Objetivo
A TCI busca fortalecer os laços sociais e de solidariedade entre os membros da comunidade, facilitando a criação de redes de apoio, resiliência e promoção da saúde mental coletiva. Além disso, impulsiona o empoderamento comunitário, oportunizando que a coletividade se torne agente de mudança, encorajando a participação ativa e o envolvimento das pessoas nos processos de tomada de decisão.
Problema Solucionado
A TCI nasceu há 37 anos do desejo de 2 irmãos idealistas - Adalberto e Airton Barreto - e abriu portas para se tornar um movimento social, em 1986, com a maior comunidade da época do Ceará- a favela do Pirambu. O cenário era de ausência de políticas públicas, num contexto de alta vulnerabilidade marcado por restrição dos direitos humanos: saúde, moradia, segurança pública, acesso ao emprego e renda, bens e serviços, com elevado estigma social. Assim sendo, a TCI pode ser implantada para: Promover desenvolvimento da autoconsciência, impulsionando para que a pessoa consiga perceber seu lugar no mundo e ampliando o senso de solidariedade na busca de soluções para questões sociocomunitárias; Criar oportunidades para pessoas se conectarem, compartilharem experiências e construírem vínculos significativos; Favorecer autocuidado, promoção da saúde, alívio do sofrimento além de ser coadjuvante no tratamento convencional dos transtornos mentais leves e moderados; Reduzir violência e criminalidade,Fortalecer laços sociais saudáveis e promove mediação de conflitos e cultura para a paz; Minimizar estigma e discriminação, promovendo empatia e respeito as diferenças.
Descrição
A TCI foi reconhecida pelo Centro Colaborador de Medicinas Tradicionais Integrativas e Complementares da Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma ferramenta de fortalecimento do autocuidado e promoção da saúde mental mundial. Concomitantemente, foi constituída uma comissão de sistematização da TCI, que pretende publicar o Guia de Sistematização em 2024, com extensa divulgação nacional e internacional. O documento do convite está em anexo (campo 9). O reconhecimento internacional se pauta na relevância, sustentabilidade, replicabilidade e interculturalidade entre saberes promovida pela TCI. Com a pandemia de COVID-19, os encontros passaram a ser virtuais, conduzidos por terapeutas comunitários capacitados por Polos de Formação reconhecidos pela Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa (ABRATECOM). A metodologia da TCI segue seis etapas: acolhimento, escolha da inquietação, contextualização, partilha de experiências e finalização. A etapa do acolhimento tem por objetivo criar ambiente seguro, confiável e circular. Nesta etapa explica-se o que é a TCI, convida o grupo para celebrar a vida e propõe dinâmica de aquecimento para integrar o grupo. As regras da TCI são compartilhadas nesse momento: fazer silêncio; falar na primeira pessoa; não julgar, não dar conselhos, não analisar, não interpretar; regra da cultura. Na escolha da inquietação, tem como objetivo a escolha da inquietação que será aprofundada na roda. Para isso, deve-se apresentar as inquietações, restituição, identificação, votação e agradecimento. Na contextualização, tem como fim colher informações a respeito da inquietação trazida pelo protagonista. Seu desenvolvimento é feito por meio de perguntas feitas ao protagonista pelos participantes da roda e pelo TC. Na partilha de experiências, os participantes são convidados a compartilharem suas estratégias de enfrentamento, a partir de perguntas como Quem viveu algo parecido e o que fez para superar? No encerramento, é um momento especial de ampliação do significado das experiências vividas e de renovação. Após cada roda, os terapeutas fazem uma apreciação para analisar os resultados e possíveis melhorias. A ABRATECOM - criada em 2004, envolve efetivamente sua comunidade (rede de Polos de Cuidado e Polo de Formação em TCI; terapeutas comunitários em formação e já formados; associados à instituição pessoas interessadas na temática) nas etapas de planejamento, execução, monitoramento e avaliação. Para garantir a participação colaborativa da comunidade na ABRATECOM, esta instituição se organiza: Assembleia geral ordinária e extraordinária (instância máxima); conselho deliberativo e científico (CDC - instância intermediária com representação da rede de terapeutas representantes dos Polos); diretoria executiva e conselho fiscal eleitos na AGO, sendo constituídas por terapeutas comunitários (vinculados ou não a Polos). As chapas da instituição sempre priorizam a diversidade. Na atual gestão temos mulheres, negras, idosas, homossexuais, indígenas. A ABRATECOM incentiva e valoriza a participação de lideranças comunitárias em sua governança, por meio de bolsas de estudo, redução de taxas na anuidade de associado, inscrição social para participação em congressos. O planejamento, execução, monitoramento e avaliação da ABRATECOM são realizados por meio de comissões ligadas ao CDC. A cada 2 anos (desde 2003) realiza-se o Congresso Brasileiro/Internacional de TCI para educação permanente e continuada. No SUS, desde 2017, a TCI é uma das 29 Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e é uma das quatro mais realizadas na Atenção Básica. Apesar de ser uma PICS recente, comparada a outras (acupuntura, homeopatia), o fato de ser tecnologia leve de cuidado, genuinamente brasileira, coletiva, custo-efetiva, justifica seu crescimento exponencial. Dada esta expansão e capilaridade geográfica e social, desde 2021, a ABRATECOM tem representação titular na Comissão Intersetorial de Promoção, Proteção e Práticas em Saúde e na Comissão de Educação Permanente para o Controle Social do SUS, bem como suplente na comissão de Atenção Básica do Conselho Nacional de Saúde. Com relação à avaliação e monitoramento, são processos participativos, contínuos, progressivos e permanentes que se dão por parcerias e convênios com universidades públicas (projetos de extensão, pesquisa e formação), instituições (como Ministério da Saúde, Consórcio Acadêmico brasileiro de Saúde Integrativa, Organização Panamericana de Saúde e OMS) e movimentos sociais. Existem mecanismos claros de feedback para monitoramento, através de canais de comunicação direta e acesso a diretoria executiva e do CDC, para a comunidade ter solucionadas suas questões de maneira construtiva e oportuna. Por último, existe transparência nas tomadas de decisão, ética nas relações e processos como na publicização das prestação de contas, destacando os sucessos e os desafios enfrentados pela TCI e ABRATECOM.
