Objetivo
Objetivo geral
Fortalecer organizações, grupos e comunidades populares, contribuir efetivamente para a reorientação dos serviços de modelos de programas de educação e saúde, aprimorar o conhecimento de políticas públicas sustentáveis, inclusivas e saudáveis, e fomentar a participação comunitária na construção e promoção da saúde em diferentes contextos.
Objetivo específico
Buscar a construção de uma sociedade saudável e equitativa para que todos tenham garantia e acesso como um direito fundamental aos recursos constituintes da qualidade de vida, que consistem em educação, habitação, meio ambiente, emprego, lazer, cultura, alimentação, segurança, participação social e serviços de saúde.
Problema Solucionado
A metodologia vem se mostrando bastante competente para o planejamento de ações que diminuam ou solucionem problemas sociais que afligem a população brasileira, como a desigualdade social, pobreza, problemas estruturais da sociedade e do Estado, principalmente em favelas e periferias, que vivenciam a exclusão em níveis catastróficos, escassez de serviços públicos de saúde, assistência social e educação.
A ferramenta participativa parte do oposto de programas verticais, que são implantados sem analisar as necessidades locais, usando processos diretivos que “ensinam” aos participantes quais são os seus problemas e como resolvê-los, identificando a população local como recipiente e alvo. É entendido que, sem enxergar a população local como protagonista, há um desperdício de talentos, habilidades e recursos, uma vez que a base de políticas públicas eficazes está na garantia do direito à participação dos atores envolvidos que devem ser considerados “autores” das ações planejadas e implementadas.
Os planos de ação e/ou projetos sociais surgem com a intenção de fornecer respostas para problemas concretos, identificados por pessoas que se incomodaram com eles, para que sejam resolvidos. E capacitam representantes comunitários e profissionais para analisar problemas, formular, desenvolver e avaliar ações sociais em comunidades e instituições, criando soluções com recursos disponíveis e pautados na realidade local. Cada pessoa ou grupo envolvido é autor da própria ação, passando a atuar como multiplicador, garantindo a sua sustentabilidade social.
Elaborar um projeto é reconhecer a necessidade de intervenção diante de um problema e/ou de um desafio que mobilize uma pessoa ou um grupo, e a partir dessa análise, as alternativas de intervenção são estabelecidas e analisadas, e decisões são tomadas. Muitas vezes os projetos nascem de pessoas inspiradas e vão crescendo a partir do ‘fazer’, do ‘construir cotidianamente’. É um passo a passo intuitivo que, aos poucos, vai exigindo maior estrutura e planejamento. É na busca de soluções que surgem as boas ideias.
Para transformá-las em ações são necessários cinco elementos:
1. Problemas – identificação, delimitação e priorização
2. Ideias que apontem para a solução
3. Ações – desenhando o passo-a-passo
4. Pessoas que desejem modificar intensamente uma dada realidade
5. Recursos financeiros
Um bom projeto é aquele que pretende enfrentar um problema e que possui uma proposta inovadora, que faz diferença, que é relevante para o conjunto de seus participantes e beneficiários, que pode ser replicável e sustentável.
Descrição
A tecnologia social Construção Compartilhada de Soluções Locais foi desenvolvida pela equipe do Centro de Promoção da Saúde (Cedaps) com base na experiência com comunidades populares via projetos com as frentes de atuação do Cedaps (Prevenção e Cuidado, Juventude e Serviços Públicos), utilizando elementos de diversas metodologias: a Educação Popular – princípios baseados no diálogo e a construção compartilhada do conhecimento (Paulo Freire); a Promoção da Saúde – o campo conceitual e político que contextualiza a ação no âmbito da saúde pública; Planejamento Estratégico Situacional; programa Cidades e Comunidades Saudáveis da Organização Mundial da Saúde (OMS); e o programa Problem Solving for Better Health (PSBH), criado pela Dreyfus Health Foundation, desenvolvido no Brasil pelo Cedaps desde 1991; e a conjunção de diversas técnicas e dinâmicas participativas oriundas do campo da promoção da saúde e em parceria através de formações com Nina Wallerstein da Universidade do Novo México e a organização Youthbuild International.
A tecnologia baseia-se na crença de que o núcleo central dos processos de transformação social é a comunidade e que seus moradores e/ou atores principais (jovens, professores, profissionais de saúde, assistência, entre outros) são o recurso crítico para a solução dos problemas e a transformação da realidade frente os aspectos vulneráveis e determinações sociais da saúde e violação de direitos humanos. Proporcionando-lhes oportunidade para desenvolver suas habilidades, talentos e potenciais, oferecendo-lhes espaços de participação e interação com a sociedade civil e o poder público, é possível transformar a estrutura econômica, social e cultural de suas comunidades.
O programa permite que os participantes aprendam novas formas de pensar, priorizar e analisar os problemas de suas comunidades ou organizações, elaborando projetos de intervenção que solucionem ou contribuam para resolver problemas identificados. O resultado são projetos práticos e concretos, com soluções criativas que causam impacto na vida dos profissionais, das pessoas e das comunidades. A tecnologia se desenvolve em três fases: preparação, oficinas de projetos e acompanhamento. Essas fases correspondem a Ciclos da Metodologia que podem ser: abertos, focalizados (cenários, segmentos ou temáticas), territoriais e organizacionais.
