Objetivo
Implementar o processo de inclusão digital do Projeto Ecograna do Instituto Arapoti por meio de elaboração e disponibilização de aplicativo gratuito denominado “Ecograna”.
Validar a tecnologia social com o método utilizado para a moeda social Ecograna como ferramenta de inclusão social visando a escalabilidade do negócio de impacto social e a migração para o formato digital.
Problema Solucionado
O Edital que rege o certame define tecnologia social nos seguintes termos:
Tecnologia Social compreende “produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social”. É um conceito que remete para uma proposta de desenvolvimento que considera a participação coletiva no processo de organização, desenvolvimento e implementação de soluções para problemas sociais. As Tecnologias Sociais aliam saber popular, organização social e/ou conhecimento técnico-científico, tendo presente princípios de autogestão, protagonismo social, respeito cultural, cuidado ambiental e solidariedade econômica. Importa essencialmente que sejam efetivas, reaplicáveis, proporcionem desenvolvimento social e que possam ser adaptadas a diferentes realidades.
Sendo assim, o Projeto Ecograna nasceu de uma preocupação com o meio ambiente e buscou aliar economia criativa e solidária de forma a gerar renda e movimentar a economia local. Acrescentou-se a esse processo a possibilidade de ofertar produtos orgânicos da horta comunitária para a população local como forma de melhorar a qualidade de vida com produtos nutritivos e saudáveis bem como abastecer comércios locais (bares, restaurantes) com produtos a preços módicos que podem ser incorporados como ingredientes nas suas receitas. Ainda poderá reduzir o desperdício, fortalecer a economia local, gerar conscientização ambiental e em última instância tornar-se uma moeda social espalhada no Distrito Federal e no Brasil.
Inovação Social: o projeto Ecograna é uma forma de promover a inclusão social por meio da economia solidária e da conscientização ambiental ao receber recicláveis elegíveis que gerarão créditos em forma de Ecograna os quais podem ser usados nos pontos credenciados ou na Horta Comunitária mantida pelo Instituto Arapoti e a comunidade promovendo assim inclusão por meio de valorização da pessoa humana com trabalho digno, geração de renda e melhoria na qualidade de vida. E mais: proporcionar segurança alimentar pela oferta de produtos orgânicos a preços módicos a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Assim é contemplada toda uma cadeia produtiva: produtores de resíduos – catadores – Instituto Arapoti (receptor de resíduos e emitente do Ecograna) – cooperativas de reciclagem e comércio local (adesão e consumo de produtos da Horta Comunitária) fortalecendo a economia solidária, criativa e a conscientização ambiental e valorizando os catadores e pessoas em situação de vulnerabilidade.
Nível de interação com a comunidade; a comunidade da RA do Guará ao tomar conhecimento do projeto Ecograna se identifica e procura participar. Isso é demonstrado ao longo do tempo pelo número de atendimentos realizados e do montante arrecadado e vendido à Cooperativa de Reciclagem. Entretanto é preciso que mais pessoas tomem conhecimento de tais práticas e possam participar gerando engajamento social e a participação mais efetiva. Isso somente poderá ser feito por meio de ampla campanha de divulgação na localidade em especial.
Efetividade; os impactos na comunidade são vários e podem ser exemplificados com a conscientização ambiental, com a divulgação de informações sobre os cuidados com o meio ambiente; com a retirada de resíduos sólidos do local e a correta destinação gerando receita para lastrear a moeda social e principalmente na interação com os voluntários nos dias de troca permitindo que a troca de recicláveis por Ecograna gera poder de escolha, dignidade e a possibilidade de consumir produtos orgânicos de qualidade, frescos e com melhores teores de vitaminas, sais minerais e nutrientes para os que optarem por adquirir os produtos da Horta Comunitária.
