Problema Solucionado
As relações entre escola, comunidade e territórios são fundamentais para o desenvolvimento de ideais, projetos, sonhos e realizações coletivas. Sabemos que uma comunidade precisa viver em plena habilidade social para enfrentar as diversidades e transformações do mundo contemporâneo. Juntar pessoas e suas expertises de trabalho e habilidades e competências políticas e sociais em torno de mudanças, ainda é uma tecnologia social que pode mudar o mundo. A cultura dialógica e a interação são práticas que desenvolvem a capacidade de enfrentar os desafios e gerar soluções locais a partir dos potenciais humanos e a adaptablidade as realidades diversas. Fortalecer as instancias funcionais deste sistema é acreditar no capital humano e sua capacidade de se reinventar frente aos problemas identificados. Uma tecnologia social serve para ampliar e leque de soluções, customizando suas características peculiares aquele território. A metodologia cocriativa de comunidades Educadoras Sustentáveis traz um recurso que facilita o processo de desenvolvimento local, pois convida os atores a mergulharem em uma visão sistêmica e integra para soluções locais, gerando conhecimento autônomo e criativo.
Descrição
Cocriar ideias e ações remete à colaboração de pessoas em torno de um objetivo comum. Para tanto, será necessário sensibilizar e mobilizar os envolvidos no processo de modo que se comprometam a contribuir e pensar soluções para desafios coletivos. Nessa metodologia os participantes são os próprios protagonistas da transformação que desejam, somando esforços para que o objetivo seja alcançado, e os ganhos compartilhados. Dessa forma, todas são corresponsáveis.
Nossa metodologia considera como eixos sistêmicos, as seguintes dimensões de aprendizagem: Educação Patrimonial; Permacultura; Cultura de Paz; Formação em serviço; Tecnologia da Informação e Comunicação; Cidade Educadora e redes de aprendizagens; 7 pilares da Educação.
Para aplicar o método aqui apresentado, será necessário mobilizar as seguintes instâncias funcionais (**) envolvidas diretamente com a escola e comunidade, quais sejam:
Diretores, coordenadores pedagógicos, tutores, professores e funcionários;
Organizações sociais com participação direta na escola e comunidade;
Grupo de jovens, famílias e lideranças comunitárias do entorno;
Gestores das Secretarias de Educação, meio ambiente, cultura e desenvolvimento social e outras;
Grupo de idosos da comunidade do entorno;
Comércio local e empreendedores em geral;
Universidades, Faculdades, escolas públicas técnicas e municipais;
(**Estrutura de coordenação colaborativa que emerge de processos co-criativos e que garante a sustentabilidade de gestão de projetos e programas)
CICLO DE INTERAÇÃO E APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO INTEGRAL E COMUNIDADE
O processo de mobilização dos envolvidos acontece com a realização de Ciclos de Interação e Aprendizagem em E. Integral, envolvendo a instância funcional da escola, onde são realizadas práticas de sensibilização sobre o estado da arte da educação no mundo. Neste momento inicial de vivência, o objetivo é estimular a reflexão sobre a problemática global da educação, motivando os participantes a pensarem nos desafios locais. O desafio maior é surpreender os participante com o conceito de glocalidade, que representa o pensar global e agir local, mostrando-lhes que há caminhos a serem construídos juntos e colaborativamente.
1ª Momento: Sensoriamento presencial
Os encontros formativos serão realizados com toda comunidade educativa, ou seja, diretores, coordenadores pedagógicos, tutores, professores e funcionários. A proposta inicial é a realização de dois ciclos envolvendo os convidados acima citados. 2 encontros presenciais complementares de 8h cada, com até 30 participantes;
No ciclo de interação são realizadas reflexões por meio de dinâmicas que compartilham conhecimentos e conceitos utilizando os círculos de cultura (Paulo Freire) e a polinização cruzada (netweaving), gerando, a partir destas interações, reflexões e novos saberes sobre os temas (geradores) desenvolvidos. O resultado esperado é facilitar processos de aprendizagem em que os envolvidos possam estar sensíveis e capacitados a perceber as mudanças identificadas, e torna-se co-responsáveis pelos novos paradigmas da educação.
