Problema Solucionado
Observou-se que a inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho no Brasil é ainda baixa. Isso ocorre porque parte dessas pessoas não possuem qualificação e conhecimento apropriados e reconhecidos pela sociedade para atuar no mercado de trabalho. Para quebrar este paradigma surgiu a ideia do “Programa Ser Eficiente”. Com metodologia diferenciada, o programa consegue demonstrar que, após orientação, qualificação, trabalho com a família e envolvimento da comunidade e empresas, estas pessoas são eficientes e podem ser integradas no campo de trabalho formal ou incentivadas ao cooperativismo.
Em 2012 fomos reconhecidos pela 2º vez pelo PIP FIES ITAU como Programa de Excelência Social. Dentre os mais de mil programas selecionados, sendo o único premiado na categoria, Educação para o Trabalho, que atende Deficiente Intelectual em todo território Nacional. Já éramos uma Tecnologia reconhecida pela Fundação Banco do Brasil em 2011 e avançamos em ações em busca da demanda que não adere ao mercado formal de trabalho, avançando em técnicas de Cooperativismo para atende-los , proporcionando de fato trabalho e renda a todos. Inovamos a Tecnologia apresentada em 2011.
Descrição
A tecnologia Social deste Programa certificada em 2011 foi de extrema relevância devido as ações que identificam potencialidades nas pessoas com deficiência intelectual. Foi proporcionado resultados significativos de transformação social e humana. Os jovens após qualificação e orientação, conforme nossa metodologia, conseguem ocupar seu espaço no campo de trabalho. O trabalho com famílias, neste processo está sendo o eixo principal, trazendo reflexões a cerca de quebra de infantilização e superproteção, fato que impedia muitos jovens de permaneceram nas relações do trabalho, uma vez que não há espaço para comportamentos desta natureza.
As ações executadas no Programa Ser Eficiente são:
1- Oficinas de: Artes, Costura Artesanal, Marcenaria, Culinária e Teatro, são responsáveis pela identificação de hábitos, habilidades e atitudes para o trabalho. Esta ultima, Teatro foi uma descoberta enquanto possibilidade profissional para os jovens que já estão atuando em grandes peças, competindo e ganhando prêmios importantes no Município e reconhecidos como atores da Trup que se chama TRIART.
2- CITs - Cursos de Iniciação ao Trabalho: responsáveis pelo repasse de orientações básicas necessárias a autonomia do jovem em sua vida particular e nas relações de trabalho. Os conteúdos trabalhados são: Desenvolvimento Pessoal e Profissional ( como se comportar em uma entrevista, escolha de vestimenta apropriada, rotina laboral. responsabilidades), Treinamento Monetário ( lidar com a moeda, cartão bancário, talão de cheques entre outros), Orientação de mobilidade ( andar sozinho em espaço público, pegar ônibus, obedecer sinalização de transito, saber se locomover nas vias públicas), Organização de pertences pessoais. Há um CIT de Gastronomia que é profissionalizante, possibilitando conhecimento e identificação de potenciais profissionais nesta área.
3- Sensibilização nas empresas com objetivo de replicar conhecimento sobre as potencialidades das Pessoas Deficientes Intelectuais na campo de trabalho, promovendo desta forma quebra de paradigma da incapacidade desta demanda.
4-Análise de postos e cargos- realizada por profissional de Terapia Ocupacional, possibilitando identificação de espaços laborais a esta demanda.
No decorrer desses últimos dois anos, replicamos a tecnologia, repassando para algumas organizações que atendem a demanda no Município e nos deparamos com 02 grandes desafios, os quais nos fizeram rever a metodologia:
O primeiro desafio foi após as qualificações identificadas e trabalhadas na Instituição, como ter um momento intermediário entre qualificação e integração no trabalho. Necessitávamos de um espaço externo de aprendizagem. A solução adotada foi a parceria com o SENAC, onde os jovens passam após qualificação interna a vivenciar capacitação externa sem apoio técnico deste programa. Experimentam desta forma outros espaços que não são específicos para Deficientes Intelectuais, mas de direito de ESTAR de todos. Esta experiência promove a independência no deslocamento do trajeto para o local do curso, de assiduidade e pontualidade sem estar assistido por uma terceira pessoa e autonomia de escolhas.
