Problema Solucionado
O Estado da Paraíba é o mais afetado pelo processo de degradação dos solos que levam à desertificação. Essa problemática ocorre, principalmente, em função de fatores antrópicos, como a derrubada da vegetação nativa, queimadas, agricultura convencional e retirada de solos para indústria cerâmica da região e a mineração. Paralelamente, o modelo de consumo provoca o aumento dos resíduos no ambiente, desafiando o poder público municipal a adotar políticas públicas mais sustentáveis. No município de Picuí são produzidas cerca de trezentas e sessenta toneladas de resíduos por mês. Dessa quantidade, quarenta por cento é de resíduo orgânico, principalmente coco verde e galhos provenientes de podas. Diante dessa problemática a prefeitura municipal estruturou, em parceria com o IFPB, o Centro de Compostagem - Fábrica de Solos, o qual recebe e tritura os resíduos coletados separadamente pelo serviço municipal de coleta. Em seguida transforma esses resíduos em composto orgânico para desenvolver ações voltadas para a recuperação de áreas degradadas no município. Cabe aqui salientar que o município de Picuí está localizado no Núcleo de Desertificação do Seridó.
Descrição
Através da coleta seletiva das podas das árvores e dos cocos vendidos no município de Picuí, esses resíduos são transportados para o campus do IFPB localizado nesse município, onde são triturados e amontoados em quantidades pré-determinadas das podas e cocos, acrescidos de uma parte de esterco. Essas pilhas de resíduos são dispostas em forma de leiras e mantidas com a umidade de forma adequada, através da irrigação com água de boa qualidade para que o processo de decomposição se mantenha. Essa pilhas são revolvidas a cada 15 dias, durante aproximadamente 90 a 120 dias. Esse processo é conhecido como compostagem. O produto final desse processo é o composto orgânico, um excelente fertilizante natural, que é distribuído para agricultores do município e utilizado em aulas práticas para os alunos do curso de agroecologia do IFPB. Dessa forma, tem sido possível reduzir em 40 % a quantidade de lixo que vai para o aterro controlado do município, aumentando a vida útil do aterro, além de beneficiar os agricultores locais que recebem gratuitamente o composto orgânico que possui como características: alta capacidade de retenção de água, o que é altamente desejável em uma região que sofre com a seca; serve como fonte de nutrientes para as plantas cultivadas, melhorando a produtividade das culturas, ou recuperando solos degradados, evitando dessa forma o êxodo rural. Essa prática minimiza os efeitos da desertificação nos solos que recebem o composto orgânico.
Recursos Necessários
ESPECIFICAÇÃO DAS DESPESAS
Materiais Quant. | Valor Unit.| Valor Total
1. Pá 5 | 35,00 | 175,00
2. Ancinho 5 | 30,00 | 150,00
3. Carro de mão 2 | 200,00 | 400,00
4. Máquina trituradeira
de poda 1 | 35.000,00 | 35.000,00
5. Máquina trituradeira
de coco 1| 4.300,00 | 4.300,00
6. Peneira rotativa 1| 8.000,00 | 8.000,00
7. Esterco (carrada)* 1| 150,00 | 150,00
8. Lona 150
micras (Kg)* 25 | 14,72 | 368,00
9. Veículo aberto 1 | 40.000,00 | 40.000,00
10. Termômetro 1 | 152,00 | 152,00
11. Água (Litros) 10.000| 200,00 | 200,00
12. Caixa d’água
de 10.000 Litros 1 | 3.600,00
13. Sacos plásticos de 5 kg | 1000| 500,00
14. Enxada 3| 30,00| 90,00
15. Mangueira plástica preta
flexível 2,5' 100 m | 3,50 | 350,00
16. Realização de fórum 1 3.000,00 3.000,00
Resultados Alcançados
1. Diminuição de 40% dos resíduos depositados no aterro controlado do município de Picuí;
2. Fortalecimento de parceria institucional entre prefeitura de Picuí, Instituto Federal da Paraíba – IFPB, Instituto Nacional do Semiárido – INSA, Centro de Educação e Organização Popular – CEOP e Associação para o Fortalecimento do Nordeste Carente – AFINK, proporcionando ensino, pesquisa e extensão contextualizada e participativa;
3. Produção de dez toneladas por mês de composto orgânico;
4. Intervenção prática no combate à desertificação, através da recuperação de áreas degradadas;
5. Promoção de mudanças no comportamento dos cidadãos do município de Picuí, a exemplo dos comerciantes, que descartam cocos verdes, colocando-os nos pontos de coleta, de forma a facilitar o recolhimento separado dos demais resíduos;
6. Participação dos agricultores nos processos de formação e utilização do composto na recuperação dos solos e na produção sustentável;
7. Utilização da tecnologia como ferramenta de educação ambiental para o IFPB, escolas municipais e comunidade em geral;
8. Disponibilização desse modelo de gestão sustentável de resíduos sólidos para os municípios circunvizinhos e do semiárido brasileiro.
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