Problema Solucionado
O território da cidadania do Tocantins, no estado do Pará, é constituído por 11 municípios: Abaetetuba, Acará, Baião, Barcarena, Cametá, Igarapé Miri, Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Tailândia e Mojú. É uma região que concentra problemas estruturais vivenciados pela agricultura familiar e o agroextrativismo.
Somente um programa eficaz de apoio à produção familiar rural pode contribuir com o enfrentamento dos problemas e com o desenvolvimento socioeconômico desse segmento. O desafio consiste em proporcionar aos agricultores e agricultoras, comunidades tradicionais, quilombolas e pescadores artesanais, meios de adaptação e de administração de seus sistemas de produção, levando em consideração as modificações do meio ambiente físico (diminuição da fertilidade dos solos, diminuição dos recursos florestais e haliêuticos) e econômico (variação de preço, demanda de novos produtos, exigência de qualidade dos produtos).
A estratégia elaborada passa essencialmente pela melhoria do acesso dos agricultores/as a serviços de qualidade nas áreas de: formação profissional agrícola, infraestrutura, saúde, educação, crédito, transformação e comercialização.
Descrição
“Redes de Produção Agroecológica e Solidária” trata-se de uma ação voltada à implantação de um programa de formação e ao fortalecimento dos canais de comercialização dos agricultores e agricultoras familiares, assentados da reforma agrária, agroextrativistas, pescadores profissionais e artesanais e comunidade quilombola.
Diante dos entraves já citados, a ação “Redes de Produção Agroecológica e Solidária” se organizou inicialmente a partir da tecnologia social “Redes Locais: Tecendo Saberes Agroecológicos”, promovendo uma melhor organização da produção, o aumento da produtividade dos produtos locais e a organização comunitária no sentido de refletir sobre as estratégias de comercialização. Buscando também avançar na relação entre produção sustentável e preservação do meio ambiente, foram realizadas ações em prol do resgate e valorização da biodiversidade.
“Redes Locais: Tecendo Saberes Agroecológicos” visa à formação dos agricultores e agroextrativistas e a valorização de seus saberes através da experimentação e produção, planejamento, multiplicação e uso sustentável dos recursos naturais da região. Em consonância, Redes de produção busca fortalecer, de forma continuada, a produção familiar agroecológica, a fim de valorizar os produtos agroextrativistas e gerar renda de forma sustentável e com segurança alimentar. Seu ponto forte é a maneira como se dá o processo organizacional, no qual agricultores e agricultoras produzem de forma planejada e comercializam com preservação ambiental. Isso tem proporcionado a comercialização dos produtos agroecológicos em feiras locais e regionais, venda direta ao consumidor e por meio dos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Trata-se de uma tentativa de experimentação de novos processos de gestão, planejamento participativo da propriedade e de multiplicação e uso sustentável dos recursos junto à comunidade, respeitando os saberes tradicionais sem impor a difusão de pacotes tecnológicos prontos. A participação das comunidades e das organizações parceiras é fundamental para que as estratégias de comercialização possam ser definidas e assim se organizar em suas associações de base, cooperativas, sindicatos de trabalhadores rurais, coletivos de agricultores/as e comunidades.
Como interface, e para que a produção agroecológica pudesse iniciar a sua organização, um dos aspectos fundamentais foi a valorização dos saberes tradicionais. Para alavancar as “Redes de Produção Agroecológica e Solidária” um programa de formação foi formulado baseado nas demandas dos agricultores/as e seus familiares e das comunidades tradicionais. O principal aspecto deste programa foi o processo continuado de formação em várias esferas como: formação dos gestores de organizações em atividades de administração e gestão e prestação de contas e formulação de projetos para comercialização, seja nas modalidades acima citadas (PAA e PNAE), seja em feiras ou diretamente para outras organizações produtivas.
É importante citar que a formação nas comunidades se dá a partir de um diagnóstico das fragilidades. Em Cametá, as temáticas elegidas foram o açaí, a criação de peixes em cativeiro, criação de abelhas, cultivo de plantas medicinais e de mandioca, produção de farinha e camarão, além de formação em saúde preventiva.