2º Momento: Sensoriamento a distância
Neste segundo momento, o grupo que passou pelo Ciclo de Interações e Aprendizagem em Ed. integral estará habilitado a iniciar o processo de cocriação da comunidade ou cidade educadora. Para tanto, irão individualmente entrar no grupo ONLINE da Rede Juntos pela Educação Integral, hospedado no facebook, e posteriormente no site. Neste ambiente será possível acompanhar os temas emergentes e iniciar a organização da semana de cocriação. O resultado esperado é que os membros do grupo possam estar empoderados no conceito e incentivados a convidar outras instâncias funcionais a estar mobilizadas para a semana de cocriação.
SEMANA DE COCRIAÇÃO DA COMUNIDADE EDUCADORA (40h presenciais)
A semana de cocriação é um momento que celebra a dialogicidade e a conversação, potencializando a troca de saberes visando à construção de horizontes comuns, entre e com atores sociais diretamente envolvidos com as questões pertinentes a sua área. Esta simples ferramenta impulsiona novos processos de aprendizagens, promovendo a ampliação do gradiente de interações da comunidade escolar com seu território, construindo e vivenciando sua própria práxis em educação integral. É importante salientar que o desenho da semana de cocriação não é hegemônico para todas as escolas, ou seja, os Ciclos de Interação é que irão produzir o modelo a ser seguido como referencial local.
Para cada dia da semana, de segunda a sexta-feira, manhã e tarde, as instâncias funcionais serão convidadas a se integrar neste circuito de conversação - cada dia participando instâncias funcionais diferenciadas - com base nos temas geradores que foram anteriormente produzidos durante os Ciclos.
Os temas geradores serão os mediadores do processo criativo, facilitando os momentos de cocriação e validando os compromissos e co-responsabilidades assumidos pela comunidade educadora local.
Recursos Necessários
- Uma comunidade com problemas e ao mesmo tempo com potenciais de soluções de organização política e social, relações institucionais, evasão escolar, baixa estima comunitária, sem líderes responsáveis e poucas ações coletivas educadoras;
- Uma escola ou sede de uma associação que atenda a comunidade, equipada com salas, cadeiras, mesas e energia elétrica.
- Material de papelaria para 30 pessoas (Canetinhas, cartolinas, papel madeira, cartões, lápis de cera etc)
- Datashow;
- Uma articulação de comunicação convidando as instâncias funcionais públicas para participarem do processo de co-criação; (Secretarias de Educação, Cultura, Assistência social, Segurança, infra-estrutura e Saúde;
Resultados Alcançados
Ao longo de toda construção e implementação da metodologia de co-criação de comunidades Educadoras podemos destacar os seguintes resultados até então na comunidade de Cachoeira Maranguape:
- Os vínculos relacionais e de interação entre escola, comunidade, poder público e lideranças comunitárias foram fortalecidos e reconhecidos como condição básica para o desenvolvimento de toda comunidade;
- Reconhecimento do valor patrimonial da história da comunidade pelos moradores, por seus líderes, seus fazeres e saberes ancestrais e sua capacidade de resolver os problemas locais autonomamente.
-Empoderamento de lideranças jovens dentro da comunidade e reconhecimento de outros atores que atuavam isoladamente em suas questões;
- A comunidade de Cachoeira foi atuante através de seus líderes na revisão do Plano Municipal de Educação de Maranguape, inserindo no texto algumas metas para construção de uma política pública para a cidade educadora;
- A escola e comunidade foram identificadas e reconhecidas pelo MEC por meio do Programa Inovação e Criatividade na Educação Básica - 2015;
- O projeto foi convidado pela Associação Internacional de Cidades Educadoras a apresentar a metodologia de co-criação no XII Congresso Internacional de Cidades Educadoras na cidade de Rosário na Argentina em 2016;
- Foi ganhador do XII Prêmio ItaúUNICEF 2015 na categoria regional Nordeste;
Esta metodologia cocriativa, sendo uma tecnologia social, e portanto uma ferramenta intuitiva, deve ser aplicada considerando as relações entre as instâncias funcionais do território, as demanda identificadas, customizando as formas e os conteúdos mediante as especificidades locais.
Consideramos que um dos importantes diferenciais da presente metodologia é o fato de fundamentar-se nos conceitos da Ecomuseologia e da Nova Ciência das Redes, proporcionando, assim, a todos os envolvidos, experiências e/ou vivências de novas estruturas, gradientes e padrões de organização e regulação.
A Fundação TERRA e Rede Juntos pela Educação Integral considera que utilizando-se desta tecnologia social potencializaremos a aldeia global, promovendo a humanização das relações, o intercâmbio de experiências, somando esforços e partilhando compromissos para uma nova educação.
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