Nível de sistematização da tecnologia; A metodologia e as ações adotadas para o projeto Ecograna embora alinhadas à sustentabilidade carecem de investimentos a fim de otimizar, modernizar e digitalizar processos. Todo o processo ocorre praticamente de forma manual e enseja retrabalho, menor eficiência e efetividade além de acurácia reduzida. Para exemplificar a situação há de se mencionar que a balança para pesagem é pequena e não comporta grandes quantidades de resíduos o que gera lentidão no recolhimento dos resíduos; temos apenas um notebook e utiliza-se uma planilha simples do programa Excel para contabilizar as entradas de materiais e as saídas de Ecograna em uma barraca improvisada contendo mesa e cadeira em situação precária para receber os materiais e promover as trocas. Porém as cédulas são em papel, os controles feitos à mão e corre-se o risco de perder informações em caso de quebra do notebook ou de falta de energia. Ao promover a digitalização do processo por meio de tecnologias como o blockchain, por exemplo, o Ecograna poderá vir a ser uma criptomoeda social que futuramente e hipoteticamente servirá inclusive como um modelo de negócio que permitirá fomentar empréstimos e financiamentos para a população carente usando a reciclagem como força motriz para que tais pessoas possam empreender e buscar novos horizontes com recursos advindos da venda dos recicláveis. Assim, tais pessoas poderão financiar estudos, abertura de empresa, cursos de formação ou de aprimoramento podendo aprender novas profissões ou mesmo custear despesas com educação de seus dependentes. Tudo isso aliado à acompanhamento e orientação de profissionais que poderão sugerir formas de investimento e dar dicas de educação financeiras para esse público. Portanto o nível de sistematização é baixo mas com grande potencial de crescimento.
Capacidade Técnica e experiência da instituição; o Instituto Arapoti vem há mais de 2 anos promovendo o dia de troca na Horta Comunitária do Guará e possui em seu corpo técnico profissionais das áreas de Engenharia Agrônoma, Direito, Ciências da Terra entre outras, além dos voluntários que emprestam seus saberes a fim de prestar serviços de qualidade para a população local.
Descrição
O Projeto Ecograna tem como objetivo principal ser o ponto que conecta o cidadão à gestão de resíduos, por meio da integração entre empresas, moradores e cooperativas do DF, contribuindo assim para a diminuição da destinação de resíduos de forma equivocada e contribuindo para a reciclagem e o reuso de materiais.
Para que o projeto pudesse ser iniciado foram definidos alguns parâmetros, como a frequência de realização dos eventos de coleta, local para realização e armazenamento de materiais, parceiros de trocas da moeda social, tipos de materiais economicamente viáveis para o projeto, outros parceiros para divulgação e repasse de materiais não economicamente viáveis para o projeto (reuso) e empresa de reciclagem parceira para a coleta de materiais (reciclagem).
Sendo assim, a cada 15 dias (sempre em sábados alternados), a equipe do projeto se reúne em um posto de coleta e pesagem de resíduos localizado na Horta Comunitária do Guará. Os voluntários são preparados para fazer o recebimento dos resíduos recicláveis, separar de acordo com a segregação de tipos de materiais, pesagem por tipo, registro em planilha e distribuição da moeda ecograna para o participante em questão.
Após o recebimento do material e entrega da moeda, o processo toma duas direções diferentes: o gasto da moeda e o repasse dos materiais recebidos. A primeira parte é com o participante que está com a moeda ecograna, e deve utilizá-la nas empresas locais cadastradas. Dentre esse comércio temos: padarias, brechós, tabacarias, viveiros, empresas de compostagem e venda de produtor orgânicos. Após a empresa conveniada receber um quantitativo considerável de moedas ecograna, o Instituto Arapoti é acionado e realiza-se uma troca, onde o estabelecimento recebe em moeda real o valor acumulado em moedas ecograna e essas notas voltam a serem registradas no caixa do projeto para redistribuição novamente.
A segunda etapa realizada após o dia do evento, é o repasse dos materiais reciclados para as cooperativas, empresas de recicláveis e projetos parceiros. Os materiais que são economicamente viáveis são coletados pelas empresas de recicláveis e o dinheiro é repassado para o caixa do projeto, considerando os valores pré estabelecidos em cada tipo de material no fechamento da parceira. Os demais materiais recebidos são coletados pelas instituições parceiras para que sejam dadas as destinações adequadas de acordo com a gestão de cada um. Conforme o anexo intitulado "infográfico"
Recursos Necessários
O processo de aceleração é considerado pelo ecossistema de negócios de impacto social como um dos apoios necessários para avançar na jornada empreendedora. Dados da terceira edição Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental, conduzido pela Pipe.Lab, apontam que entre os 1.272 entrevistados, 51% estão em busca, sem obter sucesso, de aceleradoras e incubadoras; 15% já foram acelerados por mais de uma vez; e 25%, em uma única ocasião; somente 7% não estão em busca e não têm intenção. Na prática, esses porcentuais mostram a percepção que empreendedores têm da importância do processo. Entretanto no Projeto Ecograna embora consiga atingir o mínimo, ou seja, quase que para empatar na relação custo-benefício, carece de investimentos em divulgação, infraestrutura e principalmente recursos para migrar para o modelo digital (reduzindo assim a emissão de papel para fazer a cédula, informatizando os dados, informações e registros acerca dos materiais arrecadados para reciclagem, do total de insumos produzidos e vendidos na horta e do registro do público) além de pesagem e outros itens como mobiliário, pagamento de custos associados como alimentação e transporte de volutários, banners, camisetas, brindes e outros produtos que auxiliam na visibilidade e no posicionamento da marca Ecograna. A ideia é fortalecer o projeto com divulgação, ampliar o tempo de atendimento e criar implantar e disponibilizar o aplicativo Ecograna para uso gratuito ao usuário final.
