Objetivo
O projeto socioambiental "Agroflorestal Sustentável + Saneamento Básico" contrIbui para redução da pobreza, através do desenvolvimento agrícola sustentável, baseado no legado das experiências dos Imigrantes Japoneses, que chegaram em
1929 para cultivar cacau, arroz e hortaliças na selva Amazônica Paraense. Enfrentaram as doenças tropicais, pobreza e atingiram a prosperidade e riqueza com pimenta-do-reino, elevando Brasil ao maior exportador mundial. As plantações
foram dizimadas pela fusariose em 1960, doença superada a partir de 1970 pelo desenvolvimento Sistema Agroflorestal em Tomé-Açu. O longo dos anos durante a disseminação da tecnologia Safta, através do projeto sociambiental, mostrouse que só estabelecer um sistema produtivo eficaz não é suficiente, mas sim complementar o elo de uma vida equilibrada e saudável. As tecnologias agroecológicas do Safta socioambientais para a produção Agroflorestal, tendo como foco
transformar áreas degradadas,contribui de forma efetiva ao "desmatamento zero" e proteção das águas com a garantia de economia, segurança alimentar e Saúde. O Saneamento Básico, de grande proteção a natureza será realizado com
implantação de Estações de Tratamento para transformar a água do Rio própria ao consumo Humano e sanitários ecológicos, reutilizando pneus, tambores plásticos como matéria prima de baixo custo, na construção de fossas
impermeáveis de grande durabilidade, evitando o contato dos dejetos humanos no solo / lençol freático, contribuindo na despoluição das águas. As soluções de saneamento básico, segundo IBGE está deficitária na zona rural em 76%,
beneficiará diretamente a área de saúde, além de contribuir no controle do mosquito Aedes aegypti, causador de epidemias da dengue, Chikungunya e Zika vírus nas Cidades. O projeto originou-se dos estudos da Universidade de Agricultura e
Tecnologia de Tóquio (Tuat), realizados no Brasil de 2011 a 2016, para aperfeiçamento tecnológico socioambiental, financiados pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), parcerias com a Cooperativa Agrícola Mista de
Tomé-Açu e Associação Cultural de Fomento Agrícola de Tomé-Açu, disseminados em 25 comunidades do Brasil, Bolívia e Ghana na África.
Problema Solucionado
A tecnologia social Safta, iniciou-se em 2001 para solucionar um processo de violência no campo, promovido por roubos, assaltos e invasões de terras, principalmente das amílias de Japoneses, que começavam a recuperar sua economia com a produção dos sistemas agroflorestais, elevação do preço da Pimenta-do-Reino e trabalhos eventuais no Japão. A Camta diante dessa violência, atingindo os cooperados, concluiu que os agricultores não associados, estavam em dificuldades econômicas por falta de conhecimentos das tecnologias agroflorestais. Eles aprenderam a cultivar no passado, trabalhando nas propriedades dos japoneses nos monocultivos de Pimenta-do-Reino, estavam vendendo suas terras, provocando êxodo rural e desemprego na região. Perante este cenário, a Camta tomou a decisão de transferir as tecnologias Agroflorestais cooperativistas para as comunidades, transformando o Safta em Tecnologia Social, iniciando-se os trabalhos na primeira unidade do Projeto Sócioambiental na Comunidade Quarta Região em Tomé-Açu no Pará.
Descrição
A novidade da tecnologia Safta, refere-se a transformação dos monocultivos migratórios de subsistência em policultivos sustentáveis agroflorestais, contem plando um aprendizado Coletivo na sequência de todas as fases das culturas. As comunidades reduziram aberturas de áreas na floresta, para migração dos cultivos tradicionais da Amazônia, gerando renda de forma sucessional, fechando-se a cadeia produtiva na comercialização, gerando renda na seguinte ordem:
1- Renda de curto prazo (2 a 12 meses), mediante cultivos temporários e semi-perenes de colheita rápida, nos espaços entre as culturas frutíferas e florestais, como hortaliças, arroz, milho, feijão, melancia, abacaxi, abóbora, maracujá, mamão e a banana de grande importância para sombreamento inicial dos cacaueiros, gerando renda familiar, segurança alimentar variada e saudável;
2- Renda de médio prazo (1 a 5 anos), produção de cultivos, perenes e semi-perenes como pimenta-do-reino, cacau, açaí, pupunha, dendê, pimenta-do-reino dendê dentre outras, para estabilidade econômica;
3- Renda de longo prazo (6 a 50 anos...), fazendo-se na sequência de colheitas dos cultivos perenes, que promovem estabilidade econômica aos produtores, com produtos de árvores nativas da Amazônia como Andiroba, Copaíba, Castanha do Brasil, seringueira, bacuri, mogno, ipê, promotoras do sombreamento definitivo dos cacaueiros, transformando as áreas degradadas improdutivas em bosques produtivos e sustentáveis.
