Problema Solucionado
De acordo com o Índice Mundial de Alerta, o município de Tauá, estado do Ceará, é hoje, do ponto de vista ambiental é um dos mais vulneráveis. As precipitações são baixas, a temperatura é alta, a evaporação é três vezes maior do que as chuvas que caem, os solos são rasos e a vegetação é rasteira. Soma-se a isso, uma agricultura de alto impacto, a pecuária extensiva e a retirada das matas ciliares. Aliado a essa problemática ambiental, há a necessidade de uma cultura agrícola que gere renda para as família dos agricultores familiares. A busca pelo Desenvolvimento Sustentável é um caminho viável paras as populações viverem de forma harmônica no planeta. Precisamos lutar para que as políticas públicas amparem o/a agricultor/a nas suas necessidades.
Portanto, são necessárias ações voltadas para o fortalecimento da agricultura familiar aliado a proteção e conservação ambiental, buscando o aprimoramento das práticas agrícolas para a produção de alimentos saudáveis, sem agredir a natureza, gerando condições de trabalho e renda para a sobrevivência com dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.
Descrição
A TS está voltada para o fortalecimento do conceito de preservação ambiental, como também pelo desenvolvimento da produção orgânica das áreas de plantio consorciado de algodão, milho, feijão e gergelim, produzido em bases agroecológica. A proposta visa também responsabilidade social e a preocupação com a qualidade de vida dos produtores e dos consumidores, a partir da produção sustentável que se apresenta como ecologicamente correta e saudável.
O plantio do algodão agroecológico e as outras culturas é feito sem a utilização de queimadas e nenhum agrotóxico. Recomenda-se o emprego das técnicas de conservação do solo (plantio em nível, valetas de retenção de água, enleiramento, adubação orgânica), além do plantio de árvores nativas, seja ao longo de cercas, na margem dos riachos e de açudes, para recompor as matas ciliares ou mesmo no reflorestamento.
A ADEC, através das parcerias, consegue a garantia da comercialização do algodão para o comércio justo e solidário,possibilitando a melhoria significativa da renda das famílias envolvidas no processo.
A tecnologia consiste na produção, beneficiamento e comercialização do algodão produzido, para empreendimentos do comércio justo como a Veja Fair Trade que fabrica os tênis Veja e Vert e para a Centra de Cooperativa Justa Trama, que forma a cadeia produtiva do algodão agroecológico, da qual a ADEC faz parte.
Para beneficiar o algodão produzido pelos agricultores/as familiares associados a ADEC dispõe de uma máquina descaroçadeira e prensa hidráulica. Depois de descaroçado a pluma é prensada e dos fardos são embalados para a comercialização. A ADEC - Associação de Desenvolvimento Educacional e Cultural desde 1994 desenvolve o trabalho com o plantio do algodão agroecológico consorciado com milho, feijão, gergelim e outras culturas e a geração de renda com a venda do algodão e do gergelim, a conservação do solo e a segurança alimentar.
A tecnologia utiliza o emprego das técnicas de conservação do solo (plantio em nível, valetas de retenção de água, enleiramento, adubação orgânica), além do plantio de árvores nativas, seja ao longo de cercas, na margem dos riachos e de açudes, para recompor as matas ciliares ou mesmo no reflorestamento. Há ainda a preocupação com a disposição do lixo doméstico, cuidados com os entornos e nascentes dos rios e utilização de sementes adequadas. O sistema de produção é também consorciado com leguminosas como o feijão que fixa nitrogênio no solo e retira nutrientes de camadas profundas, disponibilizando-os para as plantas. A comercialização do algodão agroecológico está garantida para as empresas do comércio justo e solidário e a ADEC está lutando para garantir a comercialização dos outros produtos plantados em consórcio com o algodão (milho, feijão ,fava e gergelim). Hoje a ADEC recebe Certificação Orgânica do IBD- Instituto Bio Dinâmico. Algodão, milho, feijão, gergelim, abóbora, melancia.. tudo numa mesma área, sem nenhum tipo de agrotóxico ou adubo químico. O sistema de cultivo do algodão em consórcios agroecológicos diversifica a produção e amplia a renda das famílias de agricultores familiares da região semiárida do Ceará.