O segundo desafio foi na questão da infantilização, muito presente em 60% dos jovens atendidos. Esta demanda tem idade entre 20 e 34 anos, com dificuldades comportamentais que os impossibilitam de permanecer no campo de trabalho formal, porém não os impede de realizar uma atividade de produção. Com esta demanda é possível realizar ações que promovam confecção de peças, ou produtos sequenciais, em larga escala. Este é o campo do cooperativismo, que trás renda sem ser necessário um refinamento comportamental, como exige o campo de trabalho formal, como escritórios, empresas entre outros. A solução adotada para avançar nesta prática, esta sendo a construção do laboratório de cooperativa, que será um espaço para prática deste campo, com fomento de incentivo a formação de cooperativas.
Recursos Necessários
Os recursos físicos e equipamentos permanentes são: - 4 salas adaptadas para oficinas: artes (com bancada, cadeiras, armário fechado, estantes, secador, ventilador), costura artesanal (com bancada, cadeiras, armário fechado, estantes, máquinas), marcenaria (adaptada com maquinários próprios como serra, tico-tico de bancada e manual, lixadeira de cinta, serra circular, aspirador) e culinária (com bancada de pedra, geladeira, fogão, micro ondas, forno elétrico, eletro doméstico e utensílios em geral); - Sala laboral escritório: telefonia, sala de reunião, baia de computadores, equipamentos multimídia e profissional de criação de apostilas e material didático, impressora ; Laboratório de Cooperativa – Salão adaptado com os materiais de Marcenaria e Costura ( os equipamentos são os mesmos citados nas oficinas) e computador com sistema de almoxarifado e vendas; Espaço de Teatro, adaptado com peças de cenário e figurino; - loja/escola Molekagem: com prateleiras, computador, bancada e caixa para exposição e comercialização dos produtos confeccionados nas oficinas.
Os materiais de consumo para utilização nas oficinas e cooperativa são: pinceis variados, tintas, lixas, canetas especificas de pintura, peças madeira, pano e tecido para pintura, guardanapo para decupagem, verniz e cola branca; tecidos, linhas, agulhas, lã, tesouras tradicional e de picote, enchimento e aviamentos em geral; madeiras variadas, laminas para serra, lixas e cola; - Culinária: alimentos em geral.
Resultados Alcançados
Com a aplicação da metodologia do Programa conseguimos que 30% dos jovens, que passaram por todos os estágios, se integrassem e permanecessem por período maior que dois anos, no Mercado de Trabalho. Além desses, 10% de jovens conseguem suas rendas em trabalhos informais, como confecção de peças artesanais. Alguns já expõe em feiras e possuem material de divulgação de seus produtos. Desta forma atingimos a Integração no Campo laboral de 40% dos atendidos. Os demais entram na questão comportamental que ainda necessitam de um tempo maior para serem trabalhadas.
Nas demais ações, identificadas nesses últimos dois anos como desafios, conseguimos os seguintes resultados:
Na questão de locais externos para treinamento realizamos parceria com o SENAC que está em andamento há dois anos com resultados excelentes de autonomia para os jovens. Avançamos também nas ações dos CITs, implantando cursos de qualificação interna de: Auxiliar Administrativo e Recepção em parceria com o SENAI. A troca desta parceria foi a adaptação do material desses cursos citados acima do SENAI, realizada pelos técnicos deste programa, para uso de Pessoas com Deficiência Intelectual que participam dos cursos do SENAI em território Nacional. Outra parceria importante que irá certificar as oficinas e proporcionar locais de estágio foi à realizada com o CIEE- Centro de Integração Empresa-Escola. Desta forma, todas as ações executas no Programa Ser Eficiente estão sendo reconhecidas por importantes organizações como as do sistema S, as quais nos fortalece no campo da qualificação através das parcerias.
Na questão, trabalho com cooperativismo, estamos em fase de adaptação do espaço que será um laboratório de cooperativa no 2º semestre. Planejamos as ações que envolve: Capacitação do RH envolvido para qualificação dos jovens; Qualificar os jovens em produção, estimulando o empreendedorismo e orientações necessárias aos familiares; Realização de estudo do mercado para confecção e venda dos produtos; Implantação de sistema de coleta de dados dos processos comerciais e gestão de vendas; Acompanhamento do processo de produção diários, realizado no laboratório de cooperativa; Realização de visitas as empresas para oferecimento de produtos confeccionados; Incentivo a formação de grupos para cooperativismo;
Desta forma nossos resultados foram de emancipação dos atendidos e de ampliação de ações, fortalecendo o Programa na busca da Integração do Jovem Deficiente Intelectual no Mundo do Trabalho.
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