Objetivo
- Facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o pleno exercício dos direitos culturais;
- Apoiar, valorizar e difundir manifestações culturais e seus respectivos criadores;
- Estimular a produção e difusão de bens culturais de valor universal, formadores e informadores de conhecimento, cultura e memória, sempre que possível comprometidos com ações de geração de renda e questões ambientais.
Problema Solucionado
Historicamente no Brasil, os espaços de formação e circulação de arte contemporânea se concentram em áreas centrais ou de maior poder aquisitivo nas cidades. Esta concentração agrava a dificuldade de inserção de artistas periféricos nos circuitos artísticos até hoje, perpetuando a elitização da produção de arte no geral. A ELÃ - Escola Livre de Artes compreende que além de atuar sobre demandas concretas para permanência dos sujeitos durante os encontros, distribuindo bolsas para deslocamento, almoço, e verba para produção das obras, também atua sobre barreiras simbólicas, promovendo uma experiência situada em território de favela. Desta forma, o projeto apresenta uma reorientação, que é geográfica mas também epistemológica, uma vez que promove encontros para pensar e fazer arte e cultura a partir da potência estética e política de territórios como a Maré. O projeto, portanto, atua na facilitação da produção e pesquisa, na circulação dos trabalhos, uma vez que organiza uma exposição e um catálogo, contribui com a inserção de novos artistas periféricos no circuito e por consequência contribui com a geração de renda destes.
Descrição
Os encontros são realizados coletivamente 1 vez por semana, com 6 horas de duração, durante 3 meses, totalizando 72 horas de formação, além dos encontros coletivos, cada participante realiza dois encontros de acompanhamento individuais com a curadoria ao longo da jornada formativa. A ELÃ - Escola Livre de Artes promove encontros com profissionais, artistas e pesquisadores alinhados com a valorização das culturas e produções de discursos periféricos e favelados que criam novas centralidades nas práticas artísticas, bem como em sua circulação e produção de discurso. Os encontros são conduzidos de forma dialógica compreendendo que todo saber e toda experiência são válidos para uma troca genuína conduzida de forma horizontal.
A formação será composta por diferentes estratégias artístico-pedagógicas, reafirmando o encontro entre interlocutoras/es e artistas, no desenvolvimento de processos horizontais de aprendizagens e trocas de saberes. Em sua fase final, o projeto consolida uma exposição para ampla visitação de forma livre e gratuita. As 15 pessoas selecionadas, serão mensalmente apoiadas com bolsas de permanência (R$ 700) e de produção de trabalho final (R$ 1500) para que possam qualificar suas participações na residência formativa, espaço de troca, aprendizagem e produção.
PRÉ-PRODUÇÃO
1. Elaboração de edital de convocação para inscrição na ELÃ - Escola Livre de Artes, especificando, dentre outras coisas, período de inscrição, público-alvo, faixa etária, número de vagas e conteúdos programático da residência;
2. Divulgação do edital de inscrição da residência nas redes sociais do Observatório de Favelas e do Galpão Bela Maré;
3. Contratação de interlocutores e atualização da matriz pedagógica do curso com planejamentos dos encontros;
4. Desenvolvimento de processo seletivo a partir da análise das inscrições com base nos critérios pré-estabelecidos, observando percursos, relação com o tema da residência, pesquisas e interesse;
6. Divulgação de resultados;
PRODUÇÃO DO PROJETO DE RESIDÊNCIA FORMATIVA ELÃ - ESCOLA LIVRE DE ARTES
1. Realização da residência-formativa, com duração de 3 meses, 1 vezes por semana, com 6 horas de aula por dia,
2. Realização de dois encontros de acompanhamento individual com a curadoria ao longo do percurso formativo;
3. Realização de reuniões pedagógicas periódicas de avaliação e elaboração;
4. Elaboração de material de apoio para os participantes da residência-formativa;
MONITORAMENTO
1. Monitoramento e avaliação da residência-formativa, através de acompanhamento das aulas e diálogos de avaliação com participantes e equipe do projeto;
2. Monitoramento do processo pedagógico através da produção de relatório quantitativo e qualitativo ao final do percurso;
PRODUÇÃO DA EXPOSIÇÃO
1. Criação de obras de arte pelos participantes do projeto;
2. Curadoria das obras produzidas;
3. Produção de materiais gráficos da exposição (texto de abertura, legendas, convite virtual etc);
4. Divulgação da exposição no Galpão Bela Maré. A divulgação será realizada pelas equipes de comunicação do Observatório de Favelas;
5. Evento de abertura e evento de encerramento da exposição no Galpão Bela Maré;
6. Elaboração de programação artística, cultural e educativa durante a exposição no Galpão Bela Maré;
PRODUÇÃO DO CATÁLOGO
1. Pesquisa e escrita da publicação;
2. Edição da publicação;
3. Lançamento e divulgação da publicação;
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
A residência-formativa será composta por diferentes formatos e estratégias de encontros, contribuindo para uma vivência focada na investigação conceitual, poética e crítica em torno da criação e das estratégias de circulação e agenciamento de artistas na cidade. Em cada encontro, investigaremos as práticas artísticas a partir das seguintes estruturas:
Laboratórios
Organizados a partir dos eixos: Conceitos, Percursos, Corpos, Materialidades e Agenciamentos, os encontros irão articular referências, linguagens, poéticas e diferentes possibilidades de pensar as práticas artísticas a partir do tema central de cada edição. Também serão espaços para refletir sobre as formas de apresentação do trabalho, visando formar o grupo no contexto de suas práticas artísticas e também para diferentes formas de circulação, exposição e difusão do trabalho.