A certificação orgânica contribuiu a reforçar a capacidade de gestão da ADE (participação no sistema de controle interno) e a melhorar as informações de que dispõe (cadastros e checklists dos agricultores).
A expansão da produção de algodão para municípios distantes de Tauá e o aumento do volume de algodão a ser beneficiado exigiram da ADEC grandes esforços e provocaram mudanças em três âmbitos: na sua estruturação interna e capacidades de gestão administrativa; em aspectos econômicos e capacidades de gestão comercial; e na sua estratégia geral e capacidades de mobilização.
A ADEC também se tornou referência para associações e ONGs de outros Estados do Nordeste, que se articularam em uma rede de intercâmbio informal, a Rede do Algodão Agroecológico do Semi-Árido.A Adec ajudou organizações da Rede a se estruturar e contribuiu na formação de muita gente pelo Nordeste afora.
Este projeto é orientado para a conservação ambiental e responsabilidade social, contribuindo dessa maneira para o fortalecimento de homens e mulheres, no âmbito econômico, político e social. Para a economia local a tecnologia possibilita ainda considerável melhoria na qualidade de vida da comunidade onde está inserida, visto que propiciará aumento na renda familiar dos grupos beneficiários, diretamente envolvidos além de que, tem reflexo em toda a região na medida em que ajuda a evitar o êxodo rural. A tecnologia ainda apresenta vantagens competitivas de produzir produtos ecologicamente corretos, oriundos da agricultura familiar, sustentável e orgânica, além de Responsabilidade Social pela preocupação com a qualidade de vida dos produtores e dos consumidores, a partir da produção sustentável que se apresenta como ecologicamente correta e saudável.
Recursos Necessários
Para implementar a tecnologia, desde as Reuniões de Sensibilização e Cadastramento dos\as agricultores\as para o plantio dos Consórcios Agroecológicos, Visitas para escolha das áreas para o plantio e distribuição das sementes, Acompanhamento Técnico para confirmação do plantio, aplicações das técnicas de conservação de solo, manejo de pragas, raleamento e colheita dos produtos e realização das Oficinas Sobre Manejo de Consórcios Agroecológicos: agroecologia e manejo do solo, é necessário transporte (moto e carro), gasolina, revisão no carro e na moto e compra de peças e pneus. Tambores, pulverizadores, baldes, cultivador à tração animal e sementes para o plantio diversificado do algodão, com culturas alimentares como milho, feijão gergerlim ou ainda espécies forrageiras. Ainda é necessário uma infra estrutura de apoio, com computador, internet, telefone, água, energia elétrica e as máquinas para o beneficiamento da produção, principalmente do algodão e do gergelim, além de alguns insumos naturais utilizados (adubos orgânico de animais, muda de plantas, defensivos naturais, etc), que na maioria dos casos é contra partida dos próprios agricultores/as associados/as.
Para implementação de 1 hectares de Consórcio Agroecológico, incluindo os cursos com destoca e limpeza da área, aração do terreno com trator ou cultivador, curvas de nível, adubação orgânica com esterco de animais, plantio e replantio, desbaste, capinas (limpas), pulverização com defensivos naturais ou bio protetores, colheita e aquisição de sementes, resulta no valor estimado de R$ 2.800,00.
Resultados Alcançados
- Melhoria do nível de renda dos agricultores/as associados através da venda do algodão agroecológico e de outros produtos;
- Beneficiamento do algodão e processamento do gergelim como forma de agregar valor a esses produtos;
- Maior autonomia nas relações com o mercado, na medida que comercializam diretamente da Associação para os empreendimentos do Comércio justo e Economia Solidária;
- Promoção de mudanças comportamentais com relação às questões ambientais, relações de gênero e princípios do comércio justo para os associados.
- Aumento da produtividade do algodão agroecológico por agricultor;
- Diversificação da cadeia produtiva dos produtos da agricultura familiar, principalmente do algodão;
- Agricultores capacitados em Agroecologia e produção sustentável.
- Ganhos econômicos e ambientais com a tecnologia do sistema de cultivo do algodão em consórcios agroecológicos, pela comercialização da pluma do algodão para empreendimentos do comércio justa e da economia solidária, com preços superiores aos praticados no mercado e com garantia de compra.
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