Objetivo
Objetivo Geral: promover o fortalecimento de organizações, grupos e comunidades populares e contribuir para o aprimoramento de políticas públicas sustentáveis inclusivas e saudáveis.
Objetivo Específico: a saúde é um direito humano fundamental, que deve valer de maneira equitativa para todos os cidadãos. Buscamos a construção de uma sociedade saudável e equitativa; aquela em que todos tenham acesso aos recursos constituintes da qualidade de vida: educação, habitação, meio ambiente, emprego, lazer, cultura, alimentação, segurança, participação social e serviços de saúde.
O conhecimento e as intervenções são construídos de maneira compartilhada, no sentido de autonomia e da emancipação da população-participante.
Problema Solucionado
As origens dos principais problemas sociais que afligem a população brasileira estão, acima de tudo, na desigualdade social, pobreza, problemas estruturais da sociedade e do Estado. Nas favelas e periferias, as populações vivenciam a exclusão em níveis catastróficos. Além da escassez de serviços públicos de saúde, assistência social e educação, muitas vezes estes utilizam programas verticais, implantados sem levar em conta as necessidades locais, usando processos diretivos que “ensinam” aos participantes quais os seus problemas e a melhor forma de resolvê-los. As pessoas são vistas como recipientes ou “alvos” de programas pouco efetivos. Sem o envolvimento da comunidade reduz-se a efetividade das intervenções sociais. Dessa maneira, muitos talentos, habilidades e recursos são desperdiçados. A base de políticas públicas eficazes está na garantia do direito à participação dos atores envolvidos que devem ser considerados “autores” das ações planejadas e implementadas.
Descrição
A tecnologia social Construção Compartilhada de Soluções Locais foi desenvolvida pela equipe do Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS) com base na experiência com comunidades populares via projetos com as frentes de atuação do CEDAPS (Prevenção e Cuidado, Juventude e Serviços Públicos), utilizando elementos de diversas metodologias: Planejamento Estratégico Situacional; programa Cidades e Comunidades Saudáveis da Organização Mundial da Saúde (OMS); e o programa Problem Solving for Better Health (PSBH), criado pela Dreyfus Health Foundation, desenvolvido no Brasil pelo CEDAPS desde 1991; além da conjunção de diversas técnicas e dinâmicas participativas oriundas do campo da promoção da saúde e em parceria através de formações com Nina Wallerstein da Universidade do Novo México e a organização Youthbuild International. A tecnologia baseia-se na crença de que o núcleo central dos processos de transformação social é a comunidade e que seus moradores e/ou atores principais (jovens, professores, profissionais de saúde, assistência, entre outros) são o recurso crítico para a solução dos problemas e a transformação da realidade frente os aspectos vulneráveis e determinações sociais da saúde e violação de direitos humanos. Proporcionando-lhes oportunidade para desenvolver suas habilidades, talentos e potenciais, oferecendo-lhes espaços de participação e interação com a sociedade civil e o poder público, é possível transformar a estrutura econômica, social e cultural de suas comunidades. O programa funciona como uma “incubadora” de projetos e ações (como, educação em saúde e cidadania, por exemplo). Permite que os participantes aprendam novas formas de pensar, priorizar e analisar os problemas de suas comunidades ou organizações, elaborando projetos de intervenção que solucionem ou contribuam para resolver problemas identificados. O resultado são projetos práticos e concretos, com soluções criativas que causam impacto na vida dos profissionais, das pessoas e das comunidades. A tecnologia se desenvolve em três fases: preparação, oficinas de projetos e acompanhamento. Essas fases correspondem a Ciclos da Metodologia que podem ser: abertos, focalizados (cenários, segmentos ou temáticas), territoriais e organizacionais. Na fase preparatória, são definidos os parceiros institucionais, selecionados os temas e problemas e feita a seleção e inscrição dos participantes. Os seminários e oficinas participativas alternam plenárias e trabalho em pequenos grupos, estimulando a troca e a construção compartilhada.
