Problema Solucionado
A Tecnologia Social ISONOMA dirige-se à Incubação e emancipação de grupos de artesãos juntos há pelo menos três anos, dos quais 98% são mulheres, em situação de vulnerabilidade social. População residente em comunidades tradicionais: ribeirinhas , quilombolas e gerazeiros que encontram-se voltadas para produção coletiva de peças artesanais, utilitárias e decorativas.
O desafio da ação é reunir governo, parceiros da Sociedade Civil, Universidades e artesãos dentro dos princípios do comércio justo e solidário. Indiretamente pretende-se contribuir com o combate ao trabalho infantil pelo viés do fortalecimento de vínculos das famílias; pelo fomento das práticas solidárias preservando a cultura local. Outra perspectiva é continuar atendendo 50 artesãos de 10 grupos/associações de artesanatos nos municípios do Norte de Minas Gerais, considerando a distância entre eles: Januária, Itacarambi, Manga, Matias Cardoso, Pai Pedro, Catuti, São Francisco, São João da Ponte e Montes Claros. Monitorar e avaliar a evolução dos Empreendimentos Solidários com a metodologia do Balanced Scorecard (BSC) que permite levantar e mensurar indicadores quantitativos e qualitativos dos grupos.
Descrição
A Tecnologia Social ISONOMA, metodologia de Incubação de Empreendimentos Econômicos, criada no âmbito do projeto “Reciclando Oportunidades: Gerando Trabalho e Renda” abrangeu inicialmente 17 municípios do Norte de Minas Gerais com o objetivo de fomentar e organizar a incubação de 18 associações/grupos produtivos formados por famílias em situação de vulnerabilidade social e protagonistas do trabalho infantil. Atenta à valorização dos direitos da criança e do adolescente e às práticas de economia solidária. O processo de incubação mobilizou, assessorou e capacitou empreendimentos ou de artesãos não tanto organizados na direção da produção coletiva, autogestão, ascensão dos produtos à condição de competir no mercado consumidor de forma digna, solidária e sustentável, a partir das seguintes fases: Pré-Incubação; Incubação e Emancipação.
Pré Incubação: fase da aproximação: identificação e conhecimento através, do diálogo, da confiabilidade, da troca de experiências entre as artesãs (os) com a equipe técnica e da conquista de uma rede de parceiros. Composta das seguintes atividades: a) mobilização de gestores municipais quanto a legitimidade das ações do projeto na municipalidade, e a necessidade de recursos físicos e materiais; b) identificar e sensibilizar os artesãs (os) para a construção da proposta e sua adesão às ações do projeto; c) pesquisa de diagnóstico utilizando-se da ferramenta (Balanced Scorecard -BSC), que traduz o panorama e as necessidades estratégicas em quatro perspectivas de desempenho: 1-conhecimento e pessoas; 2-processos internos; 3-recursos financeiros e mercado/parceiros; 4 diagnóstico de gestão: identificação das vulnerabilidades e das potencialidades.
Incubação: Desenvolvimento de assessorias e cursos de acordo com as perspectivas diagnosticadas pelo BSC:
1) Conhecimento e Pessoas operacionalizada nas oficinas de fortalecimento de vínculos para potencializar os vínculos familiares e entre os membros de cada empreendimento através de: espaços de escuta, acolhimento e interlocução das diversas situações das vivências práticas de trabalho e familiares, reflexão sobre as formas de comunicação, diálogo e estabelecimento de regras de convivência. Abordou-se ainda os conceitos de Empreendedorismo, a construção de planos de ação de cada empreendimento, a valorização da criança e do adolescente monitorando a ocorrência do trabalho infantil no seio das famílias atendidas. Ocorreram orientações e encaminhamentos onde se fizeram necessários.
2) Processos internos: Oficinas de Gestão de pessoas devolução e reflexão do diagnóstico de cada empreendimento; vivências do processo de produção e experiências de práticas com ênfase na cooperação, solidariedade e sustentabilidade; e ainda a formação de agentes multiplicadores; os encontros foram por Microrregiões para facilitar a integração e o intercâmbio entre os artesãos.
3) Perspectiva financeira- Oficinas de Gestão: trabalhou-se os conceitos de Gestão Financeira, cálculo de custos, estudo do preço justo e solidário, identificação de melhores formas de aquisição da matéria-prima, revisão de metas e planejamento de ações entre elas o fomento da Rede de Colaboradores para ampliar os espaços de discussão e diálogo, a troca de experiências, e o desenvolvimento de ações sinérgicas.