Recursos Necessários
Os polos oferecem capacitações para a formação de terapeutas comunitários, onde regulamenta-se por 240h/a, divididas em módulos teóricos (50h/a), vivências práticas (50/a), supervisões (80/a), estágio prático (60/a) {Correspondente a condução 30 rodas de TCI}. Segue-se o livro “TCI: passo a passo” e demais artigos. Para realização de dinâmicas terapêuticas, necessita-se de um espaço amplo com um mínimo de 2m2/pessoa, dispondo de colchonetes, máscaras para os olhos, álcool, óleos essenciais, lanches, mesas, toalhas,multimídia, e demais utensílios administrativos e de almoxarifado; itens esses que dependerão da quantidade de participantes a serem formados, apenas limitando-se ao espaço a ser realizado. Média de preço de capacitação 2 mil reais por pessoa. Para o desenvolvimento da tecnologia, faz-se necessário um espaço acolhedor e confortável, com um mínimo de 2 terapeutas comunitários por grupo, onde a quantidade de participantes não é limitada, podendo reunir-se 10, 100 pessoas ou mais. Podendo ser aplicado em diversos contextos e públicos, seja escolas, igrejas, instituições, associações, presídios, ruas, parques, unidades de saúde, sem distinção de idade, gênero ou etnia. Como síntese: 4 mil reais para 2 terapeutas comunitários ( com duração de curso de 6 meses aproximadamente) para média de 30 pessoas por roda, 1 vez/semana (33 reais/pessoa) e 1/semana/ano (2 reais/pessoa), ou seja, estratégia extremamente custo-efetiva.
Resultados Alcançados
Atualmente temos 58 Polos de TCI no Mundo, com representação no Brasil (43), Continente Africano, Américas e Europa (15) alinhados com a Agenda 2030 e as ODS (3, 4, 5, 16 e 17). Estima-se a existência de mais de 30 mil Terapeutas Comunitários no Brasil com impacto direto e indireto de milhões de pessoas no Brasil e Mundo, em especial nas regiões e grupos mais vulnerabilizados. Temos ampla experiência em contextos de calamidades e conflitos na luta pelos direitos humanos e saúde. Atualmente temos 28 terapeutas comunitários realizando rodas de TCI mediando a guerra entre Ucrânia e Rússia. Nos 35 anos de existência, aconteceram XII Congressos, 35 reuniões do CDC, 3 convênios com o Ministérios da Saúde e Universidade Federal do Ceará, executados pelos polos da ABRATECOM. Foram formados mais de 4000 pessoas no setor público, incluindo agentes comunitários de saúde e população indígena. Somos parte do movimento mundial “The People's Declaration for Traditional, Complementary and Integrative Healthcare” e fomos signatários de documentos importantes, como “Reimagining mental health systems post COVID-19 (Lancet 2021)”. Produzimos o protocolo de realização de rodas online em março de 2020 e antes mesmo do primeiro caso de COVID-19 no Brasil já tínhamos agenda diária de realização de rodas de TCI por diferentes Polos, que continuam até hoje. De acordo com os dados, de março de 2020 a agosto de 2023 a ABRATECOM em parcerias realizou 100 rodas de TCI online/mês (1200 rodas/ano) em 16 países, em português, italiano, francês, espanhol e inglês, atingindo 41 mil rodas neste período. Temos parcerias com diversas universidades Nacionais e Internacionais a fim de criar e fortalecer redes para avaliar diferentes contextos da TCI. De 2006 a 2023, foram encontrados em termos quantitativos: 143 artigos publicados, 19 teses de doutorado, e 77 dissertações de mestrado, 17 livros e ebooks. Na publicação “Integrative Community Therapy in the Time of the New Coronavirus Pandemic in Brazil and Latin America”, evidenciou a TCI tornou-se rede de apoio de resgate da esperança, implicando em descobertas de potenciais desconhecidos, de transformações das adversidades da vida, de superação de si próprio. Outro dado importante é que a ABRATECOM participou da consulta pública para revisão dos Descritores em Ciências da Saúde (BIREME)/OPAS/OMS, em 2022, e conseguimos a aprovação do termo “Terapia Comunitária Integrativa”.
Público atendido
Adolescentes
Afrodescendentes
Crianças
Famílias de baixa renda
Idosos
Lideranças comunitarias
Mulheres
Povos indigenas
Quilombolas
Povos tradicionais
Tecnologias Sociais Semelhantes
Estimulação Do Desenvolvimento Infantil
Miolagem
Procurando Caminho
Prohvida - Habilitando Crianças E Adolescentes Para A Vida