Acompanhamentos
Encontros que contribuirão para a produção final da/do artista-bolsista. Almejamos também, com isso, formar cada participante para pensar a produção artística de maneira global - criar, expor, produzir discursos sobre si e sobre a obra. Neste sentido, esses encontros serão de acompanhamento e produção, colaborando para que a exposição seja vista como um processo e não somente como um produto final. Nestes encontros a turma também se dedica sobre a pesquisa de cada artista-bolsista por meio de apresentações individuais.
Exposição
Ao final da vivência, os resultados do processo constituem uma exposição que fica em cartaz por 9 semanas no Galpão Bela Maré, com entrada livre e gratuita.
Recursos Necessários
Coordenação Pedagógica
Coordenação de Produção
Curadoria
Produtor
Arte Educador
Professor
Transporte Local / Locação de Automóvel
Bolsa Incentivo
Artista Criação
Material de apoio pedagógico
Refeição
Sinalização
Montagem e desmontagem
Intérprete de Libras
Cenografia/material/confecção
Locação de equipamentos
Serviço de limpeza
Material de Limpeza
Banda/Grupo local
Designer
Registro e documentação fotográfica
Registro videográfico
Assessoria de Comunicação
Assessoria de Imprensa
Gestor administrativo-financeiro
Contador
Espaço expositivo
Resultados Alcançados
Nas palavras do curador chefe do Museu de Arte do Rio “A ELÃ é hoje uma realidade para a cena artística brasileira, e é uma realidade ainda mais forte para a cena artística carioca, um lugar de pesquisa para nós (curadores) e um lugar de conversas e trocas” (Marcelo Campos em https://www.youtube.com/@GalpaoBelaMare). A cada edição da residência formativa é possível observar a inserção dos residentes em instituições e acervos no Rio de Janeiro, bem como em circuitos de outros estados. Nomes como Mulambo, Guilhermina Augusti, Irmãs Brasil, Raphael Cruz, Agrade Camiz, Pat Fudida, Davi Pontes, Simba, Allan Weber, Thais Iroko, Thainan Cabral, Melisso de Oliveira, Roberta Holiday, Joelington Rios e Guilherme Kid, são alguns exemplos de artistas residentes que hoje tem circulado no circuito artístico e contribuído para a formação de uma cena mais diversa, inclusiva e periférica. Dentre estes nomes podemos observar artistas com representação de galerias importantes, como Agrade Camiz que hoje integra a Gentil Carioca; artista com projeções internacionais como Pat Fudida e Davi Pontes, que participaram de festivais de performance na Europa recebendo o ImPulsTanz – Young Choreographers’ Award 2022; artistas com exposições internacionais como Mulambo na Homesessions em Barcelona. Caminhando para a 5° edição, realizamos um monitoramento com os participantes por meio de um formulário online e acompanhamento das redes sociais, das 67 pessoas que participaram como artistas-bolsistas apenas 1 pessoa deixou de realizar atividades artísticas, a plena maioria dos participantes seguiu para participações em exposições ou projetos de formação e qualificação profissional.
A ELÃ atua em duas dimensões de impacto simultâneamente. A primeira é qualificar e dar visibilidade ao trabalho de artistas oriundos de favelas e periferias da região metropolitana do Rio de Janeiro. Neste sentido, promover uma experiência, por meio da exposição, na qual cada artista delibera sobre cada etapa de produção gera uma experiência rica que profissionaliza a prática artística dos participantes. Cada processo é compartilhado e pensado junto, desde a curadoria até detalhes de produção das obras, instalação e montagem. Cada artista constrói desta forma uma autonomia que parte da ciência e compreensão dos processos, este é um diferencial para suas carreiras no circuito artístico que fará com que cada um possa fazer escolhas mais estratégicas.A segunda dimensão de impacto da residência formativa é voltada para a formação de público que é consolidada a partir da atuação do educativo na exposição final. Muitas atividades que criam diálogos e propiciam relações entre públicos diversos e as poéticas dos artistas residentes. Ao longo das 4 exposições foi possível realizar mais 6.000 atendimentos em atividades e visitas realizadas na exposição.
Público atendido
Adulto
Outros
Afrodescendentes
Artesaos
Jovens
Trabalhadores autonomos
Profissionais da saude
Tecnologias Sociais Semelhantes
Adolescentes Protagonistas
Saneamento Básico Na Área Rural - Fossa Séptica Biodigestora
Secador Solar De Madeira
Resgatando Gerações: Medidas Socioeducativas Aos Adolescentes Infratores