Objetivo
Promoção de diálogos entre a universidade e as comunidades populares teve dois eixos fundamentais: fortalecer os vínculos entre as instituições acadêmicas e os espaços populares e contribuir para a permanência qualificada de universitários de origem popular (estudantes negros, pardos e indígenas, oriundos das favelas e periferias de todo o Brasil) nos cursos de graduação.
Problema Solucionado
Nos últimos anos é possível identificar a implementação de políticas de democratização do acesso de estudantes de origem popular às universidades públicas. No entanto, não há entre as universidades uma unidade de ações com vistas a garantir a permanência destes estudantes no espaço universitário, embora se saiba que cada Instituto Federal de Ensino Superior (IFES) atua de maneira autônoma na oferta de melhores condições de permanência estudantil. A permanência não é função apenas de ações de natureza socioeconômica, mas também de ações de natureza sociopedagógica e acadêmica que reconheçam e valorizem a trajetória destes estudantes, criando na Instituição um ambiente intelectual receptivo aos saberes que trazem em função de suas experiências escolares e existenciais. Este programa foi criado com o objetivo de acolher o estudante universitário de origem popular, identificando seus saberes e as principais dificuldades para a sua permanência, ressaltando as dificuldades inerentes à sua condição socioeconômica, de modo a construir uma política nacional que atenda de fato a esse público.
Descrição
O Programa Conexões de Saberes é um projeto acadêmico diretamente vinculado às pró-reitorias de extensão ou órgãos semelhantes nas instituições federais de ensino superior. Cabe ao pró-reitor escolher o coordenador, assim como substituí-lo, se considerar adequado.
A estrutura do Programa nas IFES é constituída por uma coordenação local e um grupo de bolsistas estudantes de graduação.
A coordenação é formada por um coordenador geral, preferencialmente, professor da universidade com titulação de doutor, e outros integrantes da IFES ou parceiros(as), que podem ser professores, técnicos, administrativos ou estudantes de cursos de pós-graduação stricto sensu.
O grupo de estudantes é composto por, no mínimo, 25 graduandos inseridos como bolsistas do Programa, tendo como critérios de seleção: morar ou ser oriundo de favelas ou periferias; escolaridade dos pais não superior ao ensino fundamental; soma da renda mensal dos pais não superior a seis salários mínimos; proveniência de escola pública; ser negro ou indígena e ter histórico de engajamento em atividades coletivas cidadãs em suas comunidades de origem. Ressalte-se que a universidade poderá privilegiar determinado critério, de acordo com as especificidades locais, e que é recomendável que ao menos quatro desses critérios sejam contemplados na seleção.
As universidades têm autonomia para elaborar o seu projeto de atuação a partir das referências e ações gerais do Programa Conexões de Saberes, mantendo o mesmo nome e logomarca em todas as universidades.
A coordenação local do Projeto deverá oferecer aos bolsistas formação no campo da metodologia da pesquisa e de produção de texto, bem como desenvolver ações que ampliem e fortaleçam o envolvimento do estudante na dinâmica dos diversos setores da universidade e também o seu envolvimento com as comunidades populares selecionadas.
No Programa Conexões de Saberes, todavia, salienta-se a permanência e a participação protagonista do estudante de origem popular na vida universitária, na produção de conhecimento sobre sua realidade de estudo e de moradia, além de criar condições para a transformação institucional da universidade.
A gestão do Programa Conexões de Saberes constitui-se de duas instâncias:
i) Coordenação Nacional – composta pelos coordenadores do Programa Conexões de Saberes nas IFES, por representantes da SECAD/MEC, por membros do Observatório de Favelas e, pelo menos, um estudante representante dos bolsistas. Compete a essa Coordenação o planejamento estratégico e o desenvolvimento político-pedagógico do Programa. No que diz respeito à definição das atividades do Programa, apenas os coordenadores do projeto nas IFES têm direito a voto nas decisões.
ii) Coordenadoria Executiva – composta pela SECAD/MEC e Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, tendo como atribuição traçar as diretrizes nacionais, acompanhar, monitorar e avaliar o Programa.
Compete a essa coordenadoria:
a) Coordenação Executiva e Articulação nacional do Programa, realizada pelo Observatório de Favelas com apoio do Departamento de Desenvolvimento e Articulação Institucional da SECAD/MEC;
b) Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação das ações do Programa pautadas nas diretrizes nacionais, com atividades e obrigações cabíveis e pertinentes à sua efetivação, realizados pelo Observatório de Favelas e pelo Departamento de Avaliação e Informações Educacionais da SECAD/MEC, especialmente através da Coordenação Geral de Estudos e Avaliações e da Coordenação Geral de Acompanhamento de Programas.
Recursos Necessários
Os projetos deverão reservar no mínimo recursos para Passagens e Diárias para o encontro nacional e para 2 seminários. Há também reserva de valores para despesas eventuais.
Resultados Alcançados
As universidades desenvolvem ações diversas. Aumentam a mobilização e a participação social das comunidades; formam interlocutores entre as instituições comunitárias e a academia; formam estudantes universitários como agentes de desenvolvimento local e promovem ações que beneficiam as comunidades em geral.
Do ponto de vista quantitativo já foram alcançados 2.700 universitários moradores ou oriundos de favelas e periferias, de famílias de baixa renda e pais ou responsáveis com baixa escolaridade, provenientes de escola pública (dados até o ano de 2010), com abrangência significativa, ou seja, em todas as capitais, mais Niterói-RJ, Cruz das Almas-BA,
Petrolina-PE, Castanhal-PA, Corumbá-MS, Serra-PR, São Carlos-SP, Itaguaí-RJ, municípios da Baixada Fluminense e outros.
Público atendido
Alunos no ensino superior
Alunos do ensino medio
Gestores publicos
Professores do ensino superior
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