Objetivo
A tecnologia dos Jovens Comunicadores tem como objetivo geral enfrentar a desinformação (fake News) por meia da formação de redes orgânicas de comunicação comunitária formadas por jovens comunicadores, capilarizando o acesso às informações em saúde, direitos sociais, serviços básicos para combate às violências de gênero e infanto-juvenil, rede de apoio para os efeitos das mudanças climáticas e ambientais.
Problema Solucionado
O Projeto Jovens Comunicadores teve início com a Pandemia da covid-19 quando se evidenciou que a população com o menor poder aquisitivo estava menos protegida, e mais exposta ao coronavírus, por diferentes fatores socioeconômicos. Ressalta-se que paralelamente a Pandemia do Novo coronavirus vivenciamos uma “infodemia” uma pandemia da desinformação. Nessa direção o acesso à informação segura é estratégia central para a produção do cuidado.
Entretanto, o acesso à informação segura não está garantido, tendo em vista que a exclusão digital é uma realidade, “Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2018, 85% dos usuários de Internet da classe D e E acessam a rede exclusivamente pelo celular, 2% apenas pelo computador e 13% se conectam tanto pelo aparelho móvel quanto pelo computador”, essa limitação dificulta o acesso à sites e portais oficiais com informações seguras fazendo das redes sociais o principal canal de informação dessa população.
A metodologia do Projeto de formação de jovens comunicadores para checagem e produção de informações, com sua partilha por aplicativos de mensagens para uma rede local, possibilita a capilarização das informações e funciona como instrumento para Vigilância Popular em Saúde e de proteção social.
Descrição
A Bem TV atua há 31 anos ofertando oficinas de Tecnologia da Informação e Comunicação para adolescentes e jovens de comunidades periféricas. Em 2020, com o início da Pandemia, a Bem Tv reconhecendo que as orientações em saúde e o respeito as orientações sanitárias não podem ser entendidas como mero ordenamento de regras a serem cumpridas, considerando as desigualdades existentes, por exemplo o não acesso ao saneamento básico, iniciou o Projeto Jovens Comunicadores - Comunicação popular em favelas para o enfrentamento a desinformação e fake news, de forma a garantir informações seguras sobre direitos, saúde e prevenção a COVID-19.O Projeto atendeu nos últimos 3 anos mais de 1500 adolescentes e jovens, e teve um alcance com a rede de comunicação popular e comunitária de mais de 180.000 moradores das regiões onde o projeto foi desenvolvido, a saber: favelas de Niterói (Preventório, Viradouro, Morro do Estado, Caramujo), São Gonçalo (Jardim Catarina, Sacramento, Bom Retiro) e Rio de Janeiro (Maré e Pavuna). Como desdobramento da ação de formação da rede de comunicação Jovens Comunicadores, e estratégia de fortalecimento de vínculos comunitários e familiares foram criadas a Agência Popular Jovens Comunicadores e a Incubadora de Comunicação Popular, voltadas ao aprofundamento dos conhecimentos técnicos e conceituais básicos da área de comunicação, e ainda pautada no fortalecimento da defesa dos direitos de adolescentes / jovens e na mobilização social.
Durante a formação os jovens comunicadores participam de encontros em formato de educonexão (conexão educativa a partir da integração de ferramentas digitais somadas as práticas orgânicas de polifonia de saberes), com carga horária de até 120 horas por turma. Como principais insumos para o desenvolvimento formativo destacam-se a equipe composta por instrutores; monitores para acompanhamento dos adolescentes / jovens; bolsa auxílio para os jovens e plataforma Pluriverso para educonexão
Como tecnologia social destacam-se a formação de uma rede de comunicação orgânica de base comunitária formada por jovens comunicadores; a utilização da metodologia de educonexão, utilizando sistema multiplataforma baseado em nuvem cujo modelo inova ao integrar um ambiente de revistas colaborativas e suas curadorias de conteúdo; um sistema de gestão de aprendizados (LMS) descentralizado, com objetivo de propiciar o diálogo de saberes, potencializando trocas e transformação para uma mudança de paradigmas da sociedade
Sobre processos, rotinas e conteúdo, os jovens participam de encontros formativos diários envolvendo instrutores, monitores e coordenação e no final do processo produzem / adaptam informações para transmissão em suas listas de transmissão, como instrumentais são utilizados: questionário socioassistencial; instrumental para escuta comunitária; relatórios sobre condições de conectividade. Os conteúdos envolvem formação em ferramentas da tecnologia da informação e comunicação e assuntos transversais, sendo estruturados em módulos:
MÓDULO 1: (COMUNICAÇÃO POPULAR) - um direito que garante outros direitos. No módulo 1 apresentamos o conceito de comunicação popular como um direito que garante outros direitos, introduzindo as ferramentas de produção de conteúdos e o ato da escrita. Nosso objetivo é que os jovens se apropriem desses mecanismos como ferramentas de luta, através da realização de uma escuta de pessoas dos territórios de cada um e de mapeamentos de redes de apoio, atenção e garantia de direitos no âmbito público e social.
