Problema Solucionado
O TETO atua para eliminar a situação de extrema pobreza na qual vivem milhares de famílias no país. Localizadas em assentamentos precários, essas famílias vivem em condições de extrema pobreza e em locais sem saneamento, com sua casa feita, geralmente, de papelão, diretamente no chão de terra e sem quase nenhum telhado. Ao construir uma casa emergencial, feita de madeira e com telhado impermeável, o TETO busca resgatar a dignidade da família e incentivar seu desenvolvimento social.
Com a implementação de um modelo de intervenção focado no desenvolvimento comunitário, o TETO busca, através da construção de moradias de emergência, estabelecer uma relação de confiança entre a população e os jovens voluntários, que possibilita posteriormente a implementação dos programas de Habilitação Social e trabalho em rede, construindo uma sociedade justa e sem pobreza, onde todas as pessoas tenham a oportunidade de desenvolver suas capacidades e exercer plenamente seus direitos.
Descrição
A intervenção comunitária do TETO é focada nos assentamentos precários mais excluídos, sendo seu principal motor a ação conjunta de seus moradores e jovens voluntários, os quais trabalham para gerar soluções concretas para o problema da pobreza. O TETO estimula um processo contínuo de fortalecimento da comunidade, considerando o desenvolvimento comunitário como eixo transversal da intervenção.
A fase inicial desse processo consiste na entrada nos assentamentos precários e no desenvolvimento de um diagnóstico, no qual são identificadas e caracterizadas as condições de vulnerabilidade dos mesmos. Os jovens voluntários têm um primeiro contato com a realidade que se vive nas comunidades, trabalhando em campo para o desenvolvimento do diagnóstico e para incentivar a liderança de moradores, que promovam a organização, participação e corresponsabilidade da comunidade em todo o processo.
Em uma segunda fase, como resposta às necessidades identificadas no assentamento, são implementadas soluções nas áreas de moradia (habitabilidade), educação, trabalho e outras que resolvam os problemas existentes. Estas soluções são desenvolvidas através de um trabalho conjunto entre voluntários e moradores, potencializam capacidades individuais e coletivas de autogestão na comunidade e envolvem os jovens voluntários em um processo de sensibilização e conscientização em torno da pobreza e suas causas, que os levem a atuar e se mobilizar para gerar mudanças reais.
Dentro desta fase, destaca-se a construção de casas de emergência, que responde a uma necessidade que é prioritária e urgente na maioria dos comunidades precárias e que gera vínculos de confiança entre os voluntários e a comunidade, por ser uma solução concreta, tangível e realizável em curto prazo.
A casa de emergência do TETO é um módulo pré-fabricado de 18 metros quadrados, construída sobre a base de 15 a 17 pilotis, isolando e protegendo o assoalho da umidade e de doenças, sendo construída em apenas dois dias, com a participação massiva de jovens voluntários - os quais não precisam de experiência prévia - e famílias da comunidade. A construção gera um encontro entre estas duas realidades, promovendo uma reflexão crítica e propositiva frente a pobreza. Este processo se realiza com um enfoque comunitário, que promove a organização e participação da comunidade.
Como fase final da intervenção, promove-se a implementação de soluções definitivas nas comunidades precárias, como a regularização da propriedade, a instalação (ou regularização) de serviços básicos, moradia definitiva, infraestrutura comunitária e desenvolvimento local. O TETO articula e vincula moradores de comunidades organizadas a instituições do governo para exigir seus direitos.
Recursos Necessários
Para a construção de uma unidade das casas de emergência nas comunidades de baixa renda são necessários, a princípio, painéis de madeira, pregos e ferramentas para a construção. No entanto, o trabalho realizado envolve outros recursos referentes à prospecção, realização e acompanhamento, como o aluguel de ônibus para transporte dos voluntários e alojamento para a acomodação durante a construção, impressão de material de divulgação e equipamentos para mapeamento de terreno (GPS).
Resultados Alcançados
Em 1997, no Chile, um grupo de jovens começou a trabalhar pelo sonho de superar a situação de pobreza em que viviam milhões de pessoas. O sentido de urgência dos assentamentos mobilizou-os a construir casas de emergência de forma massiva, em conjunto com as famílias que viviam em condições inaceitáveis, e a investir sua energia em busca de soluções concretas para os problemas que as comunidades enfrentavam todos os dias.
Esta iniciativa converteu-se em um desafio institucional que hoje é compartilhado em todo o continente. Desde seu início no Chile, seguido por El Salvador e Peru, a organização empreendeu sua expansão sob o nome “Um Teto para meu País”. Após 15 anos de trabalho, o TETO atua em 19 países da América Latina e Caribe: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Em novembro de 2006, o TETO–Brasil iniciou suas atividades no maior país da América Latina. Em 6 anos de trabalho, a organização mobilizou voluntários e recursos para a construção de 1427 moradias de emergência para famílias de baixa renda de favelas brasileiras. As construções foram realizadas em 15 municípios do Estado de São Paulo, entre eles Guarulhos, Osasco, São Paulo, Suzano, Santo André e Carapicuíba. O trabalho foi realizado por mais de 17.000 voluntários recrutados nas maiores universidades de São Paulo e do país.
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