Problema Solucionado
As áreas da medicina e da saúde vêm passando por um processo de transformação, através de programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde. A maior parte desses ambientes possui uma evidente frieza em sua rotina, onde se evidencia o problema de relação entre profissionais da saúde e usuários. Observa-se uma tendência a “coisificar” os pacientes, e episódios de agravamento de quadro clínico e de morte perdem sua carga de sensibilidade. Entre os envolvidos se estabelece mais um contato que uma relação, o que encaminha o ambiente hospitalar a um cenário de desumanização. Com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento nos hospitais e reverter esse quadro, essas medidas surgem com o papel de resgatar o ser humano para além de sua dimensão físico-biológica e situá-lo num contexto maior de sentido e significado nas suas dimensões psíquicas e sociais. Com isso, o profissional de saúde está sendo valorizado também pelo seu sucesso no contato humano, além do conhecimento em sua área.
Descrição
Para dar conta do problema, a primeira etapa do projeto realizou o contato com as unidades hospitalares para a definição da sistemática de trabalho a ser adotada. Posteriormente, os atores, a psicóloga e o diretor responsável realizaram reuniões de elaboração da metodologia a ser desenvolvida pelo projeto. As etapas seguintes contemplaram a criação dos figurinos, a produção de uma unidade móvel para o transporte da Trupe, maquilagem e a produção de material gráfico (revista, cartaz, site, vídeo e fotografia). Em 5 anos de projeto, a Trupe da Saúde realizou intervenções em 5 hospitais de Curitiba. Os atores visitaram crianças e adultos hospitalizados, leito a leito, 1 vez por semana (manhã e tarde) em cada hospital, durante aproximadamente 3 horas em cada período, em quase todas as alas, exceto UTI e ambientes de isolamento. As intervenções são baseadas no processo de pesquisa de linguagem do clown, dirigidas e coordenadas pelo diretor Mauro Zannata, figura reconhecida nesse tipo de linguagem. Nas visitas, os atores estabeleceram laços e cumplicidade com pacientes, seus familiares e profissionais da saúde. Parte do trabalho concentrou-se no desenvolvimento de um relacionamento cooperativo com os diferentes grupos da instituição visitada. O método de aproximação do paciente, caracterização, rotinas prévias e improvisação compuseram o tripé do trabalho artístico. Os atores são artistas profissionais especializados na arte do palhaço e dominam outras artes circenses e musicais. A aclimatação ao ambiente e aos procedimentos hospitalares foi objeto de acompanhamento do grupo de artistas. Em cada visita, além das performances, os atores distribuíram a revista da Trupe da Saúde para os pacientes, que em cada edição do projeto apresentou a abordagem de uma temática específica de conscientização, como a importância do consumo consciente da água, sedentarismo e tratamento do lixo. Além das revistas, a Trupe realizou a distribuição de miniaturas de brinquedos para as crianças, fortalecendo o elo com os personagens. Durante os 5 anos do projeto estima-se que, entre visitas e contatos indiretos através das revistas, a Trupe da Saúde tenha atingido um público aproximado de 100 mil pessoas.
Recursos Necessários
- Cartazes 30
- Figurinos 8
- Fotolito 1
- Impressão 1
- Maquilagem 1
- Material gráfico (Divulgação) 1
- Projeto gráfico 1
- Revistas educativas 10 mil
Resultados Alcançados
Atendimento de aproximadamente 25 mil pessoas por ano;
Análise psicológica dos três primeiros meses de intervenções e do decorrer das demais edições:
Redução de stress frente aos procedimentos hospitalares;
Redução do stress dos familiares e acompanhantes;
Descontração no ambiente hospitalar;
Através da regularidade das visitas, estabelecimento de um vínculo forte entre palhaços e pacientes, proporcionando confiança, segurança e alegria;
Redução da ansiedade que a internação provoca;
O lúdico como forma de interagir, expressar e elaborar a angústia do internamento;
Sensibilização dos profissionais da saúde para o tema Humanização Hospitalar;
Interação com os brinquedos e revistas que são entregues aos pacientes, favorecendo o vínculo e tendo importância educativa.
Manutenção de 8 atores profissionais em cada edição do projeto, e integração de 2 estagiários e de uma equipe de voluntários durante a 5ª edição;
Tiragem de 10 mil revistas educativas por ano, com cada exemplar funcionando como multiplicador de acesso para 4 pessoas por revista. Estima-se um público atingido superior a 100 mil pessoas.
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