Na fase preparatória, são definidos os parceiros institucionais, selecionados os temas e problemas e feita a seleção e inscrição dos participantes. Os seminários e oficinas participativas alternam plenárias e trabalho em pequenos grupos, estimulando a troca e a construção compartilhada. Os seminários e oficinas participativas alternam plenárias e trabalho em pequenos grupos, estimulando a troca e a construção compartilhada. Começam com a definição, priorização, seleção e análise dos problemas. Com a discussão em grupo, o participante define uma ideia para uma intervenção que solucione ou atenue o problema. Esta ação é expressa sob forma de síntese. A intervenção é então planejada em maiores detalhes, resultando num protocolo de projeto. Quatro aspectos são enfatizados: justificativa, objetivos, metodologia e avaliação. A maioria dos projetos é realizada pelo participante em um prazo de seis meses a um ano. A partir do projeto redigido em forma de documento, é possível disseminar a proposta e mobilizar recursos locais e/ou externos.
Em seguida, começa a fase de acompanhamento. Ela dura de nove a 18 meses (em média 12 meses) para cada intervenção, e seus objetivos são apoiar os projetos para que cheguem à sua conclusão, gerando os benefícios propostos; sistematizar, avaliar e divulgar os projetos; colocá-los em rede, promovendo sua replicação e expansão através de metodologias de mobilização e capacitação, a Construção Compartilhada envolve os grupos envolvidos desde a fase preparatória. Há ênfase no diagnóstico comunitário, um processo participativo que ajuda a conhecer melhor a comunidade, seus problemas, recursos e vocações, assim como compreender as estratégias sociais construídas pelos diversos grupos para o enfrentamento cotidiano das dificuldades.
O Diagnóstico Participativo é realizado a partir do Mapeamento dos Recursos e Problemas Locais para subsidiar o planejamento de ações. Com o diagnóstico é possível selecionar áreas e temas prioritários, pactuar uma agenda de desenvolvimento e planejar as ações mais importantes; selecionar os participantes das oficinas – moradores e agentes sociais com melhor capacidade de contribuir para a solução destes problemas – e obter indicadores de avaliação de programa em consenso com a comunidade, baseados em seus interesses e demandas.
Recursos Necessários
- Computadores e impressoras para gerenciamento da tecnologia:
- Impressos, boletins e folders sobre a metodologia para cada participante;
- Manuais e guias para participantes com roteiro para redação do projeto;
- Materiais de apoio (pastas, canetas, blocos).
Recursos digitais:
- Assinatura de programas de edição para desenvolvimento de materiais digitais;
- Computadores e celulares para disparo de materiais digitais via Whatsapp e e-mail;
- Assinatura de plataformas on-line para realização de oficinas e reuniões virtuais que sejam compatíveis com aparelhos de celular;
- Ajuda de custo para participantes realizarem recargas em seus celulares e acessar a internet para participação on-line.
Resultados Alcançados
Os projetos e programas desenvolvidos pelo Cedaps, ou em parceria técnica com outras instituições, estão presentes em municípios e cidades de todo o Brasil. As ações da organização são coordenadas e realizadas pelas frentes de atuação: Prevenção e Cuidado, Juventude e Serviços Públicos.
A Frente de Prevenção e Cuidado é responsável por projetos voltados à promoção da saúde quanto às IST/HIV e Tuberculose por meio de oficinas formativas, que reforçam as capacidades de moradores e ativistas em agentes multiplicadores de informação.
Por meio dessa frente, o Cedaps presta assessoria técnica ao movimento Rede Nacional de Comunidades Saudáveis (RNCS) e a organizações de base, apoiando lideranças comunitárias em suas ações de promoção da saúde e políticas públicas saudáveis para seus territórios. A RNCS é composta atualmente por 216 organizações, coletivos, associações e iniciativas presentes em diversos estados do Brasil englobando a população periférica, ribeirinha, indígena e quilombola.
A Frente de Juventude atua em zonas urbanas e rurais com o objetivo de superar os desafios da juventude e de enaltecer o protagonismo juvenil por meio de ações que promovem o desenvolvimento de jovens e a criação de oportunidades econômicas e sociais para suas vidas, de seus pares, de suas famílias e de seus territórios.
Por meio dessa frente, o Cedaps é responsável pela gestão do Programa Jovens Construtores (PJC), um programa de fomento embasado em tecnologia social própria voltada para a formação de jovens concebido pela organização YouthBuild e implementada no Brasil pelo Cedaps.
Em 12 anos de atuação, o PJC já alcançou resultados significativos como o atendimento de mais de 1.000 jovens; constituição de uma rede juvenil composta por aproximadamente 500 jovens, que recebem assessoria permanente; 91% de taxa de retenção nos cursos de qualificação, 61% de taxa de colocação no mundo do trabalho e retorno à educação formal; 707 iniciativas de autoria juvenil implementadas (ações comunitárias, ativos, benfeitorias locais, entre outros) e mais de 5000 horas de formação.
A Frente de Serviços Públicos concentra as iniciativas do Cedaps em ações que visam ao fortalecimento dos serviços públicos de saúde com ênfase na Atenção Básica com a tecnologia social Construção Compartilhada de Soluções Locais (CCSL) para o aprimoramento de capacidades dos profissionais de saúde e demais políticas públicas, para desenharem e implementarem ações voltadas ao desenvolvimento comunitário e a promoção da saúde.
Por meio dessa frente, o Cedaps atua desde 2014 como parceiro técnico na implementação do Programa Ciclo Saúde, uma iniciativa da Fundação Vale e Vale, que conta com o Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Estácio de Sá por meio de seus docentes e discentes.
Atualmente, o Programa Ciclo Saúde está presente em 32 municípios brasileiros. Em 2021 foram realizadas 462 oficinas, com 318 Unidades Básicas de Saúde e 4.394 profissionais participantes, além de 7.745 equipamentos doados para as unidades.
Público atendido
Adulto
Afrodescendentes
Jovens
Mulheres
Lideranças Comunitárias
Profissionais da Saúde
Portadores de Deficiência
Povos Indígenas
Quilombolas
Organização Não Governamental
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