Problema Solucionado
O principal desafio dos empreendimentos da economia solidária no Território Bacia do Jacuípe,Estado da Bahia, Brasil, tem sido o processo de comercialização dos produtos. Diante dessa situação, boa parte dos produtos, eram comercializados com preços abaixo do custo viável, gerando grande desmotivação e inviabilidade dos empreendimentos.
Como melhorar a comercialização?
Como dinamizar a comercialização no Território?
Como partilhar as experiências da economia solidária?
Como contribuir para o desenvolvimento sustentável?
Nesta perspectiva, pensou-se em estruturas de fomento a comercialização nos municípios do Território Bacia do Jacuípe, Estado da Bahia como: exposição, divulgação, oficinas, atividades culturais. Tendo em vista a promoção dos empreendimentos e comércio solidário, troca de saberes, capacitações, sensibilização do poder público local. Surge assim a Caravana da Economia Solidária, que tornou-se excelente estratégia de fomento a comercialização e o fortalecimento das redes de articulação territorial.
Descrição
A Caravana da Economia Solidária foi uma estratégia eficaz de promoção da economia solidária no Território da Bacia do Jacuípe. Foi uma pratica que difundiu o fortalecimento da agricultura familiar e economia solidária, a qual aconteceu em duas edições (2015/2016), percorrendo os 14 municípios. A iniciativa, mostrou a força da economia solidária do Território, dando visibilidade a produção regional, gerando renda e fortalecendo os grupos de produção.
Esta tecnologia, foi previamente planejada a partir da elaboração de um plano de execução onde detalhava todas as atividades (oficinas, exposições de produtos, apresentações culturais, etc.) que seriam realizadas em cada município. Conforme segue:
I- Apresentações artísticas;
II- Espetáculo teatral: “ Cordel da Economia Solidária”;
III- Espetáculo teatral: “Maria, vai com as outras”;
IV- Oficinas de acesso aos Mercados Institucionais PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e operacionalização;
V- Oficinas de artesanato em cordas: ponto de macramê e decoração de cozinha;
VI- Oficina de pinturas;
VII- Oficinas de bijuterias;
VIII- Oficinas de reciclagem;
IX- Oficinas de produção de bonecas;
X- Oficinas de teatro;
XI- Oficinas de cinema;
XII- Oficinas de produção de sequilhos;
XIII- Oficinas de produção de pães;
XIV- Oficinas de decoração de quarto de bebê;
XV- Oficinas de produção orgânica (hortaliça, biofertilizantes, formação de canteiros, compostagem, controle de pragas e doenças, e produção de mudas);
XVI- Oficinas de decorações de peças de interiores;
XVII- Oficinas de gestão de empreendimentos associativos e cooperativos;
Para que houvesse maior êxito no desenvolvimento das oficinas realizadas foi feita uma análise prévia de todos os empreendimentos por município para conhecer as principais demandas e assim escolher as temáticas conforme a realidade local. Posteriormente a equipe técnica realizava visitas aos municípios para construir o planejamento de execução da Caravana considerando todas as especificidades locais.Em seguida estruturou-se a atividades com a finalidade de proporcionar qualificação às atividades produtivas de grupos com iniciativas solidárias, ao tempo em que buscou sensibilizar agentes sociais e públicos para intensificar ações públicas passíveis a massificação de práticas de propagação do consumo solidário.
A seleção para a contratação dos instrutores foi realizada de maneira rigorosa buscando profissionais com qualificações e experiências correlatas as necessidades demandadas pelos grupos produtivos.
As datas de realização dos eventos foram definidas a partir de um cronograma elaborado junto aos gestores públicos e os representantes da sociedade civil, os quais conciliavam com as datas festivas de cada cidade, bem como, com os dias das feiras livres tradicionais.
Foram envolvidos nas atividades os seguintes participantes: grupos solidários assessorados pelo CESOL/BJ, secretarias municipais, sindicatos, associações e cooperativas bem como os novos potenciais que foram surgindo ao longo do processo. Também estiveram presentes artistas regionais e grupos culturais que atenderam ao convite para participar e apresentar seus rituais no momento da feira.
