Objetivo
❖ Ressignificar as práticas masculinas, valorizando o cuidado, a equidade de gênero e a não violência.
❖ Estimular reflexões críticas sobre normas de gênero que limitam trajetórias e produzem desigualdades.
❖ Contribuir para o fortalecimento de políticas públicas e ações intersetoriais voltadas à promoção da saúde, da equidade e dos direitos humanos.
❖ Engajar homens e meninos em todas as fases da vida na corresponsabilidade com o cuidado, seja na saúde sexual e reprodutiva, na paternidade, no trabalho doméstico ou na vida comunitária.
❖ Ampliar o protagonismo dos homens em processos de transformação social, fortalecendo vínculos comunitários e práticas coletivas.
❖ Alinhar-se a compromissos internacionais como a Agenda 2030, especialmente o ODS 5, sobre igualdade de gênero, e o ODS 3, sobre saúde e bem-estar.
Problema Solucionado
As formas tradicionais de socialização masculina seguem vinculadas a modelos de poder, silenciamento emocional e uso da violência como recurso de afirmação. Esse padrão de masculinidade hegemônica gera efeitos nocivos não apenas para as mulheres, mas também para os próprios homens e para a sociedade como um todo, ao produzir violências, agravar problemas de saúde e reproduzir desigualdades estruturais.
Apesar disso, a construção das políticas públicas historicamente invisibilizou os homens como sujeitos de cuidado, concentrando esforços quase exclusivamente nas mulheres. Isso consolidou um vácuo institucional em que a responsabilidade pelo cuidado familiar e comunitário permaneceu desigualmente atribuída, reforçando estereótipos de gênero.
O Programa H surge como resposta a esse desafio, constituindo-se como uma estratégia inovadora para intervir em diferentes territórios e contextos. Sua proposta é engajar homens de todas as idades em processos de reflexão crítica e ação transformadora, ampliando suas possibilidades de exercer práticas de cuidado, corresponsabilidade e participação cidadã.
Descrição
O Programa H é estruturado a partir do ciclo SEPA – Sensibilização, Engajamento, Participação e Avaliação, que orienta a implementação em diferentes níveis.
Sensibilização: mobilização de gestores públicos, lideranças comunitárias, escolas, serviços de saúde e organizações sociais para criar um ambiente de apoio e compromisso coletivo.
Engajamento: criação de vínculos com os homens e suas famílias, assegurando adesão às atividades e legitimidade do processo.
Participação: realização de grupos reflexivos e atividades educativas, baseadas em metodologias participativas, rodas de conversa, dramatizações e uso de materiais audiovisuais que possibilitam adaptação intercultural.
Avaliação: monitoramento dos impactos, que se desdobram em dimensões diretas (nos participantes), indiretas (nas famílias e comunidades), ampliadas (na comunicação e campanhas), simbólicas (na mudança de valores e representações) e institucionais (na formulação de políticas e práticas programáticas).
O núcleo metodológico do Programa H está nos grupos reflexivos, conduzidos por facilitadores(as) formados(as) para criar espaços de diálogo seguro. Os encontros abordam temas como saúde, sexualidade, paternidade, violências, espiritualidade, direitos, cuidado comunitário e políticas públicas.
"O Programa também incorpora o uso de materiais audiovisuais, como as animações Minha vida de João, Era uma vez outra Maria e Medo de quê?, que abordam temas como divisão de tarefas domésticas, violência, sexualidade e cuidado parental. Por não conterem diálogos, esses vídeos podem ser adaptados para diferentes culturas, permitindo que os próprios jovens construam narrativas e debates a partir das imagens." - Destaque que os vídeos seguem disponíveis no YouTube como complementares à atualização e seguem atualizados até os dias de hoje.
Recursos Necessários
A implementação do Programa H requer uma estrutura mínima que combine elementos educativos, comunitários e institucionais:
❖ Formação qualificada de facilitadores(as), mobilizadores(as) e gestores(as) locais.
❖ Espaços adequados para encontros e atividades, com infraestrutura básica de som, vídeo e materiais lúdicos.
❖ Produção e utilização de recursos pedagógicos – como guias metodológicos, radionovelas, animações e roteiros reflexivos – capazes de dialogar com diferentes realidades culturais.
❖ Estratégias de comunicação e campanhas elaboradas de forma participativa, com engajamento de homens e comunidades na criação das mensagens.
❖ Instrumentos de monitoramento e avaliação sistemática, garantindo acompanhamento dos impactos diretos, indiretos, ampliados, simbólicos e institucionais.
Resultados Alcançados
O Programa H acumulou, ao longo de duas décadas, resultados expressivos e reconhecidos nacional e internacionalmente. As avaliações qualitativas e quantitativas realizadas em diferentes países demonstram a efetividade da metodologia para transformar normas de gênero e promover novas práticas de masculinidade.
Entre os principais resultados destacam-se:
❖ Impactos diretos: mudança de atitudes e práticas entre os participantes, incluindo maior envolvimento no cuidado, redução de comportamentos violentos e ampliação da corresponsabilidade familiar.
❖ Impactos indiretos: fortalecimento das redes comunitárias, replicação de práticas em serviços de saúde e educação, e engajamento de famílias.
❖ Impactos ampliados: campanhas comunitárias e midiáticas que alcançam públicos mais extensos, disseminando mensagens de equidade e cuidado.
❖ Impactos simbólicos: mudanças de valores e representações sociais sobre ser homem, com abertura de espaços de diálogo e escuta.
❖ Impactos institucionais e programáticos: incorporação do Programa H em políticas públicas nacionais e municipais, e sua articulação com outras metodologias, como os Programas M (empoderamento de mulheres jovens) e P (paternidade e cuidado).
Esse conjunto de resultados consolidou o Programa H como uma tecnologia social de impacto global, reconhecida por organismos internacionais, governos e organizações da sociedade civil, reafirmando sua relevância como instrumento de transformação das masculinidades e de fortalecimento da equidade de gênero.
Público atendido
Adulto
Profissionais da Saúde
Povos Indígenas
Povos Tradicionais
Organização Não Governamental
Idosos
População em Geral
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