MÓDULO 2: (COLETIVIZANDO) os sujeitos e seus coletivos, ubuntu - No módulo 2 nosso objetivo principal é abordar a coletivização das pautas apresentadas, na perspectiva ubuntu. Serão apresentadas reflexões sobre as políticas intersetoriais destinadas a diferentes públicos a partir da faixa etária (crianças e adolescentes, juventude, idosos) e das pautas identitárias (igualdade racial e população LGBTI+).
MÓDULO 3: (POLÍTICAS SETORIAIS) - A partir do módulo 3, nosso principal objetivo é apresentar e fomentar a participação social, estimulando que os jovens comunicadores disputem as narrativas sobre as pautas apresentadas a cada encontro. São apresentadas as políticas setoriais, a começar pelo tema de meio ambiente e preservação ambiental, mas contemplando também: saúde, educação, cultura, proteção e assistência social.
MÓDULO 4: (OCUPANDO ESPAÇOS) - No módulo 4, nosso objetivo principal é promover a ocupação dos espaços de participação social pelos jovens, a partir do debate sobre a produção e reprodução da vida. Afinal, quanto custa estar vivo? Buscamos debater o mundo do trabalho, ou seja, as relações que intermediam o acesso dos jovens a diferentes ocupações laborais, tratando da precarização dos direitos trabalhistas, a influência do racismo estrutural no acesso e promoção de jovens negros dentro das empresas e casos de empreendedorismo e inovação que jovens negros se engajam em busca de renda e de uma vida digna.
Recursos Necessários
Como principais insumos para o desenvolvimento da tecnologia socias e para o processo formativo destacam-se a equipe composta por coordenador; monitor para acompanhamento, psicóloga para acompanhamento dos adolescentes / jovens; bolsa auxílio para os jovens e plataforma Pluriverso para educonexão, utilizando sistema multiplataforma baseado em nuvem cujo modelo inova ao integrar um ambiente de revistas colaborativas e suas curadorias de conteúdo; um sistema de gestão de aprendizados (LMS) descentralizado, com objetivo de propiciar o diálogo de saberes, potencializando trocas e transformação para uma mudança de paradigmas da sociedade
Resultados Alcançados
Utilizamos para acompanhamento os seguintes indicadores e alcançamos os resultados detalhados a seguir:
Grau de participação e envolvimento (meio de verificação - Relatório de participação gerado pela plataforma Pluriverso) – média de 68% de participação por turma.
Temas presentes na proposta (meio de verificação - Relatório de participação gerado pela plataforma pluriverso) - Mais de 28 temas trabalhados por turma.
Melhoria nas condições pontuais e imediatas de vida de adolescentes e jovens por meio da transferência direta no formato de bolsa auxílio. (meio de verificação – avaliação socioassistencial) – a bolsa representa um percentual de mais de 30% da renda.
Qualidade e pertinência da informação encaminhada avaliada a partir de diagnóstico e escuta das pessoas participantes nas listas de transmissão dos adolescentes e jovens. (meio de verificação – escuta das pessoas participantes nas listas de transmissão por instrumental específico). A partir das escutas mais de 80% da população declara aprovar as informações recebidas.
Além desses indicadores, destacam-se:
Número de jovens participantes e formados: 1800 adolescentes e jovens nos últimos 3 anos.
Número de pessoas das redes de comunicação: mais de 180.000 nos últimos 3 anos.
Público atendido
Jovens
Adolescentes
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