Problema Solucionado
A região de abrangência de nossos projetos se caracteriza pela extrema pobreza de suas populações, inexistência de oportunidades de trabalho para jovens e pessoas da idade mais avançada. A população desses bairros é formada, em sua maioria, por pessoas que migraram dos estados do Nordeste do Brasil para a capital paulista em busca de oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. Os moradores dessas comunidades buscam compor seu orçamento através de serviços temporários que exigem pouca qualificação profissional, como trabalhos de eletrecista, ajudante de pedreiro, diaristas, faxineiras, lavadores de carros, etc. Porém, grande parte da população economicamente ativa desses bairros encontra-se desempregada, e por vezes, a distribuição de cestas de alimentos por parte da prefeitura é a única fonte de alimentação para muitas famílias. A zona leste de SP ainda é considerada a "cidade dormitório" da capital, no entanto é a região mais populosa e com maior número de desempregados. A necessidade de criação de empregos alternativos para a inclusão de pessoas com baixa escolaridade, idade mais avançada e pouca qualificação profissional é uma temática urgente.
Descrição
A CIDADES SEM FOME transforma terrenos públicos e particulares da periferia da megacidade de São Paulo, em hortas comunitárias. O projeto, nessas regiões periféricas, conhecidas pela vulnerabilidade e pela carência de suas comunidades, visa melhorar a precária situação dos habitantes através de projetos sustentáveis de agricultura urbana, baseados em processos de produção orgânica. Esse projeto visa utilizar áreas públicas ou privadas que não tenham utilização específica, para a implantação e desenvolvimento de hortas a fim de proporcionar às comunidades carentes, oportunidades de trabalho, meios para capacitação profissional e geração de renda através da comercialização dos produtos obtidos pelos participantes do projeto. Tem por objetivo também, combater a desnutrição e melhorar a qualidade de vida das comunidades, uma vez que busca viabilizar o acesso a alimentos saudáveis e nutritivos além de trazer benefícios de caráter ambiental para esta população. A forma de atuação do projeto “Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias” consiste na implantação de hortas comunitárias em áreas urbanas de grande concentração habitacional e esta iniciativa possui, como público prioritário, comunidades carentes que ocupam a periferia da Região Metropolitana de São Paulo. A proposta visa, sobretudo, oferecer alternativas para o desenvolvimento local dessas comunidades e minimizar os riscos e as condições de vulnerabilidade a que estão sujeitas. O projeto busca fomentar uma mobilização comunitária (sem, no entanto, isentar o poder público de suas responsabilidades) e, por meio da implantação de hortas em terrenos baldios e áreas subutilizadas, garantir, além de uma fonte de geração de renda, o aproveitamento de mão-de-obra ociosa ( principalmente de mulheres e pessoas da terceira idade), o fornecimento de alimentos frescos cultivados em bases orgânicas, contemplando, também, a questão da segurança alimentar e do ganho de auto-confiança por parte dos envolvidos. Também busca incentivar o cooperativismo e difundir princípios e uma consciência ecológica através da realização de oficinas e de práticas de Educação Ambiental. Almeja, portanto, atuar positivamente sobre questões de relevância social, econômica e ambiental. A criação e manutenção destas hortas proporciona uma melhora das condições de vida desta parte da população, oferecendo oportunidades de trabalho, capacitação profissional dos participantes e de seus dependentes, a geração sistemática de renda com a comercialização de legumes, hortaliças e frutas produzidos pelo projeto, uma agregação de valor após o processamento destes produtos e a formação de cooperativas ou associações abrangendo os núcleos de produção. Ao criar possibilidades para auferir renda de forma autônoma e promover uma capacitação profissional, o projeto fornece instrumentos que também viabilizam o rompimento com o ciclo assistencialista a que diversas famílias se submetem devido à falta de alternativas para que se desenvolvam de forma digna.
