Objetivo
Popularizar a Ciência Florestal e sensibilizar crianças, adolescentes e jovens em relação às questões ambientais que afetam o Bioma Amazônia e por extensão o Planeta Terra, promovendo a cidadania ambiental.
Problema Solucionado
A Educação Ambiental é uma atividade transversal as disciplinas do currículo escolar do Ensino Fundamental e Médio. Com o crescimento dos debates sobre as questões ambientais e a demanda pelo engajamento da sociedade, instituições de Ensino e pesquisa, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária tem participado dessa mobilização planetária. Dentre as linhas de pesquisa da Embrapa está o Manejo Florestal e Extrativismo. Nesse contexto surge o desenvolvimento da TS Práticas Educomunicativa de Produção de Videoclipe Ambiental, no âmbito do Projeto Com.Ciência Florestal (2008-2010) que teve por objetivo promover a divulgação cientifica dos resultados de projetos da Embrapa Rondônia , que colaboraram para a minimização dos impactos ambientais relacionados à Floresta Amazônica. A estratégia de comunicação adotada foi promover o diálogo entre o discurso da Ciência, o discurso literoambiental de artistas amazônidas, com jovens estudantes, com a finalidade de popularizar a Ciência Florestal e sensibilizá-los em relação às questões ambientais e assim aumentar a consciência dos cidadãos sobre o papel e a importância da Ciência na sociedade. A prática vem sendo difundida, formando multiplicadores e respondendo a demanda por ferramentas lúdicas em ações de educomunicação socioambiental.
Descrição
PERCURSO METODOLÓGICO DA PRODUÇÃO DE VIDEOCLIPES AMBIENTAIS
O percurso metodológico refere-se ao caminho percorrido, desde a apropriação
dos princípios do dialogismo à prática da interação social em espaço educativo até os
estudos de recepção do videoclipe produzido. (OLIVEIRA, 2010b; OLIVEIRA e SOUZA,
2010). Nas primeiras oficinas, realizadas em 2007 com alunos de uma escola pública,
a oficina era denominada de “produção de videoclipes educativos”. Posteriormente,
com a percepção da importância do discurso literário para sensibilizar para questões
ambientais, e o processo coletivo de produção da narrativa audiovisual, as oficinas
passaram a ser denominadas de “produção coletiva de videoclipe ambiental”, na qual
se definia um tema, conforme fosse a música escolhida para trilha sonora.
Com o desenvolvimento da prática, com diferentes músicas, temas e públicos, foi
possível identificar os elementos constitutivos da elaboração coletiva de videoclipe:
(a) a fala, ou seja, o “dito” no discurso literário de músicas amazônicas e suas relações
com o discurso ambiental; (b) o “olhar”, a percepção ambiental dos enunciatários do
discurso, participantes das oficinas. Também identificou-se a necessidade de produzir
informação, em interação com os diversos atores da vida social.
Na fase de validação da Oficina de produção coletiva, situa-se a inter-relação entre
Comunicação/Educação, se desenvolve a produção do discurso ambiental, a ação-cidadã
e a produção de videoclipes ambientais
em um processo participativo. Em síntese,
os conteúdos básicos da metodologia são:
a música amazônica, como portadora de
um discurso ambiental; a produção de
videoclipe ambiental que é antecedida pela
criação de uma narrativa audiovisual e a
prática educomunicativa socioambiental,
que contém a interação dialógica em oficina.
A produção de videoclipe ambiental em
oficinas se caracteriza como tecnologia social e educacional na qual, os procedimentos
adotados reúnem componentes de comunicação e educação ambiental, que sensibilizam
e estimulam a ação-cidadã. Em sua origem, é uma prática educomunicativa desenvolvida
em projetos de divulgação científica e educação ambiental, como estratégia para
produção coletiva de informação a partir da interação entre diversos atores sociais.
Quando submetida a análise, aborda-se a dimensão comunicacional da oficina, como
espaço de interação e de diálogo entre comunicadores, pesquisadores e artistas autores
da música.
