Problema Solucionado
A intenção do projeto Esperança/Cooesperança é desenvolver um trabalho através de experiências associativas, cooperativadas, de economia solidária e agricultura familiar, numa dimensão alternativa que se articula por meio da Cooesperança (Cooperativa Mista dos Pequenos Produtores Rurais e Urbanos vinculados ao projeto Esperança Ltda.) para promover a inclusão social e o combate ao desemprego, a fome, a miséria e a exclusão social nas comunidades assistidas. A comercialização direta é um dos eixos que ajuda a fomentar no consumidor a consciência e a mudança dos paradigmas fortalecendo a rede de consumo justo, ético e solidário. Os grupos organizados abrangem 34 municípios da região central do Rio Grande do Sul.
Descrição
O projeto Esperança/Cooesperança, junto com o Território da Cidadania, tem por missão promover, incentivar, desencadear e construir o desenvolvimento solidário, sustentável e territorial urbano, rural e regional, com base nos princípios da mística cristã, solidariedade, cooperativismo alternativo, autogestão, organização, democracia participativa e a luta pela distribuição justa da terra, dos frutos da terra e dos bens produzidos.
A qualidade de vida, a organização e a comercialização direta são prioridades. Sociedade civil e poder público participaram desta construção. No princípio do projeto não havia preocupação com retorno financeiro, mas depois, nos anos noventa, houve a divisão em projetos socioeconômicos e projetos sócio-organizativos. Assim, segmentos excluídos puderam utilizar destes fundos fortalecendo seus grupos e construindo sua identidade através do Projeto Esperança/Cooesperança. Estes preceitos foram estabelecidos de forma coletiva, nas diversas assembleias e encontros, sendo que estão em constante evolução através do debate e da complementaridade de ideias. O eixo central está nos pequenos empreendimentos solidários, sociais e econômicos com ênfase na comercialização direta através da autogestão. Busca o desenvolvimento territorial através de uma sociedade justa, economicamente viável, ambientalmente sadia e organizadamente cooperativa. As reuniões eram com grupos em organização, ouvindo-se dificuldades, problemas e o que fazer para mudar. Para os que já tinham um plano ou projeto, a equipe avaliava sua viabilidade, e quem não tinha era auxiliado na busca de alternativas. O foco era organizar e depois buscar alternativas que agregassem valor com organização e/ou pela melhoria na produção. Os projetos eram pequenos e foram elaborados por professores da UFSM. Existe um fundo rotativo, em que o valor a ser pago é indexado ao produto, valorizando o trabalho e não o capital. Também, cada grupo participa com 8% sobre a comercialização direta, fortalecendo o trabalho. O Projeto Esperança cuida da organização do espaço (terminal) e dos produtores da produção. Legalizando a comercialização surge a Cooesperança em 1989, que com um caminhão buscava os produtos e trazia para o terminal de comercialização direta. A mudança foi profunda, pois, hoje, 80% dos associados da Cooesperança tiram seu sustento da comercialização direta.
Recursos Necessários
Os recursos necessários para a implantação de uma unidade em tecnologias sociais no aprimoramento da Comercialização Solidária, através do comércio justo e do consumo ético e solidário são:
- Cinco computadores;
- Dois notebooks;
- Uma máquina fotográfica;
- Um telefone físico;
- Três salas mobiliadas para escritório;
- Um veículo utilitário;
- Três armários de arquivos, todo material de expediente, balcões refrigerados, mesas de inox e madeira, balanças;
- Aumento do espaço físico para a comercialização solidária.
Resultados Alcançados
Os números abaixo descrevem sucintamente os resultados até agora alcançados. Estes números surgiram a partir do Projeto Esperança/Cooesperança, antes nada disto existia, mantendo latente a capacidade organizativa destes grupos.
-Número de Empreendimentos Solidários: 250 empreendimentos em funcionamento;
-Área de atuação: Urbana e Rural. Número de Municípios: 34 Municípios da Região Central - RS;
-Número de beneficiados diretos: 5.000 famílias;
-Número de beneficiados indiretos: 22.000 pessoas incluindo os consumidores/as, várias Associações de Catadores/as na Região Central e 2.000 famílias;
-Programa da Compra Antecipada dos Alimentos de Agricultura Familiar, com o Programa “Fome Zero”: 150 Famílias, 42 Organizações, 3.000 famílias beneficiadas;
-O projeto funciona em parceria com a Prefeitura Municipal, CONSEA, CONAB, CONSAD e o Projeto Esperança/Cooesperança da Arquidiocese de Santa Maria, entre outras parcerias e organizações da cidade e Região Central do Rio Grande do Sul. Quanto à medição de indicadores de resultado e de impacto, pode ser avaliado claramente nos dados acima. São concretas as melhorias efetivas das condições de vida das pessoas, nos processos decisórios, nas parcerias, nas melhorias ocorridas no uso dos recursos, nas mudanças nas políticas e estratégias sociais, econômicas e ambientais, como se verificou em itens relacionados ao tema. Todas as famílias que fazem parte do Projeto Esperança/Cooesperança melhoraram significativamente a sua qualidade de vida, com melhoria de produção com enfoque na agroecologia, comércio justo e consumo ético e solidário.
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