Objetivo
Promover a inclusão social de adolescentes e jovens entre 15 e 21 anos em situação de vulnerabilidade social no contexto da violência sexual, por meio da oferta da educação básica e continuada buscando a elevação da escolaridade, a formação profissional apoiadas pelo desenvolvimento humano integrando as atividades de promoção de direitos, culminando com a inserção socioprodutiva.
Problema Solucionado
O programa promove a elevação da escolaridade e a capacitação profissional de adolescentes e jovens em situação de exploração sexual. Alinhado ao Estatuto da Criança e do Adolescente e ao Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil, o ViraVida atua nos eixos de atendimento, protagonismo e prevenção. Assegura a inserção social e profissional dos alunos, seja por meio de autogestão, cooperativismo, aprendizagem ou primeiro emprego, promovendo elevação da renda familiar dos participantes. Propicia, ainda, maior autonomia e qualidade de vida ao público alvo e seus familiares.
Ao estimular o engajamento do setor empresarial e gerar alternativa de trabalho, o programa atua na redução do desemprego associado à baixa qualificação profissional. Com isso, contribui para a construção de uma sociedade mais igualitária, ao mesmo tempo em que reduz a força das redes de exploração e contribui para a prevenção de problemas sociais como mendicância, prostituição e tráfico.
Descrição
Um projeto piloto deu origem à metodologia do programa. Com o apoio e a orientação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o ViraVida foi construído coletivamente, com a participação de gestores públicos, acadêmicos, assistentes sociais e sociólogos de organizações não-governamentais (ONGs) e instituições que atuam no campo da promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, em especial no Ceará. A metodologia consiste essencialmente na formação de uma rede de parceiros — que atua em apoio à rede de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (ESCA) — na qual cada parte atua exercendo sua principal habilidade. A experiência piloto se deu simultaneamente em quatro capitais (Fortaleza, Recife, Natal e Belém), entre julho de 2008 e dezembro de 2009. Para oferecer atendimento a 400 jovens (100 em cada capital) o Conselho Nacional do Sesi articulou parcerias com instituições do Sistema S (Senai, Senac, Sesc, Sest/Senat, Sebrae e Sescoop), órgãos de governo (CRAS, CREAS, Secretarias de Assistência Social, Trabalho e Emprego) e a sociedade civil organizada, incluindo Conselhos Tutelares, Casas de Passagem e ONGs. Estes últimos realizam o recrutamento do público-alvo, que também passa por uma dinâmica de seleção realizada por psicólogos e assistentes sociais, que integram as equipes multidisciplinares do programa.
São estes profissionais que acompanham, atendem e orientam diariamente os alunos.Eles estão vinculados ao Sesi, que coordena o programa, cede infra-estrutura e oferece educação básica continuada (ou Educação de Jovens e Adultos). Senai e Senac oferecem educação profissionalizante. Sesc oferece lazer e cultura, Sebrae participa com módulos básicos de empreendedorismo e Sescoop orienta a formação de incubadoras de cooperativas. O público-alvo é constituído por adolescentes e jovens de famílias numerosas, de baixa renda, residentes nas periferias de grandes centros, que em geral apresentam baixa escolaridade e se encontram em extrema vulnerabilidade ou em situação de exploração sexual. Aos jovens selecionados são oferecidos cursos profissionalizantes especiais nas áreas de Administração, Hotelaria e Turismo, Confecção e Moda, Estética e Imagem Pessoal, Gastronomia, Química e Tecnologia da Informação. Os cursos são realizados nas escolas do Sesi, Senai ou Senac e têm carga horária que varia entre 700 e 900 horas conforme a modalidade. Ao longo do processo sócio-educativo, os alunos recebem bolsa de estudos e firmam um acordo de convivência e respeito mútuo. Em cada cidade, além da equipe multidisciplinar, que participa da coordenação de todo o processo educativo, um núcleo de empregabilidade faz contato com empresas, sensibiliza empresários, promove visitas para que os jovens conheçam o mercado e os ambientes de trabalho, além de orientar os alunos para processos seletivos. Este núcleo também responde pelo acompanhamento de egressos, durante seis ou mais meses.
Vale destacar que, de modo geral, o ingresso de crianças e adolescentes na exploração está associada à violência doméstica e/ou violência sexual por parte de parentes ou conhecidos. O principal desafio aos profissionais deste campo é portanto oferecer proteção e evitar a revitimização.
Em essência, a solução adotada pelo Programa ViraVida para evitar a revitimização dos jovens consiste em trabalhar o ser humano de maneira holística, atendendo suas necessidades fundamentais, como alimentação, saúde, transporte e educação, mas também seus anseios, a necessidade de afeto, proteção e de orientação. Um dos aspectos mais significativos do processo educativo é a trasversalidade, que estimula o debate sobre questões como diversidade, sexualidade e cidadania entre outros. O processo educativo é construído de acordo com a realidade de cada local, mas mantém como ponto comum a linha pedagógica e os estímulos de transformação comportamental, com foco na elevação da autoestima e na obtenção de autonomia.
Recursos Necessários
- Uma ou mais salas de aula mobiliadas e equipadas,;
- Uma sala na mesma localidade para instalação da equipe multidisciplinar, com mobília e equipamento (computador, telefone eimpressora);
- Material didático e fardamento para os alunos;
- Alguma estrutura de esporte e lazer.
Resultados Alcançados
Nos primeiros 18 meses desde a implantação, 422 adolescentes e jovens (de ambos os sexos) foram matriculados. Deste total, 378 concluíram os cursos e 279 foram inseridos no mercado de trabalho, prosseguindo sob acompanhamento. Com exceção das evasões (44), constatou-se que as famílias dos concluíntes registraram melhoria da qualidade de vida e das relações, atingindo assim alguns dos objetivos do programa. Para tanto, psicólogos e docentes do projeto trabalham a construção e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Dentre estes jovens também evidenciou-se a elevação da autoestima e da autonomia. Atualmente o Programa está implantado em 14 cidades brasileiras (Fortaleza, Recife, Natal, Belém, Brasília, Salvador, Teresina, Campina Grande e João Pessoa, Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Rio de Janeiro e Porto Velho), registra 630 alunos em sala de aula e 540 inseridos no mercado de trabalho (grande parte na aprendizagem), além de 93 concluintes participando de processos de seleção.
Público atendido
Adolescentes
Jovens
Crianças
Famílias de baixa renda
Tecnologias Sociais Semelhantes
Comunicação Comunitária Para O Fortalecimento Do Desenvolvimento Local
Programa De Formação De Palhaço Para Jovens
Inclusão Tecnológica De Jovens E Pessoas Com Deficiência Em Áreas Urbanas
Rede De Economia Solidária E Feminista:redes E Sustentabilidade Para O Bem Viver