê a autonomia sobre cada rede, controle em relação aos dados gerados, além de garantia da segurança e confidencialidade de suas informações. O trabalho colaborativo está na gênese do Noosfero, onde todos os atores sociais envolvidos no processo têm a possibilidade de acessar, usar, produzir e compartilhar livremente as informações - seja em termos de códigos ou conteúdos. Isso possibilitou que instituições como a Universidade de Brasília, Universidade do Estado de São Paulo e o Serviço Federal de Processamento de Dados fizessem parte da comunidade de desenvolvimento do Noosfero e se tornassem parceiras da Colivre. Isso ocorre em diferentes dimensões, por exemplo, a partir de ciclos mensais de desenvolvimento colaborativo de novas versões do software, com a participação da comunidade Noosfero na construção de novas redes sociais e também na dimensão da participação na produção de conteúdos, fomentando a construção coletiva de textos e artigos multimídia, a participação em fóruns temáticos, a divulgação e compartilhamento de informações entre toda a comunidade de forma fácil e horizontal. Além disso, acontecem alguns encontros presenciais para discutir usos e melhorias na plataforma, como o Encontro Comunitário Noosfero, que teve várias edições durante o Fórum Internacional de Software Livre (Fisl) que acontece anualmente na cidade de Porto Alegre
Recursos Necessários
Para instalar uma rede social Noosfero é necessário contratar um servidor de hospedagem, ou caso a pessoa ou organização queira ter um servidor próprio é necessário um computador com pelo menos 8GB de memória RAM, com 2 cores de processamento, 30 GB de armazenamento e sistema operacional Debian GNU/Linux e conexão com Internet banda larga.
Resultados Alcançados
Após oito anos de existência, o Noosfero já é utilizado por organizações, coletivos, empreendimentos e usuários situadas em todos os estados e regiões do país por meio de projetos como o Cirandas.net, Rede Escambo.org; Rede SoftwareLivre.org; Blogoosfero.cc, entre outros. Inclusive, fora do país, que além de Alemanha e Suíça, já é usado até por uma rede Japonesa chamada World Museum Project e por uma rede internacional de educação artística chamada Another Rodmap for Arts Education. Por ser um projeto de software livre permitiu que outras organizações que se beneficiam da plataforma pudessem fazer parte da comunidade de desenvolvimento da ferramenta, como é o caso da USP, da UNB, do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Esse ecossistema de colaboração permitiu autonomia tecnológica a essas e outras organizações além de possibilitar o desenvolvimento do Noosfero dentro das melhores práticas e critérios internacionais de software livre. A dinâmica de produção do software livre e a lógica de produção da economia solidária (Ecosol) e da cooperação de diversas organizações fomenta novas relações econômicas. O projeto Noosfero permitiu a viabilidade econômica da Colivre enquanto empreendimento solidário e o fortalecimento do movimento de Ecosol no Brasil através da rede Cirandas.net.
Do ponto de vista estatístico, temos os seguintes números dentro dos ambientes que estão públicos na comunidade Noosfero: 8,9 mil pessoas ligadas aos grupos de usuários, desenvolvedores, ONG's e ativistas pela liberdade do conhecimento na Rede Software Livre.org; 5,1 mil usuários e mais de 200 comunidades da rede social provedora de blogs Blogoosfero; 10 mil usuários e 702 empreendimentos solidários no Cirandas.net de todos os estados e regiões do país; 91,3 mil usuários,ligados à Universidade de São Paulo (USP) que integram a rede Social STOA; 900 alunos das 7ª e 8º série de escolas da rede pública de ensino da Bahia que integram o projeto TecCiência; 190 jovens entre 12 e 18 anos em situação de risco em Porto Alegre (RS) que utilizam o ambiente virtual de aprendizagem (http://ur1.ca/ekztj); 12,3 mil usuários ligados à Universidade Católica do Salvador; 298 usuários e mais de 100 cooperativas da Rede Olá: A Rede Social Cooperativista; 2371 usuários e 235 comunidades da rede nacional de participação social Participa.br;
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