Objetivo
Melhorar a gestão e a utilização dos recursos hídricos por meio da implementação de Cisternas Chapéu do Padre Cícero.
Garantir a participação de mulheres e juventudes, integrar estes grupos em seus espaços organizativos e comunitários.
Gerar trabalho e renda com o escoamento da produção de alimentos ou pequenos animais.
Ocupar de forma eficiente o espaço rural em pequenas propriedade de agricultores familiares.
Problema Solucionado
A ACB durante a execução de projetos de incentivo a produção de alimentos agroecológicos, deparou-se com a realidade de falta de espaço em pequenas propriedades rurais para instalação da tecnologia social (TS) cisterna Calçadão. Esta TS é comumente utilizada em projetos produtivos, ocupa de modo expressivo parte da propriedade, uma vez que o calçadão (formato retangular) possui área de 200 metros quadrados. Além disso, para sua implementação, a vegetação existente no entorno é retirada, para evitar que as raízes danifiquem a estrutura da cisterna e do calçadão no decorrer do tempo. Diante dessa situação, com o objetivo de viabilizar a um maior número de famílias agricultoras o acesso à água para a produção de alimentos; a ACB adaptou a Cisterna de 52 mil litros, dando ao calçadão o formato circular. Com esse novo formato, otimiza-se a ocupação do espaço, possibilitando a implementação em pequenas áreas de produção e menor impacto ambiental, pois não há necessidade de retirar a vegetação do entorno.
Descrição
A Cisterna chapéu do Padre Cícero é uma reinvenção da cisterna calçadão. Constituída das seguintes partes: cisterna e calçadão circular (croqui e manual de construção em anexo), que somadas ocupam área de 80 m².
A) Cisterna: construída a partir de placas de cimentos, possui capacidade para armazenar 52 mil litros de água. O teto da cisterna também faz parte da área de captação de água das chuvas. A água escorre pelo teto, caindo no calçadão, do qual segue para dentro da cisterna. A água pode ser retirada com o auxílio de bomba elétrica ou bomba manual.
B) Calçadão circular: construído em volta da cisterna, medindo um raio de 3,5 m a partir da borda da cisterna. O calçadão circular tornou a cisterna semelhante a um chapéu (fotos em anexo). No intuito de homenagear uma personalidade histórica importante para a região do Cariri, a TS foi batizada com o nome Cisterna Chapéu do padre Cícero.
A metodologia utilizada para o repasse da tecnologia nas comunidades se dá através de capacitações teóricas e práticas em que um técnico da instituição repassa o conhecimento sobre a construção e o funcionamento da tecnologia. As capacitações teóricas se dão na sede da associação local durante dois dias em que os participantes irão receber orientações necessárias para a construção, uso e manutenção racional da água e tecnologia. As orientações práticas se dão através de intercâmbios, trocas de experiências em que agricultores/as visitam cisternas já em funcionamento. Outro momento importante é a capacitação dos agricultores/as para a construção das cisternas, tornando-se cisterneiros/as. A comunidades se envolve nas várias etapas de implementação e construção da tecnologia: escavação dos buracos, confecção das placas, preparando massa, conduzindo água para o local e dentre outras contribuições que os beneficiários possam participar.
Recursos Necessários
Aço CA-50 3/8" (9,52MM) 60 kg
Aço CA-50 5/16" (7,94MM) 40 kg
Arame recozido 18 BWG-1,25MM-9,60 G/M 1 kg
Arame galvanizado 12 BWG - 2,60 -48,00 G/M 40 kg
Areia Grossa 18 m³
Pedra britada N.0 4 m³
Impermeabilizante p/ concerto e argamassa 12 kg
Cimento portland comum CP I-32 50 KG 85 SC 50 KG
Cal hidratada p/ pintura 15 kg
Malha de ferro de estribo 6 und
Treliça 6m 20 unid.
Cap PVC Sold P/ Esg Predial DN 100MM 1 unid.
Joelho PVC soldável 90G PB p/ esg predial DN 100mm 4 unid.
Prestação de serviço de escavação 1 serviço
Encargos do serviço de escavação (INSS 20%) 1 encargos
Placa de identificação 1 Unid.
Tubo PVC serie normal - esgoto predial DN 100MM - NBR 5688 3 m
Resultados Alcançados
A cisterna calçadão Chapéu de Pe. Cícero, por utilizar o teto da própria cisterna para a confecção do calçadão, obtêm-se uma otimização de custos e usos influindo em seus resultados qualitativos: Otimiza a área de captação da água da chuva uma vez que utiliza o teto da cisterna para realizá-lo e o complementa com o calçadão circular; Requer menor área pra ser construída: apenas 80 metros quadrados. Protege a área ao redor da cisterna contra a infiltração, num raio de 3 a 4 metros;Os custos da construção são reduzidos pela utilização da própria cisterna em sua confecção; Pode ser usada como secador; Reduz o índice de evaporação, promovendo maior aproveitamento da água da chuva; Mantém a umidade e consequentemente o resfriamento ao redor da cisterna durante o verão; Protege a cisterna contra o processo de erosão. Qualitativamente, a cisterna calçadão "Chapéu de Pe. Cícero" atende atualmente a 546 pessoas. Só na comunidade do Catolé, no município de Nova Olinda, interior do Ceará, ela atende a 240 pessoas. Ali, a cisterna impulsionou o fabrico de goma na casa de farinha coletiva. Antes da cisterna ser implementada era inviável o fabrico de goma de mandioca devido a falta de água. Assim, apenas a farinha era manufaturada, reduzindo a renda dos agricultores. Após a construção da cisterna os agricultores obtiveram ganhos reais na renda pois passaram a comercializar a goma, produto três vezes mais caro que a farinha de mandioca. Assim, passaram tanto a comercializar a farinha, vendida a R$1,00 o quilo, como a goma que é vendida a R$3,00 o quilo na feira livre.Outro resultado alcançado foi a segurança hídrica conquistada, excluindo o papel, mesmo em tempos de seca, do carro-pipa da vida da comunidade que chega a cobrar R$100,00 por abastecimento. Por tudo isso, a auto-estima, soberania e autonomia da comunidade foram conquistas que se deram com a conquista da tecnologia.
Público atendido
Agricultores familiares
Jovens
Mulheres
Povos tradicionais
Quilombolas
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