Problema Solucionado
Nossa unidade há 5 anos se destaca no desafio de gerir um casarão abandonado por 19 anos, salvaguardando o patrimônio e memória e mantendo-o vivo como espaço cultural autogestionado, aberto para a cidade, através das ações em núcleos colaborando em uma tecnologia comum como resposta à problemas que se refletem também na sociedade: Falta de espaços gratuitos/acessíveis para produção e fruição artístico-cultural; Falta de acesso às Universidades pela população mais pobre; Desvalorização da Cultura e do Patrimônio Histórico; Desigualdade social e mecanismos que cerceiam o acesso à direitos sociais e participação cidadã nas esferas públicas e urgências de práticas mais sustentáveis. Valorizando a potência inovativa da diversidade, da troca de saberes e conscientização política, geramos empoderamento cívico e oportunidade de aprendizado, renda e autonomia. Através do trabalho colaborativo criativo, substituindo métodos tradicionais hierarquizados por tecnologias inclusivas e comunitárias, desenvolvemos ações em educação, permacultura+cozinha agroecológica, feira de produtores, arte&cultura, comunicação e outras potências, reavivando o Casarão tombado visando impacto à longo prazo.
Descrição
O Espaço Comum Luiz Estrela nasce da ocupação do casarão abandonado por 19 anos, por artistas, ativistas, pesquisadores, produtores e educadores, à partir de acúmulos em autogestão, cultura, direito à cidade, políticas públicas e participação cidadã; tendo como base experiências de ocupações culturais referência (Ocupação Olga Vasquez-Buenos Aires, Hotel da Loucura-RJ, Grupo XIX de Teatro na Vila Maria Zélia-SP). O nome homenageia Luiz Estrela:artista,intelectual,negro,gay,em situação de rua, sua história carrega lutas que nos são sensíveis,morto 26/06 do mesmo ano em BH. Motivados pela carência de espaços acessíveis para produção e fruição artística, mapeamos e ocupamos o imóvel tombado na R. Manaus 348, não só p/ salvá-lo da total deterioração, mas transformá-lo em território comum educacional e artístico, aberto e autogestionado;considerando sua localização central acessível, história e potencial à área da saúde mental (integra o complexo hospitalar-FHEMIG e já foi Hospital Militar, Psiquiátrico Infantil e Escola).
Com ampla mobilização da sociedade civil conquistamos a cessão de uso do espaço sendo referência na autogestão de um centro sócio-cultural interdisciplinar, sobretudo no campo da Restauração&Memória do Patrimônio, pela construção e aprendizagem colaborativa e protagonismo social com gestão de recursos e política comunitária.
Já nos primeiros meses elaboramos coletivamente o Projeto de Restauração do casarão e executamos seu escoramento arrecadando recursos via campanha de financiamento coletivo. Em 5 anos, realizamos 3 das 4 etapas deste projeto de restauro com trabalho voluntário colaborativo, apoio de membros/coletivos da sociedade civil e reconhecimento de entidades públicas:IPHAN (Prêmio Rodrigo Melo Franco), MPMG (Projeto Semente), FMC, Awesome Foundation MG, Gentileza Urbana, entre outros. Provando eficiência e impacto enquanto tecnologia cívica de autogestão transparente, colaborativa e comunitário tem sido possível realizar o que nem a iniciativa privada orientada pelo lucro, nem a administração pública, conseguiria fazer. Garantimos assim recursos p/obra e continuidade das atividades no Espaço, desenvolvidas semanalmente em Núcleos de Pesquisa-Ação, abertas à participação da comunidade e acolhendo diversas propostas gratuitas/de baixo custo para a cidade:
AUTOGESTÃO: organização e engajamento do coletivo à partir de reflexões e tecnologias comuns; responsável pela administração financeira, jurídica e institucional do espaço;
TEATRO: desenvolve espetáculos, oficinas e intervenções a partir de temáticas como loucura, situação de rua, LBTQI+;
PERMACULTURA: pesquisa e experimenta soluções alternativas e sustentáveis p/ o espaço (banheiro seco,horta comunitária,captação de ågua da chuva,jardinagem) à partir dos princípios permaculturais.A COZINHA COMUM continua esse ciclo, preparando alimentos agroecológicos p/Mutirão, lanches do cursinho e demais encontros desde o 1o dia de ocupação. É espaço de coesão espacial e afetiva do ECLE acolhendo escutas e rodas de conversa coletivas e dissemina produção e consumo agroecológico como princípio de saúde individual, coletiva e do ecossistema que nos cerca.
ANTIMANICOMIAL: promove o diálogo entre arte, loucura e inclusão social envolvendo pessoas em situação de rua, familiares e usuários dos serviços de saúde mental que funcionam no entorno;
AUDIOVISUAL: Desde os primórdios da ocupação do casarão, registra sua memória imagética e promove sessões de cinema comentado - o Cine Estrela - abertas à comunidade, pelo princípio do “ver juntos” e debater coletivamente os temas. A curadoria é coletiva à partir das demandas provocadas pelos envolvidos e pela agenda política da cidade (ocupação de espaços públicos, psicologia, loucura, questões ambientais, direitos de minorias,etc);
COMUNICAÇÃO: Estratégica, desde o momento da ocupação do casarão, artiicula a conexão entre os núcleos e do ECLE com sua rede de colaboradores, apoiadores e comunidade externa em geral. Alimenta as redes sociais e demais canais do ECLE, incluindo Jornal, Site e campanhas de financiamento coletivo.
