Escola Comunitária De Comunicação

Problema Solucionado

O Campo Limpo está situado na periferia da zona sul da cidade de São Paulo. Pelo número de habitantes, o distrito seria a 29ª maior cidade do Brasil. Segundo IBGE de 2011, mais da metade da população tem até 29 anos de idade (52%), com mais de 150 mil jovens entre 16 e 24 anos, faixa etária de atuação da Escola de Notícias. Censo Escolar do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) de 2011 mostra que 8% dos jovens da região que entraram no ensino médio abandonaram os estudos. Em 2014, a Secretaria de Segurança Pública apontou que o Campo Limpo lidera os rankings de homicídios e roubos em São Paulo, seguido de perto do Capão Redondo, nosso vizinho territorial. O esvaziamento econômico e físico da vida cultural nos territórios populares, historicamente, tem a ver com um esvaziamento simbólico de relação dos moradores com seus bairros. Quando não há ocupação, criação e criatividade nos espaços, outras forças o ocupam. Nossa metodologia propõe a ocupação afetiva, física, crítica e criativa dos territórios por meio da criação, produção e distribuição de produtos comunicativos.

Descrição

CICLO 1 – Formação em Comunicação e desenvolvimento pessoal: A TS tem as oficinas “Jornalismo & Escrita Criativa” e “Cinema & Vídeo” para investigar apreciativamente o que dá vida e potencializa transformações reais nas variadas comunidades em que estamos inseridos em suas dimensões histórica, social e cultural. Junto das oficinas técnicas, a oficina TransVER reúne todos os participantes, uma vez por semana com o objetivo de formar o contador de histórias para o mundo. Para criar essa vivência técnica e humana de desenvolvimento local, a Escola de Notícias desenvolveu uma metodologia própria baseada na Investigação Apreciativa e desenhada em cima dos quatro pilares da UNESCO para a Educação (Aprender a Conhecer; Aprender a Fazer; Aprender a Conviver e Aprender a Ser) e nos Sete Princípios da Sustentabilidade. Também há uma estrutura de 4 módulos que atingem diferentes níveis de comunidade: [Módulo I - Dimensão Familiar: Eu, Minha Família] A primeira etapa da jornada foca em descobrir a própria história, reconhecer as histórias familiares, olhar pra si e para o outro é o primeiro passo para a formação do contador de histórias. Desenvolver o autoconhecimento, aprimorar a confiança consigo e com o grupo e conhecer metodologias para entender como cada um funciona, são algumas das ferramentas usadas na redescoberta do “eu”. Nesse primeiro passo são desenvolvidas atividades onde o jovem é conectado com seus pais, irmãos e são convidados a reconhecer sua própria caminhada. [Módulo II - Dimensão Territorial: Minha Rua, Meus Vizinhos] O foco é mapear e se relacionar com os personagens e as histórias que existem nas ruas de onde vem os jovens. Nesse processo, eles serão estimulados a investigar a origem do dos bairros, dos personagens, de forma que consigam localizar fatos históricos que os conectem afetivamente aos seus lugares e vizinhos. Entender que essa comunidade tem papel importante, mesmo que inconscientemente, na construção da identidade cultural deles como sujeitos. Assim, co-responsabilizá-los pelas transformações que devem acontecer nesse espaço. As “Aulas Comunitárias”, momento em que os jovens são convidados a andarem pelo Campo Limpo, para terem encontros com moradores que atuam nas mais diversas áreas, conhecer espaços de cultura e/ou transformação social. [Módulo III - Dimensão Educacional do Território – Minha Escola, Meus Saberes] Focado na escola, o convite aqui é refletir sobre a aprendizagem nos dias atuais, além de valorizar, reconhecer e promover os pontos de luz que existem nas escolas públicas e particulares. Atividades e vivências que estimulam os jovens a questionarem e refletirem sobre o atual modelo de educação e ir em busca dos ativos escolares para vivenciarem outras formas de ensinar e aprender. [Módulo IV – Meu Território, Nossa Ação] Esse último módulo tem um foco claro na construção de uma transformação física e espacial prática dentro do espaços conhecidos. Nesse módulo são realizadas visitas aos meios de comunicação que busca ampliar o repertório técnico e aproximar os jovens de uma vivência mais do cotidiano desses profissionais. Paralela a vivência, existem duas ações transversais: as “Sessões Comunitárias”, espaço de reunião de todo o tecido comunitário estudado no módulo para apreciação pública dos produtos criados e os “Encontros de inspirAÇÃO”. A ideia dos encontros de InspirAÇÃO é abrir espaço para que os jovens possam acolher profissionais da área de comunicação para contarem sua trajetória, tirarem dúvidas de como é a profissão na prática e aproximar mundos que, na maioria das vezes, não é acessível facilmente. Em 2013, tivemos a cineasta Mara Mourão, o jornalista Caco Barcellos, da TV Globo. Em 2014, a âncora da Band News FM, Tatiana Vasconcellos e o roteirista Di Moretti. Em 2015, a jornalista Maria Cândida e a cineasta Anna Muylaert. E 2016 a conversa foi com a diretora e roteirista Lais Bodanzky. CICLO II - Mentoria e mobilização de oportunidades A mentoria é um processo de acompanhamento profissional de jovens que passam pelo ciclo 1 que, a partir de suas áreas de interesse, ganham mentores que os ajudam a expandir redes, experimentar conteúdos específicos e exercitar o que aprenderam de maneira prática. O objetivo é diminuir as distâncias entre os jovens e os espaços de trabalho, especialmente em áreas concorridas como a da comunicação. [MOP MOBILIZAÇÃO DE OPORTUNIDADES] Esse espaço mobiliza-se cursos, palestras, workshops e conversas dentro das áreas de interesse mapeadas para ampliar ainda mais o repertório e vivências. CICLO III - Geração de renda e trabalho: Reconhecendo os jovens como produtores, artistas e com bagagem técnica, a Escola de Notícias propõe uma ativação de renda em todos os trabalhos institucionais que ela capta. Os jovens são convidados a encontros sobre empreendedorismo, projetos de vida e coaching para planejar suas fontes de renda.

