Problema Solucionado
O Brasil é um país marcado pelo histórico brutal de colonização, ao mesmo tempo que possui uma das maiores diversidades culturais do mundo com diferentes etnias, religiões, climas e contextos sociais.
Assim surge a UniCult, com uma proposta de Universidade Livre que confronta o modelo eurocêntrico do ensino convencional. Todo o conhecimento que circula na maioria das universidades formais do Brasil são, conteúdos voltados para a visão européia da história. Religiões e culturas de matriz africana, indígena e quaisquer que não sejam provenientes dessa visão européia de sociedade são até hoje muito criminalizadas. A UniCult propõe o redesenho do campo da educação a partir da celebração da diversidade cultural e da redistribuição do poder acadêmico.
A UniCult aposta na educação como prática da liberdade, valorizando e reconhecendo conhecimentos e saberes não convencionais. O projeto parte da compreensão que existem milhares de metodologias e culturas marginalizadas pelo mundo, que muitas vezes são mistificadas e criminalizadas por uma visão hegemônica de sociedade.
Descrição
Para tornar a Unicult palpável e possível de articular os projetos, desenvolvemos um formato de trabalho:
Campus - Configuramos os Campus, que podem ser temporários (eventos, festivais, debates) e permanentes (sedes de coletivos, casas coletivas, empreendimentos, pontos de cultura por exemplo), e nos colocamos como os docentes que compartilham saberes diversos. Para se tornar um campus, temos um formulário no site da Unicult, onde os interessados podem se inscrever, e disponibilizamos temos uma cartilha onde falamos sobre como começar, se configurar, e vamos acompanhando através de reuniões, visitas, imersões de planejamento, para que o novo campus comece suas atividades de implementação. Tais atividades são:
Vivências - Projeto de intercâmbio que abre vagas nos campus nas mais diversas áreas de trabalho do campo da cultura e da comunicação, através de editais disponibilizados pelos coletivos, com um plano de trabalho por período feito junto com o participante para sistematização e registro e reuniões de avaliação periódicas; já realizamos vivências em comunidades indígenas, em comunidades de povos de terreiro, em casas coletivas, em eventos específicos gerando produtos como ensaios fotográficos entre outros.
Imersões - Encontros temáticos para avaliar, debater, planejar e desenvolver planos conjuntos entre os distintos campi que fazem parte da UniCult e também com coletivos e empreendimentos que queiram refletir e avançar nos seus planejamentos. Tais encontros são propostos pelos campus, sistematizados em atas para registro e memória, e já geraram produtos como moedas sociais, novos campi, percursos, cartilhas, eventos.
Cartilhas - ferramentas de sistematização e difusão de conhecimentos e tecnologias, produzidas por grupos de trabalho que, após acompanhar e sistematizar processos, disponibilizam em forma de cartilha para que o alcance não se limite às pessoas participantes in loco. Temos cartilhas de como montar uma moeda social, como produzir vídeos, realizar coberturas audiovisuais, como montar um campus, como produzir festivais e eventos por exemplo.
Corpo docente - são as pessoas que compartilham seus conhecimentos e saberes pelos campus. Não precisam ser especialistas acadêmicos, mas pessoas que estejam dispostas a partilhar e sistematizar tecnologias que possam ajudar a empoderar outras pessoas. Para se tornar um docente, é preciso fazer sua inscrição pelo site da Unicult, participar de reuniões onde podemos conhecer e acompanhar e sistematizar os saberes para sua difusão;
Percurso - quando conectamos mais de um campus, criamos um percurso que vai trabalhar na formação livre a partir da experiência de circular por mais de um lugar para ter mais visões sobre um mesmo tema. Já tivemos percursos temáticos propostos pelos povos de terreiro, em acampamentos e vivências indígenas, em eventos de economia criativa e solidária, em festivais para aprimorar conhecimentos sobre produção, entre outros.
Através dessa oferta de vivências, percursos, cartilhas, imersões e corpo docente, os conhecimentos são disponibilizados, trocados, assimilados, complementados, e circulam de modo que mais pessoas, mesmo as que não compõe a rede, possam usufruir. Assim, conseguimos o empoderamento das experiências empíricas como formação e sistematização dos processos e a replicação em grande escala da tecnologia.
A Unicult também pode ser vista como uma forma de ajudar a empoderar mulheres, visto que metade das pessoas que circulam pelos projetos da rede e que são corpo docente e gestoras dos projetos são mulheres, que muitas vezes não conseguem estar na universidade tradicional. E ainda, visto que alguns saberes tradicionais não se ensinam na escola, muitos dos percursos, cartilhas e vivências podem proporcionar formação específica que ajude na geração de renda. Um caso a ser evidenciado é a cartilha de criação de moedas complementares, que atuam paralelo à moeda corrente, sendo uma fonte e uma metodologia funcional de atingir a sustentabilidade de empreendimentos e coletivos recém formados.
Recursos Necessários
Entendendo unidade da tecnologia como: Um Encontro de 3 dias para 100 pessoas convidadas entre discentes e 5 docentes, em um local específico onde vai haver deslocamento aéreo e terrestre. Evento aberto para público com estimativa de 500 pessoas entre convidados e espontâneos
Hospedagem corpo docente R$3000,00 (15 diárias)
Hospedagem solidária corpo discente R$6000,00 (300 diárias)
Alimentação R$6000,00 (300 diárias)
Locação de van para translado R$4800,00 (6 diárias)
Passagem aérea R$5000,00 (3 convidados ida e volta)
Locação ônibus R$21000,00 (3 onibus intermunicipais)
Combustível R$1200,00 (30 diárias)
Aluguel espaço R$3000,00 (3 diárias)
Cartazes R$1000,00 (1mil unid)
Banner R$240,00 (2 unid)
Manutenção conta corrente R$150,00 (6 meses)
Resultados Alcançados
Desde que começou a atuar em rede, em 2012, a Unicult já proporcionou:
2000 pessoas contempladas em vivências nos campos de cultura, comunicação, produção, educação livre, sustentabilidade, através de editais de participação que geraram produtos como ensaios fotográficos, eventos, festivais, seminários, debates, palestras, criação de coletivos e ampliação de redes de coletivos locais já existentes;
200 imersões de coletivos e redes diversas, inclusive de outros países na América Latina, ampliando suas articulações e conexões;
50 cartilhas de saberes diversos nas áreas de comunicação, produção cultural, sustentabilidade, educação ambiental, que foram baixadas por 2000 pessoas, auxiliando na formação livre e autogestionária
Reuniu 1000 corpo docentes, que circulam pelos campus ( temporários como Festivais e eventos e permanentes, como sedes de coletivos e entidades participantes da rede), ajudando a compartilhar conhecimentos de comunicação cultura, produção cultural, ativismo, sustentabilidade,
Realizou 200 percursos em diversas cidades no Brasil e América Latina, visando à formação e proporcionando vivências e diferentes visões de um mesmo processo;
A criação de um site que reúne as cartilhas, editais de vivência, formulário de inscrição para novos docentes, inscrição para novos Campus, banco de conhecimentos disponíveis.
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