Problema Solucionado
O principal problema a ser enfrentado advém de um longo processo histórico de exclusão das populações afrodescendentes no Brasil. Através de uma luta histórica e de dinâmica complexa, a própria cidadania dos povos é uma questão a ser resolvida.
A pesquisa tem como um de seus objetivos publicizar para o poder público o que ele ignora e para a sociedade o que o poder público e a grande mídia omitem. Os territórios pesquisados tem baixíssima integração às redes de serviços públicos sendo que apenas 15% dos domicílios tem a rede pública de água e 0.2% estão conectados à rede de esgoto e de águas pluviais. A renda mensal dos moradores é muito baixa e à época da compilação dos dados da pesquisa, 61% não atingiam 1 salário mínimo mensal. O fortalecimento da organização dos quilombolas nos territórios étnicos econômicos solidários se mostra como uma ação de suma importância em locais marcados por poucas oportunidades de emprego e renda e pouco espaço para a representatividade de seu povo.
Descrição
O projeto Etnodesenvolvimento e Economia Solidária em Territórios Quilombolas na região de Paraty se mantém ativo na comunidade do Campinho da Independência, localizada a 20 quilômetros do município de Paraty, graças aos resultados positivos dos anos anteriores. Com o intuito de promover o desenvolvimento regional por meio da pesquisa-ação e interação dialógica com os atores locais, o projeto se desmembra em várias ações de pesquisa na prática extensionista , como o fomento às práticas de identificar as possíveis formas de trabalho e renda, organização de atividades socioambientais, desenvolvimento local, utilização de fontes alternativas de energia e ações de educação com jovens e adultos nas comunidades tradicionais. A metodologia utilizada conta com um preliminar mapeamento energético territorial de forma a obter a maior eficiência possível. As necessidades locais possibilitarão a criação de projetos de sistemas fotovoltaicos compatíveis com as realidades da comunidade estudada. Há constante diálogo com os moradores de forma a garantir que os projetos sejam construídos em conjunto. Visitas à campo periódicas estão previstas de forma a garantir o andamento das etapas do projeto, desde a primeira vivência dos alunos bolsistas até sua aplicação e apresentação das devolutivas ao território. A comunidade local participam de oficinas ministradas pelos bolsistas do projeto onde adquirirão conhecimento mínimo para cada tema trabalhado na oficina. Em 2015 o projeto foi contemplado com o Prêmio FUJB de Extensão Universitária como melhor projeto na área de Tecnologia e Produção do 12º Congresso de Extensão da UFRJ.
O Campinho da Independência é a primeira comunidade a receber a vertente do projeto Etno que busca unir eficiência energética com economia solidária.
Recursos Necessários
Para continuidade do projeto em unidade quilombola no estado do Rio de Janeiro trabalha-se atualmente com a seguinte estimativa:
Computador desktop R$ 2.000,00; Impressora (1 unidade) R$700,00; Câmera fotográfica digital(1 unidade)R$ 800,00; Gravador de voz digital (1 unidade)R$ 300,00;
Estimativa de materiais de consumo diversos para o prazo de 12 meses (produção de cartaz, folder, produto audiovisual, camisas do projeto, material para escrita utilizado nas oficinas ministradas, etc): R$1000,00;
Bolsa- auxílio financeiro a estudantes no valor de R$400,00 para cada graduando pela vigência de 12 meses, estimando-se 4 graduandos: R$ 19200,00
Despesas com hospedagem, alimentação e locomoção: R$9200,00
Resultados Alcançados
Emponderamento das lideranças territoriais, como pode ser observado em várias de suas falas documentadas em vídeos;
Mapeamento dos empreendimentos quilombolas e produção de catálogo com seus produtos, que contribuiu para a divulgação dos mesmos e sua comercialização;
Elevação da auto-estima e autoconfiança dos quilombolas;
Encaminhamento dos planos de ação e projetos de cada estado;
Relatório com o mapeamento dos territórios com ambiência para implantação de Bancos Comunitários;
Implantação do primeiro Banco Comunitário em Alcântara/MA;
Produção do primeiro Censo tratando especificamente das comunidades quilombolas em todo o território nacional;
Elevação do reconhecimento e a valorização social do trabalho associativo;
Realização de cursos de formação propiciando qualificação técnica profissional em comercialização e montagem de feiras, etnodesenvolvimento, economia solidária(cooperativismo e associativismo), identidade e qualidade do produto;formação de redes e cadeias produtivas, viabilidade técnica e econômica dos empreendimentos, políticas públicas e governamentais e elaboração de projetos;
Produção do vídeo/documentário "QUILOMBOLAS - PROJETO BRASIL LOCAL", com duração de 35:02 minutos. Disponível no You Tube.
Produção de cartilhas e instrumentos: Cartilha com instrumentos para a realização do mapeamento dos empreendimentos quilombolas de economia solidária;Instrumento para organizar e produzir um catálogo com os produtos quilombolas; Cartilha com os direitos, as legislações que dizem respeito aos quilombolas; Cartilha de introdução à pesquisa-ação: A pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa e seus instrumentos; Cartilha intitulada "Recomendações par a elaboração de um Plano Territorial de Etnodesenvolvimento, Economia Solidária e Políticas Públicas"; Cartilha sobre Planejamento, Monitoramento e Avaliação;
Desenvolvimento de projeto com foco em implantação em energias renováveis para a comunidade do Campinho da Independência/RJ;
Tecnologias Sociais Semelhantes
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