Recursos Necessários

Papelaria R$ 500,00/mês -R$4000,00 Pranchetas R$ 100,00/único -R$100,00 03 Câmeras DSLR R$ 1700,00/cada - R$ 5100,00 03 Tripés R$ 500,00/cada - R$ 1500,00 02 caixas de som - R$ 200,00/cada - R$400,00 02 notebooks - R$ 2200,00/cada - R$4400,00 02 telas de projeção - R$ 200,00/cada - R$400,00 02 projetores - R$ 2000,00/cada - R$4000,00 04 mesas quadradas - R$ 300,00/cada - R$1200,00 30 cadeiras - R$150,00/cada - R$4500,00 04 verbas de sessão comunitária - R$ 500,00/cada - R$2000,00 Alimentação - R$ 400,00/mês - R$ 3200,00 04 transporte para emissoras - R$300,00/cada - R$ 1200,00 Transporte aulas comunitárias - R$ 245,00/cada - R$ 980,00 Duração: 8 meses Total: R$ 32980,00

Resultados Alcançados

Em 05 edições do projeto tivemos 400 inscrições, sendo que delas, 138 jovens entraram na Escola Comunitária de Comunicação. Formalizando, 25 parceiras com escolas públicas e particulares, além do envolvimento direto de 30 educadores referenciais para os participantes. Desde 2013, todas as oficinas são documentadas com relatórios que vão desde o que aconteceu na oficina, percepções gerais e avaliações da assessoria pedagógica do projeto. O processo dos ciclos faz com os jovens acabem tendo uma base de como ser bons contadores de história, empoderados de si para se colocar no mundo, apropriados dos espaços do Campo Limpo, a criticidade e a provocação acaba se tornando uma característica muito presente de quem passa pela jornada. A Escola Comunitária de Comunicação publicou 04 fanzines, 01 rádio novela, 01 telejornal, 02 blogs sobre a temática escolar, 05 exposições, 01 jornal, 04 documentários, 04 curtas-metragens, 01 pintura de muro com graffiti e 01 releitura de livro didático. Além disso, durante o módulo II - Minha rua, Meus vizinhos, estabelecemos a parceria com organizações sociais como Projeto Arrastão, Periferia em Movimento, União Popular de Mulheres, Brechoteca, I Love Laje, Sarau do Binho e espaços públicos como o Parque Santo Dias, Casa de Cultura do Campo Limpo e Subprefeitura.