Objetivo
Acelerar a transição para uma economia da floresta em pé, implementando mecanismos capazes de agregar valor às cadeias da sociobiodiversidade na Amazonia, valorizando as populações tradicionais e povos indivenas que vivem dentro de áreas protegidas.
Problema Solucionado
As atividades predatórias e ilegais são responsáveis pelas elevadas taxas de desmatamento na Amazônia. Os corredores de áreas protegidas onde vivem populações tradicionais e povos indígenas cumprem papel fundamental para conservação, funcionam como barreira ao desmatamento. Contudo estas populações não acessam mercados que valorizam e remuneram de forma justa essa produção. Por outro lado as atividades ilegais e predatórias que ameaçam constantemente esses territórios remuneram melhor no curto prazo que estas atividades sustentáveis.
Os produtos extrativistas que são principais fontes de subsistência e renda destas populações são manejados com baixo impacto às florestas, mas possuem cadeias longas, com muitos intermediários, com relações desiguais e pouca transparência, o que acentua desigualdades e exclusão. Sem mercados diferenciados e valorização dos produtos, essas populações tendem a migrar para atividades predatórias ou ilegais ou abandonam seus territórios em busca de oportunidades, deixando as áreas vulneráveis ao desmatamento. Os selos e sistemas de garantia, minimizam os riscos das empresas e permitem às comunidades acessarem mercados diferenciados com valor agregado
Descrição
A demanda para desenvolver um sistema de garantia para produtos oriundos de Territórios de Diversidade Socioambiental surgiu da necessidade de se criar mecanismos capazes de valorizar esses territórios e agregar valor aos produtos manejados por populações tradicionais e povos indígenas, associando-os ao patrimônio socioambiental destas áreas. Atualmente não existem instrumentos efetivos, nem públicos nem privados, capazes de valorizar em escala a produção agroextrativista e produtos, associando-os a origem socioambiental, e conectando os produtores a empresas e consumidores interessados em mercados mais éticos e diferenciados.
A partir desse desafio o Origens Brasil® foi desenhado e tornou-se uma iniciativa inovadora com forte componente tecnológico, desenhado para ser um negocio social e escalável.
Foi prototipado ao longo de 4 anos com amplo processo de consulta, participação e envolvimento tanto dos produtores quanto das organizações locais e das empresas, que envolveu ao todo 5 fases de desenvolvimento (detalhado no documento anexo - Fases de desenvolvimento) sendo elas: Pesquisa e desenvolvimento, delineamento e protótipo, piloto, lançamento e operação comercial e expansão e aperfeiçoamento (fase atual). A iniciativa possui uma abordagem bottom-up que diminui os intermediários, usa a tecnologia, governança em rede e comunicação, como pilares para aproximar o produtor do consumidor, promover relações comerciais mais éticas e construir as garantias necessárias através da rede de confiança formada por empresas, consumidores, produtores, e organizações locais.
O Origens Brasil® possui uma plataforma digital criada para a iniciativa capaz de fazer a gestão da informação das cadeias de suprimento de produtos da sociobiodiversidade, cujo objetivo é conferir transparência e controle interativo da produção e da comercialização nos territórios pelos produtores, empresas e consumidores.
A plataforma digital, recebe, armazena, sistematiza e disponibiliza as informações sobre os produtores, produção e comercialização dos produtos agroextrativistas, além de indicadores de impacto. Os diferentes membros da iniciativa (populações tradicionais e povos indígenas (produtores), organização comunitária, instituição de apoio e comprador) se cadastram e inserem dados e informações de forma colaborativa na plataforma.
Os dados e informações são coletados em campo via ODKs (Open Data Kit), a partir de dispositivos móveis (tablets e celulares) e posteriormente enviados a um servidor on-line (a plataforma do Origens Brasil®). O ODK pode ser utilizado mesmo sem conexão com a Internet ou serviço de telefonia celular no momento da coleta dos dados.
Os dados enviados para a plataforma são consolidados e ficam disponíveis para visualização pelos usuários em painel de gestão (dashboard), na forma de mapas georreferenciados, gráficos e tabelas, os além dos indicadores de avaliação de impacto, num formato amigável.
O Origens Brasil® confere ainda transparência e visibilidade aos produtos e suas histórias através de um selo, o Origens Brasil®. Por meio de um QR Code - que já é o próprio logotipo do Origens Brasil® -, o consumidor tem acesso a informações que vem da plataforma sobre o produtor, sua cultura, território de origem, forma de produção e comercialização do produto, através do celular (http://www.origensbrasil.org.br/produto.php?qrcode=5010)
A plataforma por sua vez, é gerenciada por um administrador (IMAFLORA), que tem a responsabilidade de zelar pela credibilidade do sistema, com foco em: avaliação de consistência dos dados fornecidos, análises de risco, visualização dos processos e acompanhamento dos indicadores de avaliação de impacto.