Outra abordagem que orienta nossa discussão é o da Educomunicação, campo
do conhecimento onde situamos a relação educação/comunicação voltada para a
divulgação da ciência. Enquanto conceito e enquanto prática social, a educomunicação
vem ganhando legitimidade, especialmente no Brasil e nos países da América Latina,
como uma opção para promover a melhoria das relações nos espaços educativos, bem
como para a eficácia dos programas que utilizam a mídia no ensino. Surgem assim as
práticas educomunicativas como consequência das múltiplas interações para educar
com e para a relação com as mídias.
A partir das primeiras experiências de produção de videoclipe por meio do projeto Com.Ciência Florestal, identificou-se a possibilidade de ampliar a aplicação dos
princípios da educomunicação, para a divulgação da ciência, pautada pela inclusão
social e percepção ambiental, conceitos estreitamente ligados a educomunicação e que
deram base para a formulação de uma proposta metodológica de educomunicação
para a divulgação científica, que se apoia no princípio de produzir e desenvolver
ecossistemas educacionais e comunicativos, com base na comunicação grupal e na
linguagem audiovisual; e na organização e disseminação de informações, em linguagem acessível, sobre questões socioambientais, a partir da compreensão de como e
para que “se faz ciência”, e qual a sua aplicabilidade no dia-a-dia do cidadão comum.
(OLIVEIRA, 2008).
Na fase atual, de validação, tem-se trabalhado com a música “Canto dos Castanhais”,
cujo autor do discurso literário é o artista paraense, radicado no Amapá, Joaozinho
Gomes. A música aborda o modo de vida dos produtores extrativistas castanheiros e,
a partir de 2008, foi empregada em eventos com três segmentos de público: produtores
organizados de reservas extrativistas no Acre e no Amapá; com educadores ambientai
(OLIVEIRA e FERNANDES, 2012) , com estudantes de nível fundamental e médio de
escolas públicas e com acadêmicos de Comunicação Social, em oficinas nos Congressos
Regionais Norte da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares em Comunicação
– Intercom, em Roraima, Manaus, Belém e Porto Velho nos anos de 2011, 2013, 2014 e 2016 respectivamente.
Recursos Necessários
Uma UTS de Praticas Educomunicativas de Produção de Videoclipe requer a disponibilidade dos seguintes recursos materiais: 01 notebook com placa compatível com a edição de vídeo, 01 projetor multimídia, 01 caixa de som acoplável ao notebook, 01 licença de anual de software de editoração de vídeo.
Resultados Alcançados
Ao longo de 13 anos de aplicação da Prática... foram realizadas dezenas de Oficinas de produção de Videoclipes Ambientais , produzidos e difundidos videoclipes , como se comprova em diversas publicações registradas em Anais de Congressos Técnicos Científicos ( em Anexo) e em Publicações da Série Embrapa. Referidos trabalhos comprovam a aceitação da Metodologia como prática educacional que se aplica na educação formal , atrelada a Comissão de Qualidade de Vida das Escola e em eventos como as Conferencias Infanto Juvenil para o Meio Ambiente e não formal ( em eventos como o Fórum Brasileiro de Educação Ambiental ), sendo difundida além das publicações em Oficinas e Palestras realizadas em eventos técnico-científicos, sobre tudo os Congressos das áreas de Comunicação Social (Intercom ), de Educação Ambiental (Rede Rebea, CNEA ) e eventos promovidos pela Associação Brasileira de Pesquisadores e profissionais de Educomunicação (ABPEducom) e no Congresso Brasileiro de Produção de Vídeo Estudantil (UFPelotas-RS). Além disso, os vídeos produzidos têm sido utilizados em Oficinas realizadas em Comunidades produtoras rurais e divulgados em Mostras de Vídeo em eventos relacionados a Semana do Meio Ambiente e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
A Escola Marcelo Candia, primeira instituição de ensino com qual foi desenvolvida a prática , a adotou e no ano seguinte desenvolveu um Projeto de Produção de Vídeo com uso de celular , que ganhou prêmio. Esta Prática foi reconhecida como Tecnologia Social no fórum de TS promovido pela Prefeitura de Porto Velho, em junho de 2012.
Público atendido
Adolescentes
Agricultores Familiares
Alunos do Ensino Fundamental
Alunos do Ensino Médio
Alunos do Ensino Superior
Adulto
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