As ações foram divulgadas através de rádios, carros de som, cartazes, spots, sites, e nos meios de comunicações acessíveis na região.
O CESOL/BJ- Centro Público de Economia Solidária da Bacia do Jacuípe, foi o principal responsável pela organização da logística de transporte, alimentação e hospedagens dos participantes durante as oficinas e a feira de exposição. As barracas de exposição dos produtos da economia solidária eram facilmente localizadas na praça principal de comercialização dentro da feira livre de cada cidade, se destacava das demais pela padronização e logomarca do própria do evento tendo em vista, facilitar a divulgação e comercialização dos produtos da economia solidária e agricultura familiar.
Os principais produtos evidenciados durante a feira foram: gêneros alimentícios derivados da mandioca com sabores exóticos regionais (como os beijus recheados sequilhos de licuri, maracujá, goiaba, coco, etc), derivados do leite (manteiga, requeijão, bolos e sorvetes), mel, própoles, hortaliças e temperos artesanais, carnes de caprino, polpa de frutas e artesanatos em geral.
Dessa forma a Caravana promoveu além da comercialização um grande intercambio de valorização das diferentes culturas e saberes locais e regionais. Esta ação também fortaleceu e o sentimento de pertencimento e cooperação entre os grupos, motivando-os a participação e articulação em rede. Por onde passou promoveu encontros de atividades em prol da economia solidária, do associativismo e cooperativismo, empoderamento da mulher, geração de renda, comércio justo e valorização da cultura local e regional. Nessa perspectiva, acontecerá em 2017 a sua 3ª edição.
Recursos Necessários
Para implementação da Tecnologia Social Caravana da Economia Solidária, se faz necessário seguintes recursos:
I- PESSOAL: Equipe técnica (corrdenador,agente mobilizador de campo, organizadores do evento e apoio logístico), empreendimentos, grupos solidários, artesãos, artistas locais e regionais, animadores de campo, oficineiros, palestrantes e grupos culturais.
II- MATERIAIS: Recursos audiovisuais, sonorização, material de divulgação, logísticas de transporte, alimentação, e hospedagem;
III- EQUIPAMENTOS: Estrutura de cobertura (toldos), Barracas padronizadas para exposição.
Cabe salientar que a Caravana acontece durante três dias em cada município, onde nos dois primeiros dias realiza-se oficinas e no terceiro a exposição que acontece junto com a tradicional feira de cada município, com intuito de conquistar o público que circula durante as feiras.
Resultados Alcançados
RESULTADOS QUALITATIVOS.
Os principais resultados qualitativos mensurados durante as Caravanas de Economia Solidária foram:
I- Comercialização e divulgação dos produtos dos empreendimentos solidários e da agricultura familiar com incremento de renda através das feiras; partilha de experiências; fomento da prática da Economia Solidária;
II- Transformação estrutural das relações econômicas e democráticas, com vista no fortalecimento e promoção do trabalho coletivo, como emancipação econômica, social e autonomia das mulheres;
III- Valorização do saber local, da cultura e da tecnologia popular, promovendo a formação educativa para associações, cooperativas e grupos produtivos através de oficinas, tendo em vista o respeito ao meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável.
RESULTADOS QUANTITATIVOS.
No total foram realizadas 70 oficinas sendo cinco em cada município do Território da Bacia do Jacuípe conforme seguimentos apresentados abaixo:
I- Oficinas de Artesanato, total de participante 120
II- Oficinas de teatro, total de participante 223
III- Oficinas de processamento de sequilho, total de participante 105
IV- Oficinas de operacionalização do Programa de Aquisição de Alimentos, total de participante 82
V- Oficinas de produção orgânica, total de participante 82
VI- Oficinas de sistemas de irrigação, total de participantes 46
VII- Oficinas de bijuterias, total de participantes 32
VIII- Oficinas de reciclagem, total de participantes 18
IX- Oficina de decorações de peças de interiores, total de participantes 280
X- Oficina de Gestão de empreendimentos associativos e cooperativos, total de participantes 700.
Foram promovidas 28 Caravanas da Economia Solidária, com feiras e exposições, atendendo um público total de 56.000 pessoas
Os dados registrados foram embasados em lista de presença, fotografias e relatórios.
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