Recursos Necessários
Áreas públicas e privadas que possam ser aproveitadas e utilizadas de forma legal para o desenvolvimento de projetos de agricultura urbana
Ferramentas
Maquinários simples - um trator tobata pequeno
Sistemas simples de irrigação
Captação de águas das chuvas
Insumos como mudas, sementes, compostos orgânicos
Palhadas, cortes de grama (cobertura morta)
Resultados Alcançados
Econômicos:
•Geração de renda média de 1 salário mínimo por família, em casos mais bem sucedidos, alcançou até 2 mínimos;
•Contribuição para a erradicação das condições de pobreza absoluta das famílias. Através do desenvolvimento de uma atividade produtiva, obteve-se renda com a venda dos produtos e reduziu-se os gastos com a compra de alimentos;
•Aproveitamento de áreas sem utilização com atividades produtivas, constitui-se em mais uma alternativa econômica para as comunidades.
•Nos casos em que a exploração de hortas comunitárias é considerada complementar às receita das famílias, a mesma contribui para uma diversificação de renda que, em casos de demissões do vínculo empregatício principal, as famílias não ficarão totalmente desamparadas até conseguir um novo emprego;
Ambientais:
•A melhora da gestão de espaços públicos e/ou privados, devolvendo-lhes aplicabilidades ambientais;
• Substituição de terrenos baldios por áreas verdes e produtivas;
•Aproveitamento de solos expostos e sujeitos a atuação de processos erosivos;
•Aproveitamento de dejetos orgânicos para a melhoria da fertilidade do solo e aumento da produtividade e produção de alimentos;
•Melhoria da paisagem do bairro, dando melhor aparência urbanística;
•Aproveitamento de áreas e redução de depósitos de lixo e proliferação de insetos e roedores.
•Incremento das reservas de águas subterrâneas devido à maior infiltração das águas pluviais;
•Coleta e utilização de sobras orgânicas para a produção de compostos orgânicos;
•Permitiu a criação de espaços para a volta dos agentes da biodiversidade como pássaros, borboletas, abelhas, etc
Sociais:
•Maior segurança nas comunidades, proporcionada pela ocupação de terrenos baldios, acabando com as áreas abandonadas, local de refúgio de deliquentes e usuários de drogas.
•Geração de trabalho e renda para 150 famílias, beneficiando 900 pessoas indiretamente;
•Geração de trabalhos diretos e indiretos;
•Incremento da participação da população da tomada de decisões pela representatividade das associações formadas;
•Redução dos níveis de pobreza da população;
•criou oportunidades de trabalho para grupos excluídos do mercado formal de trabalho, como pessoas com idade avançada, moradores de rua, desempregados entre outros com baixa ou nenhuma escolaridade. Para estes, a inserção nas atividades do projeto Cidades sem Fome/Hortas Comunitárias significou a reconquista de sua cidadania.
A ONG CIDADES SEM FOME inova o conceito das Hortas Comunitárias e as transforma em Negócios Sociais sustentáveis.
A inovação consistiu em dar um novo significado para as conhecidas Hortas Comunitárias, que na maioria das vezes eram construídas sobre um modelo de natureza ideológica, de socialização ou de terapias ocupacionais. Ao utilizá-las como ferramenta, criamos oportunidades de geração de renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Transformamos um processo embrionário e semi-adormecido em um "Negócio Social" aproveitando as potencialidades locais e as demandas sociais existentes em nossa cidade. Além de dar um sentido e uma utilidade para a grande quantidade de áreas sem utilização específica, que abrem espaço para moradias de risco, destruição do meio ambiente, criatórios de mosquitos da dengue e núcleos de violência, a estratégia envolve uma forte rede de parcerias que, atuando de forma conjunta, geram resultados expressivos nas propostas de geração de trabalho e renda e na melhora nutricional dos envolvidos. Essa forma inovadora de criação de "negócios sociais urbanos" potencializa diversos ativos locais que antes, sem serem combinados, eram desperdiçados e comprometiam o desenvolvimento das estratégias de inclusão social de comunidades.
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