Começam com a definição, priorização, seleção e análise dos problemas. Com a discussão em grupo, o participante define uma ideia para uma intervenção que solucione ou atenue o problema. Esta ação é expressa sob forma de síntese. A intervenção é então planejada em maiores detalhes, resultando num protocolo de projeto. Quatro aspectos são enfatizados: justificativa, objetivos, metodologia e avaliação. A maioria dos projetos é realizada pelo participante em um prazo de seis meses a um ano. A partir do projeto redigido em forma de documento, é possível disseminar a proposta e mobilizar recursos locais e/ou externos. Em seguida começa a fase de acompanhamento, que dura de nove a 18 meses (em média 12 meses) para cada intervenção. Seus objetivos são apoiar os projetos para que cheguem à sua conclusão, gerando os benefícios propostos; sistematizar, avaliar e divulgar os projetos; colocá-los em rede, promovendo sua replicação e expansão através de metodologias de mobilização e capacitação, a Construção Compartilhada envolve os grupos envolvidos desde a fase preparatória. Há ênfase no diagnóstico comunitário, um processo participativo que ajuda a conhecer melhor a comunidade, seus problemas, recursos e vocações, assim como compreender as estratégias sociais construídas pelos diversos grupos para o enfrentamento cotidiano das dificuldades. O Diagnóstico Participativo é realizado a partir do Mapeamento dos Recursos e Problemas Locais para subsidiar o planejamento de ações. Com o diagnóstico é possível selecionar áreas e temas prioritários, pactuar uma agenda de desenvolvimento e planejar as ações mais importantes; selecionar os participantes das oficinas – moradores e agentes sociais com melhor capacidade de contribuir para a solução destes problemas – e obter indicadores de avaliação de programa em consenso com a comunidade, baseados em seus interesses e demandas.
Recursos Necessários
- Computadores e impressoras para gerenciamento da tecnologia:
- Impressos, boletins e folders sobre a metodologia para cada participante;
- Manuais e guias para participantes com roteiro para redação do projeto;
- Materiais de apoio (pastas, canetas, blocos).
Recursos digitais:
- Assinatura de programas de edição para desenvolvimento de materiais digitais;
- Computadores e celulares para disparo de materiais digitais via Whatsapp e e-mail;
- Assinatura de plataformas on-line para realização de oficinas e reuniões virtuais que sejam compatíveis com aparelhos de celular;
- Ajuda de custo para participantes realizarem recargas em seus celulares e acessar a internet para participação on-line.
Resultados Alcançados
Os projetos e programas desenvolvidos pelo CEDAPS, ou em parceria técnica com outras instituições, estão presentes em municípios e cidades espalhados por todo o Brasil. Através das frentes de atuação: Prevenção e Cuidado, Juventude e Serviços Públicos, que coordenam e realizam as ações da organização.
Frente de Prevenção e Cuidado: responsável por projetos voltados para a prevenção e cuidado às IST/HIV e Tuberculose. Com oficinas formativas, reforça as capacidades de moradores e ativistas sociais em agentes multiplicadores de informação.
Presta assessoria técnica ao movimento Rede Nacional de Comunidades Saudáveis (RNCS) e a organizações de base, apoiando lideranças comunitárias em suas ações de promoção da saúde e políticas públicas saudáveis para seus territórios . A RNCS é composta atualmente por 216 organizações, coletivos, associações e iniciativas presentes em diversos estados do Brasil englobando a população periférica, ribeirinha, indígena e quilombola.
Frente de Juventude: Constrói ações para promover o desenvolvimento de jovens e criar oportunidades econômicas e sociais para sua vida, de seus pares, suas famílias e seus territórios. Atua tanto em zonas urbanas, como zonas rurais com vistas a superar os desafios da juventude e enaltecer o protagonismo juvenil. É responsável pela gestão do Programa Jovens Construtores (PJC), um programa de fomento embasado em tecnologia social própria voltada para a formação de jovens concebida pela organização YouthBuild e implementada no Brasil pelo CEDAPS.
Em 12 anos de atuação, o Programa já alcançou resultados significativos, como: atendimento de mais de 1.000 jovens; constituição de uma rede juvenil composta por aproximadamente 500 jovens, que recebem assessoria permanente; 91% de taxa de retenção nas nos cursos de qualificação, 61% de taxa de colocação no mundo do trabalho e retorno à educação formal; 707 iniciativas de autoria juvenil implementadas (ações comunitárias, ativos, benfeitorias locais, entre outros) e mais de 5000 horas de formação.
Frente de Serviços Públicos: concentra as iniciativas do CEDAPS em ações que visam ao fortalecimento dos serviços públicos de saúde com ênfase na Atenção Básica. Utiliza a tecnologia social Construção Compartilhada de Soluções Locais para o aprimoramento de capacidades dos profissionais de saúde e demais políticas públicas, para desenharem e implementarem ações voltadas ao desenvolvimento comunitário e a promoção da saúde.
Desde 2014, através desta frente, o CEDAPS atua como parceiro técnico na implementação do Programa Ciclo Saúde, iniciativa da Fundação Vale e Vale, presente em diversos municípios brasileiros. A parceria conta ainda com o Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Estácio de Sá por meio de seus docentes e discentes.
Atualmente, são 32 municípios atendidos pelo Programa Ciclo Saúde. Em 2021 foram realizadas 462 oficinas, com 318 Unidades Básicas de Saúde e 4.394 profissionais participantes, além de 7.745 equipamentos doados para as unidades.
Público atendido
Adulto
Afrodescendentes
Jovens
Mulheres
Lideranças Comunitárias
Profissionais da Saúde
Portadores de Deficiência
Povos Indígenas
Quilombolas
Organização Não Governamental
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