Problema Solucionado
O primeiro problema é que cada camiseta tem 160g de agrotóxicos aplicados no algodão, ou seja, 25% de todo o agrotóxico do planeta é aplicado no algodão; então buscamos poder adquirir um produto que não tenha agrotóxico, com uma tecnologia limpa em todo o processo.
O segundo é que numa cadeia produtiva o maior ganho fica com o atravessador; então construímos um processo sem atravessadores, ou seja, desde o agricultor até a costureira todos ganham entre 50% a 100% pelo seu trabalho em relação ao valor de mercado. Chegando ao consumidor final num valor justo e possível de ser adquirido, inclusive pelos que estão no processo produtivo.
Por ter valor agregado, os trabalhadores têm melhor qualidade de vida e de trabalho. Alem de diminuir os 25% de agrotóxicos jogados no planeta através do algodão convencional.
Descrição
A tecnologia é inovadora e envolve mais de 700 trabalhadores do Nordeste, Norte, Sudeste e Sul do Brasil, trabalhando em rede, ou seja, em cadeia produtiva. O algodão é plantado no Ceará de forma consorciada e ecológica; sem uso de agrotóxicos no plantio, toda a preservação é feita com água e com produtos naturais como o Nim, além das multiculturas, preservando o meio ambiente e a sustentabilidade dos agricultores. Esse processo de preservação é feito também da fiação até a confecção mantendo os cuidados com o produto para que não se contamine com o convencional, além de serem aproveitados todos os retalhos. As sementes da Amazônia são adereços e botões beneficiados ecologicamente. Como não há intermediário, todos ganham, ou seja, desde o agricultor até a costureira, todos ganham o dobro do mercado convencional, portanto, todos os que estão na cadeia fazem acontecer a distribuição de renda. O valor final de comercialização tem um valor agregado para garantir a sustentabilidade da cadeia. A Justa Trama é uma cooperativa de segundo grau e funciona como uma central das cooperativas que realizam as várias etapas. Justa Trama é a marca das roupas desde camisetas, saias, blusas, calças, bermudas, vestidos até colares comercializados. A marca tem registro, a tecnologia não.
Recursos Necessários
No meio rural: São pequenos agricultores e assentados de 9 municípios do Sertão do Ceará que vivem deste plantio diversificado (algodão, gergelim, milho, feijão... com controle ecológico. Os coletores de sementes ribeirinhas de Rondônia, que coletam as sementes tipo açaí, buriti, jarina, e não têm outra renda.
No meio urbano: as semente em Rondônia (trabalhadores artesanais e presidiárias que transformam em adereços e botões), também os tecelões e fiadores de Minas Gerais e as costureiras de SC e RS são moradores das periferias que geram renda pra suas famílias. São pessoas excluídas do mercado de trabalho formal.
Resultados Alcançados
Trabalhadores excluídos do mercado pelo desemprego, pelo latifúndio, por idade, e/ou mulheres se organizam em cooperativas e associações, plantam, fiam, tecem, beneficiam sementes e costuram, criam uma grande rede, fazem valer que a cooperação faz a diferença. Demarca a luta por uma nova regulamentação do cooperativismo.
Iniciamos em 2005 com 1,5 toneladas e, neste período de 5 anos, já produzimos em torno de 30 toneladas. Além de envolvermos 4 regiões do Brasil, também estamos enviando e ajudando no processo produtivo de mais um pais: a Itália. O valor dos produtos para os produtores é de 50% a 100% acima do valor de mercado, e quem produz pode adquirir o produto porque tem valor justo.
No período de fevereiro/março é plantado o algodão, colhido entre junho e julho. O beneficiamento do algodão (descaroçamento e compacto) acontece até outubro. Nos meses de novembro e dezembro acontece a fiação e tecelagem em Pará de Minas-Minas Gerais. A confecção das peças acontece a partir de janeiro em Itajaí – SC e Porto Alegre- RS, portanto temos um ciclo de um ano, sem contar os artesões de Porto Velho – RO que desenvolvem os acessórios e os botões aplicados de sementes da Amazônia. Iniciamos com uma tonelada e meia por ano, hoje já estamos com 10 toneladas. Iniciamos com 190 agricultores e hoje são mais de 300 agricultores; com a abertura de mercado também aumenta a produção de algodão e o processo acontece a mais curto prazo. Há também a possibilidade de duas colheitas que se intercalam com os agricultores do MS, os quais fazem a colheita em fevereiro, exatamente quando os agricultores do Ceará plantam. Com isso superamos nossa primeira maior necessidade que é algodão ecológico. Os demais processos fluem abraçados com a conquista de mercado, e podemos atingir todas as idades e sem limites geográficos.
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