Problema Solucionado
A OMS alerta que a violência é um problema de saúde pública crescente no mundo, com impactos no desenvolvimento psicológico e social dos indivíduos, podendo ser considerado o bullying uma modalidade de violência contemporânea. O problema enfrentado é a incidência do bullying e cyberbullying na rede escolar, ameaça silenciosa e invisível que traz consequências físicas e psicológicas para as vítimas. No Brasil, pesquisa por amostragem apresentada no II LENAD (UNIFESP, 2014), apontou que 13% dos adolescentes (14-17 anos) já sofreram bullying nas escolas. No ano de 2016 entrou em vigor no Brasil a Lei 13.185, que prevê que sejam implantadas ações de prevenção e combate à intimidação sistemática (bullying) em todo território nacional, a fim de caracterizar o fenômeno e determinar que os estabelecimentos de ensino ofereçam medidas de diagnose e combate, podendo ser co-responsabilizados em casos de ocorrências. A prevenção do bullying entre estudantes constitui-se em uma necessária medida de saúde pública, capaz de possibilitar o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, habilitando-os à uma convivência social sadia e segura.
Descrição
Desde 2015 a TS vem sendo desenvolvida por uma equipe de psicólogos, psicopedagogos e educadores, passando por testagem em comunidades escolares em situação de vulnerabilidade. A partir dessas práticas foi possível compreender quais estratégias podem ser efetivas no enfrentamento do fenômeno do bullying e da violência escolar. VIVA VOZ! é o emblemático nome que adotamos para um projeto que tem como base tirar da sombra um fenômeno que silenciosamente ocorre em todas escolas, de qualquer localidade e em todas classes sociais. O bullying precisa ser melhor compreendido por educadores, pais e alunos, em suas diversas manifestações, para que todos percebam e combatam suas causas e consequências. Para isso precisamos dar voz as comunidades escolares e nomear as diferentes formas de violência das quais estão sujeitas. Ainda que a Lei 13.185 tenha previsto que se desenvolvam ações e campanhas em todas as comunidades escolares no enfrentamento do bullying, faltam investimentos para a preparação das equipes docentes. Por esse motivo, foi percebida a necessidade de ampliar a atuação e consolidar as melhores estratégias em um material de baixo custo e linguagem simples e acessível que possa nortear as equipes no enfrentamento do bullying e da violência escolar. A partir disso desenvolvemos conteúdos contendo estratégias de ações divididas em 03 frentes: Equipe Pedagógica, Estudantes e Comunidade. A proposta é que cada estabelecimento de ensino da rede pública, abrangendo tanto o Ensino Fundamental quanto o Ensino Médio, receba um conjunto de ferramentas para aplicarem em seu território, auto-guiado e de fácil compreensão, de uma maneira que não gere custos extras de material para a escola. Para o melhor aproveitamento, cada escola poderá eleger um membro da equipe para ser o mediador da ferramenta, passando por um treinamento mais aprofundado junto a equipe do projeto. Os conteúdos estão divididos da seguinte forma:
1. Capacitação da equipe pedagógica – Cartilha +Vídeo-Aulas contendo: aspectos da lei 13.185; papel da escola e dos educadores; responsabilidade com as políticas de preservação de direitos do ECA; caracterização do bullying e outras formas de violência; aspectos de desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes; Aspectos da Comunicação Não-Violenta; Como mediar os conflitos?; Educação para a Paz.
2. Ações para os estudantes – Manual de Boas Práticas + Jogo "Cartas para a Humanidade". O jogo foi desenvolvido a partir de técnicas de jogos cooperativos, oficinas lúdicas, técnicas de mediação de conflitos, recursos artísticos e exercícios de comunicação não-violenta, jogos teatrais, dentre outras, sempre adequadas à finalidade e perfil do público-alvo, visando sensibilização sobre diversidade, ética, tolerância, solução de conflitos, contexto individual-coletivo, empatia e auto-percepção. Em todas as intervenções, o material é praticado com linguagem simples e coloquial inclusiva, não discriminatória ou sexista. Esse material está dividido por faixa etária abrangendo o Ensino Fundamental e Ensino Médio.
3-Comunidade- Guia de Mobilização Social +Folhetos Informativos- Propostas disparadoras de como elaborar uma mobilização social na comunidade e material de suporte (Podendo ser oferecido camisetas, banners, cartazetes).
As ações não tem um tempo definido, elas podem ser agregadas ao projeto político pedagógico de cada escola, podendo ser desempenhadas como melhor se adequarem ao cronograma e à realidade da comunidade escolar. O material poderá ser disponibilizado em meio físico ou virtual.
Recursos Necessários
Apesar da TS já ter sido criada pensando em um formato que permita ser desempenhada de modo autônomo e auto-guiado, o ideal para a implementação da TS é que ela seja acompanhada de uma formação com a equipe mediadora das unidades escolares, prevendo ainda um monitoramento ao longo das ações. O conjunto de materiais em meio físico para a implementação da TS são:
01 cartilha + CD-ROM ou Pendrive com vídeo-aulas
01 Manual de Boas Práticas
01 Jogo "Cartas Para a Humanidade"
01 Guia de Mobilização Social
Cópias dos Folhetos Informativos
Cópias dos Questionários Para Percepção do Bullying
Cópias de Cartazetes para campanha
Banners
Camisetas (opcional)
Estimativa: R$300,00 por conjunto + R$4.000,00 por formação (podendo atingir até 20 mediadores por vez em caráter presencial e 40 virtual).
OBS:Há a possibilidade de disponibilizar o conteúdo em meio eletrônico.
Resultados Alcançados
Ao longo dos quatro anos de desenvolvimento, ações e campanhas, o Viva-Voz! já atingiu mais de 11 comunidades escolares, atingindo uma média de participação de 4.800 estudantes; 1.200 professores capacitados e 2.000 membros da comunidade por ano. Durante as ações pudemos coletar diversos depoimentos de professores e estudantes, que puderam expressar suas vivências com o bullying e a violência, o que reafirma a necessidade de ações que direcionem um olhar de sensibilidade para os sujeitos. Ao longo do trajeto pudemos perceber melhorias por parte da equipe gestora, que passou a ter uma visão mais consciente do fenômeno; mudanças no comportamento de professores em sala de aula, se permitindo a uma postura mais flexível e menos autoritária; melhorias no clima da sala de aula e na relação entre os pares; impacto sobre as equipes mediadoras de intervalo; tomada de consciência sobre a importância de abrir as portas da escola para a comunidade local, propondo ações que ampliem sua percepção e fortaleçam sua identidade.Pudemos mensurar os resultados qualitativos através de registro fotográfico e midiático; divulgação de campanhas na comunidade; redução dos conflitos interpessoais dentro do grupo escolar; pesquisa de satisfação com os atendidos. Já os indicadores quantitativos foram registrados através de lista de presença; relatório mensal do desenvolvimento das atividades propostas; itens e materiais produzidos (audiovisuais e comunicação), diminuição dos casos de bullying nas escolas; diminuição no índice de evasão escolar.
"Através de um processo de olhar interno (gnothi seauton), o Projeto Viva-Voz faz com que cresçamos (a comunidade escolar), mais forte e unidos, assim, buscando um convívio mais harmonioso e pacífico." -Depoimento do coordenador Augusto Costa.
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