Problema Solucionado
A agricultura representa a principal atividade produtiva e rentável das comunidades da RDS do Uatumã, tendo importância na subsistência e alimentação das famílias. A fabricação de farinha ainda é o carro-chefe da economia da RDS.
O sistema convencional é baseado na derrubada da floresta, queima, produção e abandono da área (após o completo esgotamento do solo). As áreas abandonadas tornam-se improdutivas por anos e demoram a se regenerar, sendo normalmente dominadas por espécies vegetais que atrasam a regeneração da floresta. Além disso, a dependência de um único produto (a farinha) para gerar renda torna essas famílias vulneráveis perante o cenário econômico, aumentando a pressão sobre a floresta através de atividades predatórias.
O Programa Carbono Neutro proporciona a diversificação da produção para a geração de renda e a recuperação de áreas improdutivas, influenciando diretamente na regulação do clima, na medida em que as árvores plantadas captam carbono da atmosfera e regulam as chuvas da região.
Outro ponto importante é consolidar políticas de desenvolvimento as populações tradicionais que residem em Unidades de Conservação para que possam protagonizar a conservaç
Descrição
Com o intuito de carboneutralizar atividades antrópicas de parceiros para promover sistemas agroflorestais na RDS do Uatumã, o Programa Carbono Neutro do IDESAM oferece em seu site uma calculadora que permite a qualquer pessoa quantificar suas emissões de carbono e a quantidade de árvores necessárias para compensação dessa quantidade de gases do efeito estufa ( GEE) gerado pela calculadora, e assim, de forma voluntária e espontânea, todos podem patrocinar um plantio de árvores para famílias que residem na RDSU e assim, estar conectado a uma ou mais árvores na amazônia. O PCN também estabelece parcerias com empresas e organizações que pretendem promover compensações constantes e anuais, como é o caso da 99 Taxi, a certificadora de produtos florestais FSC e o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, entre outras.O site possui um modelo de rastreamento que permite com que as arvores plantadas sejam acompanhadas através de um código de verificação, que aponta as áreas onde as mesmas foram plantadas. Todos os
parceiros carboneutralizados recebem um selo Carbono Neutro, onde cada selo gerado correponde a um tipo de carboneutralização, seja emissões anuais, um evento específico para empresa ou pessoa física, viagens etc, onde é possível aos envolvidos associarem sua imagem como Carbono Neutro, transmitindo uma menssagem de pessoa ou instituição ambientalmente responsável e conscientes de questão ecológicas, principalmente das mudanças climáticas.
Os inventários de carbono ocorrem de forma bianual, por pesquisadores, para assegurar a quantidade de carbono pré ofertada aos parceiros .
O PCN promoveu a construção de 4 viveiros florestais na RDSU para a produção de mudas, além disso capacitou agentes agroflorestais locais em técnicas de escalada em árvores para a coleta de sementes, e agroecologia para os plantios, para que haja a geração de renda em diferentes fases dessa cadeia na reserva, da formção de mudas ao plantio, e posterior na venda de produtos oriundos dos SAFs.
Além de ser uma importante ferramenta para a recuperação de áreas improdutivas, os sistemas agroflorestais ( SAFs) utilizados pelo PCN, possui um importante papel na regulação do clima na medida em que as árvores plantadas captam o carbono da atmosfera mitigando os efeeitos das mudanças climáticas, e regulam boa parte da produção de chuvas. Os SAFs se apresentam como uma importante estratégia para a geração de renda, a medida que valorizam o conhecimento tradicional utilizando espécies nativas de valor nutricional, econômico e social para os ribeirinhos, como o cará , a mandioca e o açaí para alimentação e comercialização,e o pau rosa e a andiroba para a produção de óleos utilizados em cosméticos, além de espécies de uso madeireiro como é o caso do Ipê e o Cumaru. É de extrema importância utilizar modelos de sistemas produtivos que estejam alinhados a conservação para que se diminua a pressão sobre a floresta nas Unidades de Conservação, e possam gerar bem estar, desenvolvimento e qualidade de vida aos moradores locais e ao clima como um todo. Importante salientar também que as Unidades de Conservação são uma importante estratégia para barrar o avanço no desmatamento em áreas estratégicas.
Recursos Necessários
A tecnologia disponibilizada pelo PCN consiste na quantificação de carbono através de um inventário de emissões, implantação de SAFs com a quantidade estimada de árvores que compensarão as emissões de carbono previamente inventariadas, o acompanhamento técnico das áreas de plantio e inventário das áreas de SAFs plantadas, onde é gerado um gráfico de estoque de carbono. Nesse modelo proposto pelo PCN, os SAFsl seqüestram, após 27 anos de implantação, 333,43 tCO2.ha-1, onde estima-se uma adicionalidade de 303,43 tCO2.ha-1 após a estabilização do sistema. As empresas, pessoas físicas ou eventos que foram carboneutralizados recebm um selo Carbono Neutro conforme a natureza de sua carboneutralização. O PCN também mantém um sistema de rastreabilidade no site do IDESAM, onde é possível acompanhar os plantios dentro da RDSU.
A coleta de dados de emissão de GEE, realização dos cálculos e a forma de apresentação dos resultados seguem as orientações do guia GHG Protocol que fornece as práticas necessárias para desenvolver um inventário consistente e que mensure com eficiência o impacto que determinada atividade está gerando. Para modelar o crescimento em biomassa das espécies florestais dos SAFs, foi considerado o trabalho de Souza et al (2008), que analisa o crescimento de espécies nativas da região. OS SAFs são compostos por espécies que estão presentes na RDS e as mudas geradas em viveiros na reserva, insumos como calcário e fosfato natural são oriundos de agropecuárias.
Resultados Alcançados
O PCN existe desde 2010 e desde então, promoveu o plantio de 22.147 árvores em 27 Sistemas Agroflorestais, compensando 7.971,55 toneladas de carbono de mais de 60 parceiros, recuperando 265.764 m² de áreas degradadas na RDS do Uatumã. As árvores sao produzidas pelos ribeirinhos e plantadas consorciadas com espécies agrícolas pelos próprios comunitários, sob acompanhamento técnico e orientações de base agroecológica promovidos pelo IDESAM.
Nessa dinâmica, todo o recurso para mudas e para o plantio é destinado aos comunitários e gira dentro da RDSU. O Idesam também mantém três agentes agroflorestais, representantes e moradores dos três pólos de comunidades para atuar dentro da reserva, diretamente com as famílias envolvidas. O PCN possibilita nesse intuito, um acompanhamento técnico de outras atividades produtivas que estão sendo desenvolvidas dento da reserva, além de propagar técnicas agroecológias aos envolvidos num olhar sistêmico da unidade familiar e da reserva como um todo.
Paralelo ao trabalho de formação de mudas, plantio e manejo dos sistemas implantados, o IDESAM procura desenvolver cadeias de produtos oriundos dos SAFs implantados, estimulando a participação de jovens e mulheres como empreendedores locais.
No local onde foi construído o primeiro viveiro, no ano de 2012, e implantado o segundo SAF do PCN, funciona uma pousada de base comunitária que foi estruturada com o dinheiro obtido da venda de mudas. Atualmente essa pousada trabalha com ecoturismo e pesca esportiva e emprega outros moradores da RDSU.
O Idesam vem estruturando uma empresa que possa atuar na comercialização de óleos nobres, como a copaíba, andiroba e pau rosa, que são oriundos dos SAFs ja implantados via o Programa Carbono neutro.
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