Todos os membros da iniciativa (empresas, produtores e organizações de apoio) fazem parte de comitês de governança do Origens Brasil® (http://www.origensbrasil.org.br/governanca) que se reúnem anualmente, com objetivo de promover reflexões sobre melhorias da iniciativa e aperfeiçoamento das relações comerciais entre as partes.
Por fim o Origens Brasil® atua também identificando e engajando empresas que consomem produtos da sociobiodiversidade e que estejam interessadas em construir relações comerciais diferenciadas, facilitando o estabelecimento de parcerias comerciais entre empresas e os produtores. A empresa então passa a fazer parte da iniciativa e assume compromisso de manter relações comerciais éticas, transparentes e duradouras com os produtores. A parceria comercial e seus impactos são monitoradas anualmente pelo Origens Brasil® e os resultados tornam-se publico (http://www.origensbrasil.org.br/empresas), de forma a contribuir para uma relação comercial diferenciada e de longo prazo que seja capaz de ser indutora de impactos positivos para as populações e seus Territórios.
Recursos Necessários
A iniciativa “aterrissa no chão” primeiro com a identificação dos territórios de diversidade socioambiental, que são corredores de áreas protegidas que tenham populações tradicionais e povos indígenas manejando produtos da sociobiodiversidade com potencial de mercado. Após identificar os territórios potenciais, as organizações locais são consultadas e envolvidas no processo de aterrissagem.
Considerando então que a unidade de tecnologia, seria a aterrissagem do Origens Brasil® em um novo território, os recursos materiais necessários são:
- Realização diagnostico para identificar o potencial do território e consultas/engajmento dos atores locais.
- Realização de treinamento para as organizações operarem o Origens Brasil.
- Fornecimento de tablets para cadastro dos produtores, da produção e coleta de dados.
- Encontro anuais das instancias de governça: Comites Territoriais, Empresariais e Conselho (entenda mais em: http://www.origensbrasil.org.br/governanca).
- Preparação do site e plataforma para incorporar o novos territórios, produtores e produtos.
- Manutenção anual da plataforma tecnológica (servidor e help desk).
- Ações de comunicação e mercado para engajamento de empresas e promoção da conexão comercial.
Expansão para novo Território: TOTAL = Aproximadamente 500.000
Diagnostico
Treinamentos
Tablets e materiais cursos e comunicação
Encontros anuais da governança
Manutenção/preparação do site e plataforma
Ações de mercado e comunicação
Equipe técnica Origens Brasil
Resultados Alcançados
Os resultados do Origens Brasil® bem como o seu avanço anual podem ser conferidos nos nossos relatórios anuais públicos em: http://origensbrasil.org.br/pub| http://origensbrasil.org.br/media/relatorio-origens-brasil-2019.pdf
Alguns resultados:
- Atuação do Origens Brasil® em 4 grandes territórios: Xingu, Calha Norte, Rio Negro e Solimões, que juntos totalizam mais de 52 milhões de ha;
- Atuação em 36 áreas protegidas nesses territorios, por meio da atuação dos membros da rede Origens Brasil®
- 1.881 produtores membros de 49 etnias que participam da rede.
- São 66 organizações comunitárias e de apoio técnico membros da rede (algumas delas em: http://www.origensbrasil.org.br/organizacoes.php
- 30 empresas membros (http://www.origensbrasil.org.br/empresas) que mantem relações comerciais éticas com essas populações.
- 51 produtos e infredientes da sociobiodiversidade (http://www.origensbrasil.org.br/produtos)
- Transação de R$ 9,8 milhões na plataforma do Origens Brasil®.
Por fim, para monitorar o impacto das relações comerciais diferenciadas nos territórios e nas populações, foi desenvolvido com participação das organizações locais, empresas e instituições de apoio um sistema de monitoramento de impacto. Foram criados 21 indicadores sociais, ambientais e econômicos, medidos em campo, sendo que 4 deles são dedicados a avaliar o impacto na perspectiva das mulheres e jovens. Dos produtores membros, 703 são mulheres e 303 jovens.
Os resultados preliminares mostram que as comunidades envolvidas tem conseguido estabelecer relações comerciais de forma direta com as empresas e com maior agregação de valor, pagamento de sobrepreço frente ao preço local e tem contribuído para a valorização do modo de vida tradicional.
Público atendido
Povos tradicionais
Povos indigenas
Populacao ribeirinha
Quilombolas
Tecnologias Sociais Semelhantes
Manejo Pesqueiro Paumari
Fossa Alta Comunitária
Prática Educomunicativa De Produção De Videoclipe Ambiental Com Músicas Amazônidas
Flores Do Sertão