CURSINHO PRÉ-VESTIBULAR: curso gratuito preparatório para vestibular e supletivos nos princípios da educação popular, voltado para pessoas de baixa renda. Abrigado no ECLE e sustentado cooperativamente por professoras,pedagogas,estudantes moradoras da comunidade do São Lucas.
Temos mensalmente: o SARAU COMUM (encontro de poetas da RMBH); FEIRINHA ESTELAR, ação de economia criativa solidária de artesãos e produtores de alimentos agroecológico;ASSEMBLEIAS abertas; MUTIRÃO com COZINHA COMUM, reunindo os núcleos, colaboradores e comunidade~ECLE para repasses de transparência, decisões e força-tarefa, imersões e demais ações comuns coletivas.
Anualmente comemoramos o aniversário do ECLE com o Festival de Primavera e no carnaval o Blocomum sai em cortejo pelo Pau Comeu, comunidade São Lucas agregando qualquer pessoa que queira somar musicalmente ou não.(Dossiê,etapas e + documentos:anexos)
Recursos Necessários
Internet Banda Larga;
Equipamento (computador, projetor) para protótipo de Laboratório de Comunicação comunitário;
Biblioteca: Livros, estantes e poltronas;
Salas de aula/oficinas: quadro/mobiliário, material, cadeiras; papel, canetas, cartazes, impressões gráficas;
Feirinha: Stands/estrutura para expositores, freezer, iluminação, placas e etiquetas
Impressão Gráfica (Jornal, Cartazes, cartilhas,etc)
Permacultura: mudas, terra, ferramentas de jardinagem;
Material para prototipagem de sistema de captação de água da chuva (canos, caixa d’agua, ferramentas);
Cozinha Comum: insumos/ingredientes agroecológicos, utensílios e equipamentos culinários
+material de limpeza cotidiano/Mutirões
Em doc.anexo, detalhamento de valores para uma previsão de implentação e replicabilidade da Unidade de Tecnologia Social.
Resultados Alcançados
A inauguração do Espaço Comum Luiz Estrela(2013) contou com participação direta de 80 pessoas e adesão de 2 mil seguidores pelas redes sociais em menos de 24h. Hoje, conta com uma equipe de aprox.100 colaboradores diretos e uma rede de apoiadores ampla graças ao caráter e impacto da tecnologia social coletiva, 20 mil seguidores e 20.665 curtidas no Facebook e 2.063 seguidores (mais de 60%,mulheres) em 1 ano no Instagram. TEATRO realizou 5 espetáculos com público de aprox.10 mil pessoas e Oficinas de Teatro do Oprimido, aprox.200 pessoas. CINE ESTRELA realizou 103 sessões gratuitas com público total de aprox. 2 mil pessoas. Ações de PERMACULTURA sempre abertas à comunidade local já receberam contribuições e participações de aprox. 120 pessoas, além da Cozinha Comum, o Núcleo Antimanicomial já atendeu aprox.50 famílias usuárias do Sistema de Saúde Mental. O Sarau Comum já recebeu em suas sessões mensais mais de 3 mil pessoas entre artistas e público. O curso pré-vestibular gratuito com 11 professores em apenas 4 meses já recebeu 30 alunos e conquistou aprovações.
As atividade de RESTAURO&MEMÓRIA registram: Escoramento emergencial do casarão com R$52 mil doados por 923 apoiadores da sociedade civil em campanha de financiamento coletivo virtual (2014). Projeto de restauração elaborado colaborativa e voluntariamente(Abr/2014) aprovado junto aos órgãos de patrimônio e esferas públicas (Abr/2015); Prêmio Gentileza Urbana - IAB (Nov/2015); Aprovação no Fundo Estadual de Cultura (Abr/2017); Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade-IPHAN, maior premiação na área de patrimônio no país (Set/2017), sendo o valor premiado aplicado nas obras de restauração do casarão; Prêmio Awesome Foundation, pelo trabalho de arqueologia (Out/2017). Abertura de processo junto ao Iphan para criação de sítio arqueológico e sua salvaguarda(Nov/2017). Prêmio de R$36 mil pelo “Semente: Transformando ideias em projetos”, programa com apoio do MPMG, realizando ações da 3ª etapa da obra de restauro; e novamente contemplados com R$50mil em 2019, iremos iniciar a 4ª etapa do projeto, que inclui regularização da rede elétrica e hidráulica. Coleção Memória (André Ferri-Jun/2018), exposição de luminárias criadas a partir de peças descartadas do telhado original do casarão apresentada também no evento Mercado, Arte & Design(2018) e na Bienal do Parque Ibiraquera(SP).Oficinas de diversas técnicas da construção civil e restauração, incentivando a adesão de mulheres e lgbts:80 pessoas.
Detalhes anexo
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