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Metodologia De Rede De Geração De Trabalho E Renda

por Rede Cidadã
Certificada 2011

Resumo

A Rede Cidadã é uma organização social sem fins lucrativos e desde sua fundação, em 2002, iniciou o seu projeto social estabelecendo um vínculo entre cidadania e trabalho, acreditando que a melhor forma de promover a cidadania é preparando as pessoas para terem autonomia econômica e assumirem a construção dos seus direitos de cidadania por conta própria. Para isso, a Rede Cidadã criou uma metodologia de Rede de Geração de Trabalho e Renda capaz de unir a demanda das empresas por novos profissionais e os jovens que representavam 2\3 da população economicamente ativa desempregada. Nesse sentido, era necessário oferecer para os jovens de comunidades de baixa renda a formação mínima necessária para serem inseridos no mercado de trabalho e era também fundamental que ocorresse o cruzamento entre as competências individuais dos jovens com as competências requeridas nas funções disponíveis neste mercado. O que chamamos de colocar o jovem certo na vaga certa. Essa foi a estratégia de dotar o projeto social das características de um serviço oferecido ao mundo corporativo no campo do recrutamento e seleção, podendo ao mesmo tempo integrar os conceitos da responsabilidade social empresarial com a sua necessidade de contratar profissionais para o desenvolvimento do seu negócio. Assim, ao mesmo tempo que a empresa realiza cidadania corporativa, ela faz recrutamento e seleção para suas necessidades, por meio de um projeto social capaz de gerar renda para jovens cidadãos das vilas e favelas e fortalecer as condições de acesso destes jovens ao mundo corporativo. Durante 14 anos, a Rede Cidadã estabeleceu aliança com 2,1 mil empresas, 689 organizações sociais, contando com o envolvimento de 2300 voluntários, em 47 cidades de 9 estados do Brasil. Hoje já são 57.901 jovens inseridos no mercado de trabalho. O relacionamento estreito com as empresas, especialmente com as áreas de recursos humanos, aos poucos foi ensinando a organização a criar melhorias contínuas para maior assertividade na formação dos jovens e sua alocação na vaga certa. Para isso, ao longo deste tempo, mais de 70 cursos diferentes foram realizados e foi adotada uma ferramenta de assessment para oferecer aos jovens a compreensão de competências comportamentais e habilidades inatas para o trabalho. A convivência com os gestores de pessoas evidenciou a máxima de que o que contrata são as competências técnicas, mas o que demite são as atitudes comportamentais. Essa percepção era vivida pela nossa equipe que realizava grande esforço por inserir jovens nas empresas e percebia a baixa sustentação da conquista do emprego, em poucos meses de trabalho, muitos eram demitidos. Na medida em que conversávamos com os jovens que voltavam a nos procurar após sua demissão, fortalecia-se a necessidade de incluir na sua formação, a crença em valores, o domínio do autoconhecimento e a percepção da importância de um trabalho com significado para a vida. Tudo isso, visando a capacidade de lidar com conflitos, construir relacionamentos duradouros, saber aproveitar seus talentos no trabalho e fazer do trabalho suporte à realização de seus sonhos. Para tanto, era necessário aumentar o seu tempo de permanência nas empresas o que somente seria possível, segundo nosso ponto de vista, através do uso do consciente do seu emocional. Então, surgiu uma pergunta: como preparar os jovens para o domínio do seu coeficiente emocional com o curto prazo que estes jovens passavam pelas nossas formações? A busca de escala do projeto social já tinha obtido sucesso, mas havia um contraponto, as formações eram rápidas, e a metodologia utilizava de 5 dias para preparar os jovens para vencerem o processo de recrutamento nas empresas. Como acrescentar maior formação em valores e desenvolver o autoconhecimento capaz de criar o controle emocional, sem aumentar demasiadamente o tempo de formação? As respostas a essas questões demonstrarão a construção de uma nova versão para a RGTR no seu eixo de empregabilidade. Após um ano de projeto piloto, os resultados da aprendizagem do autoconhecimento e da gestão emocional revelaram na comparação entre o grupo controle e o grupo de jovens que participaram deste trabalho, que dos jovens contratados que não tiveram a formação deste projeto, apenas 25% continuam contratados após um ano. E dos jovens contratados que tiveram a formação descrita neste projeto, 78% permaneceram após um ano. Assim a metodologia RGTR no eixo da empregabilidade ganha um novo foco e uma nova definição conceitual, teórica e prática, denominada Autoconhecimento e gestão emocional na formação de jovens para a vida e o trabalho.

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