Problema Solucionado
A população em situação de rua representa a maior evidência da desigualdade e da exclusão social das sociedades. Sendo esta, excluída materialmente, culturalmente e socialmente, devido à discriminação da sociedade.
O Brasil não conta com dados oficiais sobre esta população, o que prejudica a implementação de soluções efetivas e reproduz a invisibilidade social dessa população aos olhos da sociedade.
Estima-se que existiam, em 2015, 101.854 pessoas em situação de rua no Brasil (IPEA, 2014). Trata-se de uma realidade presente nas pequenas e grandes cidades, no Brasil e no mundo, vide países como Portugal e Canadá, reconhecidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano muito alto, e que hoje possuem uma unidade da tecnologia social Mini Gentilezas.
A tecnologia social Mini Gentilezas trata dois fatores intrínsecos de exclusão da pessoa em situação de rua: acesso à saúde e higiene pessoal; e combate a violência simbólica, através da conscientização e autogestão por parte da sociedade civil.
Ao tempo que, abrange como base para a efetividade do impacto social pretendido o fomento da cultura da doação e a promoção d voluntariado, como objetivos específicos norteadores da tecnolo
Descrição
Considerando que, a tecnologia trata de uma rede de mobilização:
1. Pessoas físicas se cadastram como voluntários para atuar como Pontos de Coleta e/ou Voluntários Centrais.
1.1 Pontos de coleta são os voluntários responsáveis pelos locais onde as pessoas podem fazer a entrega de suas doações. São pontos de coleta: casas, condomínios ou escritórios de voluntários; empresas, nacionais e multinacionais, estabelecimentos comerciais, academias, escolas, agências de turismo, shoppings, universidades; organizações públicas, organizações da sociedade civil e igrejas.
1.2 Voluntário Centrais são responsáveis por cada unidade local do projeto, tem como função o processo de triagem: separação dos itens em condições de uso, contabilização, monitoramento de resultados locais, relatórios, logística de repasse dos itens em lotes para os Parceiros Mini e prestação de contas para a Argilando.
2. Organizações da Sociedade Civil e iniciativas de atendimento a população em situação de rua se cadastram para serem Parceiros-Mini.
2.1 Parceiros Mini são os responsáveis por fazer o repasse dos itens as pessoas em situação de rua, bem como, por diagnosticar as demandas transversais próprias de cada unidade.
3. Doadores dialogam com o projeto através dos canais de comunicação e são responsáveis pela entrega dos itens nos ponto de coleta, que são divulgados e atualizados de forma contínua nas redes sociais do projeto.
Entre os produtos mais arrecadados estão as miniaturas de shampoo, condicionador, sabonete e hidratante, considerando a significativa demanda por escovas e pastas de dente, absorvente, desodorante e barbeador descartável.
A metodologia tem como principais demandas operacionais: gestão dos voluntários; efetividade da comunicação; prospecção de parcerias; monitoramento dos resultados; e continuo processo de pesquisas em busca de ampliação e aprimoramento.
Atualmente, a questão é tratada pela Política Nacional para a População em Situação de Rua (decreto nº 7.053 de 2009), que dispõe no art.5º, X e art.7º, I e V, os eixos que preconizam o a tecnologia do Mini Gentilezas: implantação e ampliação das ações educativas destinadas à superação do preconceito; assegurar o acesso (...) de saúde; e desenvolver ações educativas permanentes que contribuam para a formação de cultura de respeito, ética e solidariedade entre a população em situação de rua e os demais grupos sociais.
A micropolítica da doação deixa flagrante a necessidade que temos de pertencer a um mundo que nos seja comum, e para tal, é preciso que cada um contribua com a sua parte, mais agente e presente, nesta expressão e experiência de comunidade.
Todo gestual da experiência de doação, promovido pela organização Argilando no projeto Mini Gentilezas, se justifica pela possibilidade concreta de sermos uma espécie de ponte que reúne demandas sociais, ainda carentes de políticas públicas comunitárias efetivas, ao mesmo tempo que as atravessa, como que enquanto uma passagem, ao encontro dos níveis de impacto sociais e transformações pretendidos, com foco no atendimento a pessoas em situação de rua.
Recursos Necessários
A tecnologia não requer recursos materiais para a implementação de uma nova unidade. No entanto, faz-se contar que:
a. Cada nova unidade equivale ao aumento de 3,2% dos custos fixos da organização.
b. O percentual de 3,2% dos custos fixos equivale a R$ 1.804,80 por ano, R$ 150,40 por mês;
c. Os custos fixos não englobam o investimento necessário em recursos humanos, que acompanha a demanda de ampliação.
c. Recursos materiais tratam do aprimoramento do projeto em âmbito global, mediante aquisição de software e desenvolvimento de aplicativo, previsto para 2020.
Resultados Alcançados
Em 12 de maio de 2019 o Mini Gentilezas completa 03 anos de atuação, com:
• 237 Pontos de coleta;
• 328 Voluntários mobilizados;
• 89 Organizações da Sociedade Civil e iniciativas beneficiadas;
• 121 mil atendimentos realizados a pessoas em situação de rua;
• 1.119.996 milhão de itens de higiene distribuídos.
Presente em:
• 78 cidades;
• 19 estados brasileiros e Distrito Federal;
• 6 países: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Portugal, Argentina e Colômbia.
Nesse sentido, voluntários, organizações da sociedade civil e pessoas em situação de rua são igualmente público-alvo desta tecnologia.
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