Problema Solucionado
O Território de Identidade do Extremo Sul da Bahia é composto por 13 municípios, dentre eles Teixeira de Freitas é o maior município em desenvolvimento econômico e uma referência em desenvolvimento comercial. A economia local é variável, desde a colheita do café, trabalho com o carvão, extração de madeira, mas a predominância maior está no cultivo do eucalipto, que é feita por grandes empresas e que acaba influenciando na luta por terras e contra degradação do meio ambiente. Homens, jovens e adultos ficam fora dessas atividades predominantes, e precisam sair para trabalhar na produção de carvão, colheita do café, no corte da cana ou na construção civil ou se dedicam as atividades rurais, enquanto as mulheres ficam em casa cuidando dos filhos. Parte da população depende dos programas sociais de transferência de renda do governo, como o Bolsa Família.É para essa população, principalmente para as mulheres que precisam conciliar o cuidado dos filhos com uma atividade produtiva para garantir a sobrevivência, que a ALVA começou oferecer uma alternativa, financiando pequenos projetos coletivos de geração de renda por meio do Projeto Vencer Juntos.
Descrição
A ALVA trabalha com a metodologia do Fundo Rotativo Solidário. Essa metodologia, que tem uma tradição de mais de vinte anos em muitas comunidades pobres do Brasil, é considerada um dos caminhos mais eficazes para promover a inclusão produtiva dos segmentos mais excluídos da população, um público que tem grande dificuldade de acessar o microcrédito. Os recursos para financiar os primeiros 100 grupos produtivos solidários na Diocese vieram de convênios que ofereceram recursos não reembolsáveis para o Projeto Vencer Juntos. Os grupos identificados para iniciar uma atividade produtiva recebem um financiamento inicial e se comprometeram em contribuir o valor recebido, sem juros e sem correção monetária, para o Fundo Rotativo Solidário da Associação. Veja a parte “Proposta de Devolução Solidária” abaixo para o detalhamento da prática do fundo rotativo no trabalho da ALVA. As contribuições são depositadas numa conta poupança da ALVA. O controle e monitoramento das contribuições são feitos com a ajuda das técnicas, que elaboraram uma planilha de controle em Excel. A Diretoria revisa a planilha nas suas reuniões que acontecem a cada dois meses. A aprovação de novos financiamentos com recursos do Fundo Rotativo ou de convênios também acontece na reunião da diretoria. Os critérios para a liberação de novos financiamentos foram definidos pela Associação e são documentados no Regimento Interno, que passou pela aprovação da Assembleia Geral. Além da sustentabilidade econômica, a ALVA se preocupa com a questão da sustentabilidade ecológica, adotando alguns princípios. Práticas da agricultura orgânica: não uso de agrotóxicos, adubos químicos, reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal, compostos sinteticamente. Sempre que possível baseia-se no uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle natural/biológico de pragas e doenças. Procura sistemas de produção equilibrada com os recursos naturais (água, plantas, animais, insetos, etc.) e para isso administram conhecimentos de diversas ciências (agronomia, ecologia, homeopatia, sociologia, economia, entre outras) para que o agricultor possa ofertar ao consumidor alimentos que promovam não apenas a saúde deste último, mas também do planeta como um todo. Preservação do meio ambiente: procuram-se projetos que interfira o menos possível nas questões do meio ambiente e quando necessário incentiva a recuperação e preservação de nascentes e matas ciliares. Resgate agroecológico e cultural: Incentiva o trabalho com variedades de plantas e raças de animais locais e tradicionais mais resistentes às intempéries edafoclimáticas, resgate alimentares perdidos e do manejo de sistemas envolvidos no projeto, além do resgate e preservação cultural de artesanato e suas técnicas. Portanto os projetos de geração de renda da ALVA encontram-se focados no tripé do ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. As ações propostas beneficiarão 30 famílias num período de 24 meses e atenderão mulheres, famílias e jovens de baixa renda que estejam organizadas em alguma Pastoral da Criança, Rede de Economia Solidária do Extremo Sul da Bahia, associação ou movimento comunitário e dispostos a trabalhar em grupo, seguindo os princípios da economia popular solidária, organizados em grupos de, no mínimo, quatro pessoas de domicílios diferentes para poder participar do projeto. A identificação e seleção de novos participantes serão feitas a partir da rede de lideranças comunitárias da Pastoral da Criança, da Rede de Economia Solidária do Extremo Sul da Bahia e a partir de contatos com outras pastorais, associações, sindicatos ou movimentos. A ALVA tem articuladores nos municípios do Território que são responsáveis por divulgar o projeto nas comunidades no município e realizar a primeira reunião numa comunidade interessada.
Recursos Necessários
Transporte;
Transporte para os participantes no encontro de Troca de Experiência entre os grupos que trabalham com Fundos Rotativos Solidários da Alva e entidades parceiras;
Alimentação;
Materiais didáticos (caneta, caderno, papel ofício A4, pincel atômico, tinta para impressora, pasta, folhas de papel madeira)
Combustível
Resultados Alcançados
• O Fundo Rotativo Solidário da ALVA fortalecido com R$ 25.000,00 de devolução dos grupos apoiados;
• A ampliação do raio de atuação da ALVA e o crescimento da rede de empreendimentos apoiados, como também o fortalecimento da associação na autogestão do fundo rotativo solidário, apoiando ações de acompanhamento e capacitação;
• Fortalecimento da organização e cooperação entre os empreendimentos solidários filiados promovendo o intercâmbio entre empreendimentos, a construção coletiva do conhecimento através das ações de avaliação do projeto.
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