Problema Solucionado
A partir do novo código Florestal, os produtores terão que aderir ao o Programa de Regularização Ambiental (PRA), que pretende mapear, monitorar e induzir a restauração de APPs e RLs. Considerando esse cenário, nos próximos anos ocorrerá um relevante aumento na demanda por sementes e mudas de espécies nativas, que são importantes insumos para a restauração da vegetação. O vale do Ribeira abriga o maior e mais preservado remanescente de mata Atlântica do Brasil, sendo, portanto um local com aptidão para bancos de sementes e produção de mudas nativas. A produção de mudas na região está concentrada em pequenos viveiros pertencentes a agricultores, associações comunitárias e comunidades Quilombolas.Informações sobre a localização dos viveiros produtores de mudas nativas, a capacidade de produção e a qualidade das mudas, são fundamentais para orientar os proprietários rurais que pretendem restaurar seus imóveis, bem como para direcionar as ações que visam incrementar a infraestrutura existente. A formação de uma Rede de Viveiros permite a esses produtores o aumento da visibilidade diante dos mercados, a formação de preços, lotes maiores e a perspectiva de troca de experiências.
Descrição
A presente proposta faz parte do projeto Da semente à floresta: formação de uma rede regional de viveiros de mudas e um banco de sementes florestais nativas da Mata Atlântica do Vale do Ribeira, uma ação de diagnóstico, capacitação e fortalecimento das atividades de produção de mudas desenvolvidas por comunidades no Vale do Ribeira e de mobilização social, educação ambiental e comunicação, iniciado inicialmente pelo FEHIDRO (Fundo Estadual de Recursos Hídricos), sendo resultado da parceria entre a UNESP e o Instituto Ambiental Vidágua. A demanda por estas ações foi evidenciada durante os primeiros meses da Campanha Cílios do Ribeira, desenvolvida em parceria pelo Instituto Ambiental Vidágua e Instituto Socioambiental.
Na primeira etapa foram feitas prospecções e visitas para identificação dos viveiros existentes na Região do vale do Ribeira -SP. Foram identificados inicialmente 30 viveiros pertencentes a agricultores, comunidades tradicionais (Quilombolas), associações comunitárias, prefeituras, entre outros. Em seguida foram feitas visitas a esses viveiros e aplicados questionários para avaliações sobre o sistema de produção, qualidade das mudas, dificuldades para a comercialização, documentação dos viveiros, RENASEM e nota fiscal, além da necessidade de capacitações para melhorias.
Foi realizado então o primeiro Encontro de Viveiristas, contando com a participação de 60 pessoas, sendo formada então a Rede de Viveiros de Mudas Nativas do Vale do Ribeira. Desde então, a UNESP, Instituto Vidágua, Coordenadoria de Assistência Técnica e Apoio Integral (CATI), ITESP e Instituto Florestal disponibilizaram técnicos e docentes para acompanhamento e implementação das metas. Foi criado um site www. nativasvaledoribeira.com, onde foram disponibilizados todos os endereços, telefones e informações sobre os viveiros, além de literatura disponível e eventos na área. Também foram realizadas capacitações sobre melhorias na qualidade das mudas, formação de preços, acesso a novos mercados, produção de mudas altas, formalização da atividade.
Foramo escolhidas nas comunidades, lideranças e disponibilizados seus números de telefone para facilitar a comercialização das mudas. Em caso de necessidade da formação de lotes maiores, ou com mais diversidade, os viveiristas contactaram outras comunidades também participantes para vendas coletivas. Em caso de dificuldade por parte dos produtores, foi disponibilizado o nome e telefone de um técnico da UNESP, CATI, IF, ou ITESP que já atendam essas comunidades para auxilio na comercialização. Foram disponibilizados espaços no site e telefone para novos interessados em participar da Rede.
Foi realizado um segundo encontro presencial entre os participantes para avaliação das melhorias obtidas a partir do trabalho coletivo e novas demandas.
Recursos Necessários
Impressora
Equipamento para a produção de QR Code
Mesas, Cadeiras
Computador
Telefone Celular
Resultados Alcançados
As metas previstas no projeto vêm sendo plenamente cumpridas. Entre os 30 viveiros prospectados na fase anterior, após novas visitas, constatou-se que
23 estavam em pleno funcionamento. A organização por microregiões tem sido muito proveitosa, pois permite o contato para a formação de maiores lotes e
com maior diversidade de espécies.
Nas visitas aos viveiros foram fornecidas informações sobre adubação, irrigação, fitossanidade e qualidade das mudas oferecidas, bem como da
importânica da nota fical e RENASEM para a comercialização. Atualmente, 18 dos 23 viveiros inscritos na rede tem nota fiscal.
Nesse período, semanalmente foram feitas atualizações na página da rede com eventos, literatura especializada (apostilas, livros, folders). Também foram
atualizados os endereços e telefones do viveiros, bem como as listagens de mudas disponíveis por viveiro, que é muito útil para possíveis compradores.
Nas visitas aos viveiros foram levantadas demandas para capacitações em coleta e armazenamento de sementes florestais.
Recebemos também demandas de comunidades residentes em unidades de Conservação para cursos de produção de mudas, construção de viveiros.
Esses agricultores pretendem iniciar a produção e fazer parte da Rede de Viveiros. Uma conquista obtida pela Comunidade Quilombola do Nhunguara em Eldorado – SP foi a comercialização de 100.000 mudas de plântulas para a Cati, através de uma licitação. os outros viveiros também aumentaram suas vendas e hoje existe um grupo de Whatsapp que permite um contato imediato entre os viveiristas para a formação de lotes maiores e troca de informações. A capacitação para a essa nova modalidade foi obtida em um dos Cursos propostos por esse projeto no ano de 2016. Os resultados das capacitações já se traduzem em melhorias nos sistemas de produção dos viveiros, na produção de mudas de maior porte, portanto com maior valor agregado e na melhoria das vendas. A página da Rede de viveiros tem mais de 3.000 visualizações. A Rede de Viveiros do Vale do Ribeira é hoje um instrumento real e participativo de visibilidade e melhoria do sistema de produção de mudas para
pequenos produtores da Região e, portanto é resultado do papel da Universidade em parceria com outras Instituições na melhoria da qualidade de
vida das comunidades envolvidas.
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