Problema Solucionado
FLONA Tapajós possui um potencial de utilização dos recursos naturais sustentável, tanto para fins de produtos florestais madeireiros como para produtos florestais não madeireiros, mas para explorar e comercializá-los precisava formalizar uma entidade jurídica, abrangendo as comunidades da FLONA Tapajós e proporcionando melhor qualidade de vida aos mesmos. A comunidade foi fortalecida organizacionalmente, compreendendo que o trabalho coletivo geraria melhores resultados. A floresta, que antes não parecia ter valor, passou a ser valorizada e preservada, uma vez que as técnicas de manejo florestal aplicadas neste trabalho proporcionavam sua manutenção. Desta forma, foi criado um meio para geração de renda à comunidade e, a população que antes produzia apenas para subsistência, agora esta capacitada em manejo florestal sustentável e gestão de empreendimentos.
Descrição
A Floresta no Manejo Florestal Comunitário é compreendida como um bem coletivo e que deve ser protegida por todos que habitam a Floresta Nacional do Tapajós. Portanto, para realizar o Manejo de Impacto Reduzido é necessário cumprir algumas fases na atividade. Sendo que todas as atividades tem os seus respectivos manejadores que atuam na sua realização, assim concluída, na atividade seguinte, novos manejadores darão continuidade.
Iniciando pelo planejamento das Unidades de Produção Anual - UPAs e Unidades de Trabalho - UTs através de imagens de satélites e mapas no escritório pelos engenheiros florestais, após isso, acontece a delimitação e microzoneamento da área, nessa fase os comunitários manejadores fazem o reconhecimento da área planejada no escritório, afim de verificar se a mesma está apta para realizar o Manejo, classificam as Áreas de Proteção Permanentes – APPs , reconhecem as áreas de cipós, de clareiras, e também delimitam e abrem faixas para facilitar as atividades seguintes. São envolvidos nessa atividade 2 equipes de 5 manejadores cada.
Prosseguindo vem a atividade da realização do senso 100% ou o inventário florestal 100%, aonde será feito o levantamento do potencial das espécies florestais, possibilitando o resultado para subsidiar na decisão do que será extraído e planejado no Plano Operacional Anual – POA. Atividade que envolve 2 equipes de 6 manejadores comunitários cada.
No processamento de dados é feito a determinação das espécies, número de indivíduos a volumetria que apresenta a UPA, o que deverá ser proposto para o licenciamento no POA e a possível Autorização Exploratória – AUTEX. Nessa atividade envolve 2 Engenheiros Florestais e 2 assistentes.
O Planejamento da Infraestrutura é onde 2 equipes de 3 manejadores cada, vai avaliar em qual o melhor perímetro é adequado para facilitar o trafego das estradas e pátios de colheita, otimizando o tempo e diminuindo os custos quando for realizar a construção dessas infraestruturas. Este processo é realizado após a equipe de engenheiros florestais realizar um planejamento em escritório.
Na realização da construção da infraestrutura ainda é feita por uma empresa terceirizada, mas capacitada em Manejo Florestal de Impacto Reduzido –MIR, acompanhada por 3 manejadores assistentes.
A derruba de árvores é feita por uma equipe de 1 motosserrista e 1 ajudante, atualmente sendo 10 equipes na COOMFLONA. Comunitários treinados para derrubar somente as árvores selecionadas e de valor agregado na qualidade da madeira. De posse dos mapas das quadras, os derrubadores realizam sua atividade conforme planejada.
Após as árvores derrubadas entra a equipe de planejamento de arraste, que vai identificar o melhor percurso que a skider – (equipamento florestal para arraste de tora), irá percorrer para transportar a tora até o pátio de colheita. Equipe composta por 3 membros e em um número de 2 equipes;
Sendo em seguida a equipe de arraste que entrará em operação, composta por 1 operador de skider e auxiliados por 3 Manejadores Comunitários;
Após a chegada no pátio de colheita, a tora é secciona em partes de 6 a 8 m, descrevendo o romaneio da espécie e volumetria da mesma. Nessa fase é identificado de forma real o volume da madeira em tora. È composta 2 equipes de 8 manejadores comunitários em cada.
Em seguida, na fase do baldeio, as toras são transportas para o pátio de armazenamento ou o pátio central, de onde será feito o embarque em caminhões da empresa que foi comercializada, que antes de realizar essa fase é obrigatório passar pelo posto de expedição da nota fiscal do produto. No baldeio os 2 motorista são manejadores comunitários e na expedição das noras fiscais são 4 manejadores comunitários.
Recursos Necessários
Os materiais necessários para cada atividade são:
- Para a delimitação da área: bússola, GPS, fita métrica, facão, equipamentos de proteção individual, etc.;
- Para o inventário florestal: fichas de inventário, GPS, fita métrica, lápis, borracha, placas de alumínio, martelo, prego, equipamentos de proteção individual, etc.;
- Para a abertura de estradas: trator, motoniveladora, caçamba, retroescavadeira, combustível;
- Para o corte de cipó: facão, GPS; equipamentos de proteção individual.
- Para a derrubada: motosserra, corrente, sabre, lima, jogo de chave, combustível, equipamentos de proteção individual, mapa de colheita, etc.;
- Para o arraste: motosserra e acessórios, fita métrica, combustível, skidder, equipamentos de proteção individual, mapa de colheita, etc.;
- Para o romaneio: fita métrica, lápis, ficha de romaneio (ou palmtop), marreta de identificação, equipamentos de proteção individual, etc.;
- Veículos de apoio - caminhonete, caminhão, furgão, motocicleta, etc.;
- Impressoras, computadores, mesas e cadeiras de escritório, estrutura para escritório;
- Alojamento.
Resultados Alcançados
Um dos principais resultados alcançados foi o aumento da renda das pessoas da comunidade e consequente melhoria da qualidade de vida. Pessoas que não participam da cooperativa têm renda média anual de R$ 4.500,00, enquanto os cooperados possuem renda média anual de R$ 10.000,00. A criação da COOMFLONA também proporcionou apoio às famílias não cooperadas, foram destinadas 15 % das sobras da produção à um fundo (dividido entre as 21 comunidades e 3 aldeia indígena da Flona Tapajós), as comunidades solicitam ajuda para melhorar a infraestrutura ou desenvolvimento de projetos pedagógico nas escolas, clubes de futebol, etc. Existe também um fundo para a saúdo, onde são destinados 5% das sobras aos cooperados que precisam de apoio a saúde e emergências medicas. Cabe lembrar que a cooperativa também promove a abertura e manutenção de estradas de acesso às comunidades que antes só possuíam acesso por via fluvial.
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