Os/as agentes multiplicadores/as têm papel decisivo no sucesso da tecnologia no sentido de difundir os conhecimentos acumulados, organizar junto à comunidade o processo produtivo, fomentar a organização de propostas de comercialização, articulando entre as organizações e a comunidade a formação continuada, a comunicação e geração de renda de forma sustentável. A tecnologia social “Redes de Produção Agroecológica e Solidária” funciona de forma participativa através do planejamento da rede, formulação de propostas, controle social de políticas públicas voltadas à área de atuação e levantamento dos empreendimentos solidários.
Recursos Necessários
1 Barco (deslocamento) para áreas totalmente de ilhas que pode ser próprio,01 moto e 01 carro para áreas com acesso para áreas de várzeas altas e áreas de terra firme;
2 Computadores sendo 1 com impressora; materiais de escritório para monitoramento e arquivamento das avaliações das unidades de produção e acompanhamento e monitoramento das unidades produtivas nas comunidades;
- Cadernetas anuais de anotações;
- Material pedagógico para atividades de capacitação e formação;
- Materiais específicos para cada tipo de implantação de 1 unidade experimental de produção;
- Equipe técnica, coordenação e pessoal de apoio;
- Média de R$ 600.000,00 (Seiscentos Mil Reais) a R$ 800.000,00 (Oitocentos Mil Reais) levando em consideração as especificidades e região.
Resultados Alcançados
- 400 pessoas capacitadas entre agentes multiplicadores/as, gestores de organizações e técnicos;
- Cinco estudos de mercados institucionais realizados;
- Realização de 150 visitas de articulação e sensibilização de lideranças locais e organizações;
- Organização da produção em termo de quantidade e qualidade;
- Agregação de valor aos produtos regionais;
- Fortalecimento do processo de diversificação da produção, aliados a preservação ambiental e a valorização e resgate da biodiversidade;
- Participação efetiva das mulheres na gestão das organizações, organização da produção e comercialização;
- Quatro feiras de empreendimentos agroecológicos solidários organizadas com o objetivo de sensibilização sobre economia solidária, comercialização, articulação de fortalecimento de uma Rede de organizações comprometidas com a agricultura familiar, este esta que articula as demais Redes sendo a Rede Jirau de Agroecologia;
- Participação média de 45 empreendimentos em cada feira;
- 80 agentes multiplicadores/as continuam difundindo conhecimentos articulados à TS “Redes Locais: Tecendo Sabres Agroecológicos”;
- 35 organizações capacitadas sobre formas de boas práticas de gestão;
- Produtos comercializados via programa de aquisição de alimentos como: mel de abelha, camarão, pescado, laranja, biscoito de castanha do pará, castanha de caju, hortifrutigranjeiros, banana, galinha caipira, ovos, farinha de mandioca, polpas e xaropes de frutas (como açaí, manga, cajá, cupuaçu);
- Dezoito projetos de comercialização (doação simultânea) via programa de aquisição de alimentos efetivados, tendo em média - direta e indireta – duzentos e cinquenta mil pessoas beneficiadas com o recebimento destes produtos. Entre elas estão a pastoral da criança, associações de idosos, creches entre outras, 700 agricultores/as familiares diretos e indiretos participantes das propostas, gerando renda da produção via as suas organizações;
- Mais de R$ 2 milhão movimentados em recursos via os 18 projetos de compra de produtos da agricultura familiar;
- Comercialização via uma cooperativa e três associações através do PNAE, beneficiando escolas e melhorando a alimentação escolar e o Instituto Federal do Pará, campus de Cametá;
- Média de 300 toneladas de produtos comercializados da agricultura familiar.
Os resultados promissores provocam nas organizações e agricultores/as a autoestima, dando oportunidade de se organizarem de forma coletiva e gerando renda respeitando o meio ambiente e com segurança alimentar e atualmente a Rede de Produção se articulado por dento de uma rede mais ampla chamada de Rede Jirau de Agroecologia.
Mais informações pode acessar: https://www.facebook.com/redejiraudeagroecologia/
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