4) perspectivas de mercado. Perceber a perspectivas do mercado consumidor para orientar a produção e o aprimoramento técnico. Trabalhou-se em Assessorias de controle de Qualidade, de técnica artesanal de customização simples, oficinas de cores, de avaliação dos produtos em relação ao acabamento, tamanho, simbologia, sustentabilidade e inovação. Cada empreendimento definiu seu produto padrão, foi sugerido novas técnicas de pintura, textura, modelagem, conservação, durabilidade e a valorização da cultura local.
Emancipação- Fomentar a comercialização e inserção dos produtos no mercado de negócios: grande desafio dos empreendedores artesanais distantes dos grandes centros urbanos exigiu a criação de canais que viabilizassem a participação em eventos e feiras; estimular a implantação de pontos fixos de comercialização nos municípios; e a criação de uma marca de referência para o artesanato oriundo dos empreendimentos incubados.
Para situar a capacidade de autogestão do negócio e de penetração dos produtos no mercado, utilizou-se dois instrumentos: A) pesquisa para mensurar a evolução quantitativa e qualitativa dos empreendimentos analisando as variáveis que compõem as 04 perspectivas do BSC. A análise comparativa entre os dois diagnósticos (fase inicial da pré -incubação em 2013 e fase final de incubação em 2015);
B) grupo focal verificou o nível de amadurecimento dos empreendimentos em relação a vulnerabilidade social (renda com o artesanato, renda familiar, inserção em projetos, atuação da rede); cooperação, solidariedade, comunicação, liderança, nível de satisfação e confiança no grupo, melhoria na organização do empreendimento, na qualidade do produto e na comercialização.
Recursos Necessários
A proposta prevê a incubação de uma unidade produtiva durante 12 meses, composta de pelo menos 15 membros, localizada na região metropolitana de BH e que esteja funcionando ainda que de forma precária e desorganizada.
O processo de Incubação inclui assessorias: gerencial, mercadológica, de processos internos, oficinas de vínculos, capacitação técnica, fomento de oportunidades de comercialização.
Os materiais necessários para as atividades previstas são:
Material Didático
• Custo de Publicidade
• Custo de deslocamento da equipe técnica
• Participação em Feiras, Eventos ou Seminários
• Fomento de insumos e equipamento para o empreendimento incubado
Resultados Alcançados
A efetividade da metodologia de incubação iniciada em 2014 se ancorou em quatro eixos: Formação/Assessorias, apoio à pessoa/Famílias, Rede de Parceiros e Comercialização.
Formação/Assessorias. 13 empreendimentos finalizaram o processo, desses 10 (77%) atingiram o índice técnico recebendo o Laudo Técnico de capacidade de autogestão e penetração no mercado de negócios. 66% dos artesãos participaram de todo o processo de incubação.
Apoio às famílias- (Oficinas fortalecimento de vínculos) aumentou em 8% o apoio dos familiares (sobretudo dos cônjuges) na valorização do trabalho das mulheres. Nos relacionamentos interpessoais o diálogo e a união entre os empreendedores cresceu em 48%, cresceu também a amizade o companheirismo e a receptividade à inclusão de novos membros nos negócios;
Rede de Parceiros; na capacidade de articulação e mobilização da Rede resultou em: a) no comprometimento de 17 Gestores Municipais que assinaram o Termo de Cooperação Técnica disponibilizando equipe técnica para acompanhar as ações do projeto na municipalidade; b) na efetivação de 17 parcerias com Universidades, Empresas privadas, Entidades da sociedade civil e Governo Estadual; c) mobilização e capacitação de 170 multiplicadores que estenderam o processo de incubação para outros 15 empreendimentos, totalizando 28 empreendimentos acompanhados; d)Criação da marca “Mãos do Norte de Minas Gerais” e certificação de 106 tipos de produtos artesanais que levam o nome da marca estando aptos para a comercialização.
A abrangência conquistada na região e em nível estadual propiciou aos empreendimentos a participação em 11 Feiras e 14 Eventos de Economia Solidária; a) efetivou intercâmbio de experiências com 04 Entidades de Apoio e Fomento da Economia Solidária (INCUBATECS, ITCP/UNIMONTES, CARITAS/Januária; Fórum Regional de Economia Solidária); b) articulou a criação de 02 Fóruns Municipais de Economia Solidária nos municípios de Janaúba e Itacarambi; d) implantação de 08 pontos fixos de comercialização nos municípios e a criação de um ponto de Referência de Comercialização em Montes que agregou os 10 empreendimentos emancipados (e com possibilidade de agregar novos artesãos); e) Abriu perspectivas de mercado para o artesanato dos grupos representados pela marca Mãos do Norte que ficará sobre a guarda de um dos grupos emancipado e em condições de assumir a responsabilidade de dar continuidade às premissas dos grupos incubados pela T.S ISONOMA após o encerramento do projeto em 30/06/1
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