O recursos materiais necessários para a implementação do Projeto Ecograna são: 1) Aquisição de balança para pesagem compatível com a demanda estipulada como meta ( no primeiro ano dobrar as atuais 21 toneladas – aumento de 100%; visando chegar a 100 toneladas/ano (sustentabilidade do negócio); 2) Investir em divulgação e criar mecanismos atrativos para adesão de comerciantes locais como pontos credenciados a receber o Ecograna (atingir a totalidade do comércio local do Guará-DF no primeiro ano e ir expandir para as adjacências até cobrir o DF por inteiro); 3) Aquisição de mobiliário e equipamentos para atender a comunidade (mesas, cadeiras, insumos de escritório, notebooks, tenda e internet); 4) viabilizar a implantação de aplicativo denominado Ecograna, disponível de forma gratuita para o público e que contenha as funcionalidades que permitam registrar, pagar e orientar a comunidade com relatórios, dicas, espaço publicitário (assinatura premium dispensa tal espaço); quantidade de Ecograna recebido, quantidade de material arrecadado; total de pontos credenciados e aptos a receber pagamento em Ecograna, disponibilidade de criar “conta” em estabelecimentos credenciados os quais serão abatidos quando o catatador credenciado fizer a troca de novos materiais recicláveis permitindo que tenha liquidez e possa efetuar compras sem pagar juros, por exemplo.
Resultados Alcançados
Desde sua implementação, em 2020, o Projeto Ecograna realizou diversos encontros aos sábados, pela manhã, obtendo os seguintes resultados: a) Atendimentos: Foram 1.761 atendimentos no total sendo 106 pessoas (2020); 487 pessoas (2021); 663 pessoas (2022); e 505 pessoas atendidas (até Outubro de 2023); b)Arrecadação de Recicláveis: No período de outubro de 2020 a outubro de 2023 foram arrecadadas mais de 21 toneladas de materiais recicláveis destinados corretamente à empresa de reciclagem conforme material anexado, intitulado “Quadro 1 – Quantitativo de materiais arrecadados por mês”; a fim de demonstrar o crescimento ao longo dos anos que poderia ser bem maior se alcançasse mais pessoas atraindo mais voluntários, entusiastas, parceiros e principalmente mais recicláveis elegíveis (papelão, alumínio, etc) e gerando assim lucro. c) Período de tempo: essa variável é muito importante pois ao considerarmos que o objetivo é escalar o negócio e propiciar a sustentabilidade e lucrabilidade, teríamos números mais expressivos, mais engajamento e maior volume de materiais arrecadados se tivéssemos um ponto fixo com funcionamento diário no decorrer da semana ao invés de apenas ao sábados e em meio período. Traduzindo: ao longo de 3 anos tivemos 159 sábados com 4 horas de atividades em média e atingimos esses números. Apenas para ilustrar: Se fosse possível apenas dobrar o tempo de atendimento aos sábados projetar-se-ia uma arrecadação próxima de 42 toneladas! Se fosse possível implementar um posto fixo de atendimento poderia ser atingida a meta de 100 toneladas ao ano, o que já garantiria a viabilidade, a escalabilidade e a lucratividade do Ecograna.
Público atendido
Catadores material reciclavel
Artesaos
Empreendedores
População em geral
Famílias de baixa renda
Adolescentes
Agricultores familiares
Lideranças comunitarias
Mulheres
Jovens
Tecnologias Sociais Semelhantes
Adolescentes Protagonistas
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