A tecnologia Socioambiental Safta está estruturada em três pilares, garantia de estabelecimento Safta Coletivo e Reaplicação Individual:
I - PDC-Parcela Demonstrativa Comunitária - Estrutura base com sanitário ecológico, um viveiro para 1.000 mudas/família + poço artesiano para irrigação e fornecimento de água potável + 01 hectare de Safta comunitário;
II - PFS-Parcela Familiar Sustentável - Reaplicação das tecnologias vivenciadas na PDC, implantada 01hectare de Safta + sanitário ecológico nas áreas individuas dos participantes;
III – AT-Assistência Técnica - Realizada nos dias de trabalhos coletivos na PDC e PFS no mínimo por 04 anos, garantia de êxito dos investimentos do Safta, sem "assistencialismo" nas comunidades.
Recursos Necessários
A implantação da tecnologia Social Safta, realiza-se inicialmente pelo diagnóstico reunindo uma comunidade para estudar o cenário e analisar as vocações relacionadas ao sistema de produção, apoiado nos três pilares fundamentais de custos seguintes para uma Unidade para 10 famílias:
I - PDC-Parcela Demonstrativa Comunitária - Estrutura base com sanitário ecológico, um viveiro para 1.000 mudas/família + poço artesiano para irrigação e fornecimento de água potável + 0,5 hectare de Safta comunitário. Custo da PDC = R$ 67.000,00;
II - PFS-Parcela Familiar Sustentável - Reaplicação das tecnologias vivenciadas na PDC, implantada 01 hectare de Safta + sanitário ecológico nas áreas individuas dos participantes. Custo das 10 PFS = R$ 259.000,00;
III – AT-Assistência Técnica - Realizada nos dias de trabalhos coletivos na PDC e PFS no mínimo por 04 anos, garantia de êxito dos investimentos do Safta, sem "assistencialismo" nas comunidades. Custo da assistência por 06 anos da PDC + 10 PFS = R$ 450.000,00.
FONTE: Projeto Socioambiemtal Camta - 2017
Resultados Alcançados
O Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu - Safta, caracteriza-se por cultivar o solo através da produção sustentável com maior rentabilidade econômica-social e ambiental, conservando e recuperando os recursos naturais através da consorciação de plantas e/ou criações de pequenos animais na mesma área, de forma harmônica para garantir ao homem no campo, segurança alimentar e geração de renda a curto, médio e longo prazos. O Safta tornou-se uma estratégica para diversificação de produção, segurança alimentar e renda, que a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu - Camta, através de parcerias, intensificou a transferência das tecnologias agroecológicas Safta para 25 comunidades de agricultura familiar beneficiando de 2010 a 2017 mais de 5.000 pessoas de 1.125 famílias, somando escala do município de Tomé-Açu, para Acará, Mojú, Santa Bárbara, Igarapé-Açu e Abaetetuba no estado do Pará e seguiu para o Amapá e Amazonas. Extrapolou as fronteiras da Amazônia brasileira, chegando nas cidades de San Buenaventura e Ixiamas do norte de La Paz na Amazônia Boliviana. A convite da Onu / Fao em 2016, foram realizados estudos, através da Universidade de Agricultura e Tecnologia de Tóquio, para implantação de uma parcela demonstrativa Safta piloto na região cacaueira de Ashanti em Ghana, no continente Africano.
Público atendido
Agricultores
Agricultores Familiares
Assentados Rurais
Famílias de Baixa Renda
População Ribeirinha
Trabalhadores Rurais
Povos Indígenas
Povos Tradicionais
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