Objetivo
Estimular a reflexão acerca da importância da realização da coleta seletiva de resíduos sólidos junto às crianças, jovens, adultos, idosos, comunidade escolar, comunidade dos bairros do entorno das escolas de Palmas, no Tocantins.
Adoção de boas práticas ao percebermos que além de favorecer uma atividade rentável, gerando novos empregos, a reciclagem reduz a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários ou depósitos de lixo, prolongando a vida útil desses locais.
Problema Solucionado
• Diminuição da quantidade de lixo residual produzido nas escolas que abrigaram o projeto, bem como nas comunidades do seu entorno.
• Conscientização dos consumidores sobre adoção de melhores práticas, adquirindo produtos que sejam reutilizáveis,como exemplo: guardanapos de pano, sacos de pano para fazer suas compras diárias, embalagens reutilizáveis para armazenar alimentos ao invés dos descartáveis.
• Estímulo a criatividade: Com um pouco de imaginação pudemos aproveitar sobras de materiais para outras funcionalidades, exemplo: garrafas de plástico/vidro para armazenamento de líquidos e recipientes diversos para organizar os materiais de escritório.
• Transformação do resíduo, antes inútil, em matérias-primas e novos produtos, trazendo benefício tanto para o aspecto ambiental como energético.
• Realizar a trocar experiências e vivencias entre as gerações que serão contempladas pelo projeto.
• Sabendo que tudo o que pode ser reciclado soma cerca de 40% do descarte doméstico, a implantação efetiva dessa prática contribuiu para o aumento da vida útil dos aterros sanitários do município.
• Aspectos de Cidadania: Ao assumirem um papel ativo, separando o lixo em casa, na escola e conscientizando outras pessoas, a coleta estimulou a organização popular através da criação de uma cadeia logística, potencializando o trabalho das cooperativas atuantes no município.
Descrição
Contextualizando a Educação Ambiental:
As respostas definitivas às questões contemporâneas requerem análise do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, e envolvem aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos (SILVA, 2005 apud FERRARO-JUNIOR, 2005, p.5). No mesmo diapasão, a educação ambiental, junto às demais políticas públicas setoriais, assume destacada posição para o diálogo, a parceria e a aliança, e pauta-se pela vertente crítica e emancipatória da educação, estimulando a autonomia do educando, de modo a desenvolver não apenas a ética ecológica no âmbito individual, mas também o exercício da cidadania. Estamos diante do desafio de formação de um cidadão que desde a sua infância, até sua maturidade e velhice possa ser crítico e comprometido com o meio em que vive. Assim, a Educação Ambiental Crítica, ao ter o papel de fazer refletir, transforma, conscientiza, emancipa e faz exercício de cidadania através da educação.
Contextualizando a Participação de Idosos no Projeto “EcoPonto na Escola”:
A legítima “concessão” de oportunidades e participação do velho nas atividades acadêmicas educacionais faz com que possam emergir no palco da universidade como protagonistas, e com liberdade de alterar, nessa ação, o cenário da sua própria estória.
As Universidades da Terceira Idade surgiram com o intuito de proporcionar ao velho melhor convívio social, ampliação das relações sociais, descobertas de novas habilidades, saúde física e mental, energia e interesse pela vida, bem como desconstruir a imagem negativa de velhice ainda expressiva na sociedade. No Tocantins temos a UMA –Universidade da Maturidade, um Projeto de extensão da Universidade Federal do Tocantins, que é referência no Brasil, e na Europa, por dar vez e voz aos velhos, com autonomia e respeito perante a sociedade.
Concepção do Projeto “EcoPonto na Escola”
Partimos da premissa de que o sucesso do projeto se daria a partir do envolvimento de toda a sociedade. De nada adiantaria aplicarmos uma metodologia que contém um incrível embasamento teórico e científico, se os participantes não se sentissem inseridos e representados no todo, ou em parte do processo. Ao optarmos por inserir idosos, fazendo o contraponto com crianças e jovens, num processo ensino-aprendizagem de mão dupla, percebemos alí a força da representação, o despertar da consciência para o entendimento que não adianta apenas parte do processo entender, querer, mudar e implantar novas práticas aprendidas, mais do que isso, alcançamos o entendimento de que todos os elos do processo devem funcionar de forma sincronizada e com ações crescentes, tanto na multiplicação desses conhecimentos, quanto na prática individual ininterrupta.
Crianças e jovens recebendo informações, e sendo orientados por idosos não representa apenas que esses tenham mais conhecimento, ou mais experiências para relatar, ou ainda que por serem idosos merecem todo o respeito e consideração por parte desses pequenos, vai muito além disso, que é a satisfação, a sensação de “estou vivo”, que essa atividade consegue proporcionar para esses idosos.
Não foi ao acaso que o Projeto “EcoPonto na Escola” optou por trabalhar a questão intergeracional em sua metodologia, assim, afirmamos que foi uma condição. Tínhamos como um dos princípios, a crença que a reinserção dos idosos na sociedade, através dos inúmeros projetos sociais, culturais, com ações transversas, que acontecem o tempo todo, são potentes mecanismos capazes de gerar aumento de auto estima, conhecimento, bem estar. Percebemos, por fim, que durante o desenvolvimento das várias edições do “EcoPonto na Escola”, o convívio das crianças com os mais velhos desmistifica a ideia de fragilidade psicológica de ambos, na medida em que se verifica a potencialização das soluções produzidas nos encontros.
Os Ecopontos foram instalados nas escolas como forma de sensibilização da população, principalmente dos jovens, professores e comunidade, que durante todo o ano tiveram presente o EcoPonto como fixador da mensagem quanto à importância da coleta seletiva e da existência das unidades de conservação ambiental.
A execução teve foco no envolvimento da comunidade com as temáticas do projeto. Para isso foram realizadas oficinas como forma de replicação do conhecimento, onde a população obteve informações sobre o projeto e expressaram suas opiniões para o realinhamento das questões abordadas para a maior eficácia no alcance dos objetivos. A integração da comunidade deu-se através da mobilização social, formando disseminadores das práticas sustentáveis e a importância quanto à coleta seletiva. O projeto buscou parceria com associações de catadores a fim de realinhar às reais necessidades e disponibilizar suporte técnico quanto às práticas de separação dos resíduos e o acondicionamento.
Os EcoPontos têm design moderno e são personalizados a partir de desenhos desenvolvidos pelos alunos das escolas envolvidas no projeto. A confecção dos desenhos deu-se a partir de palestras realizadas nas escolas e atividades práticas de desenhos temáticos desenvolvidos pelos alunos, os quais foram selecionados pela equipe do projeto e passaram por tratamento gráfico para a plotagem dos EcoPontos. Cada escola definiu um grupo de alunos que participaram da palestra e que receberam orientação quanto ao tema e a finalidade dos desenhos, o que foi estratégico para a mobilização em torno da importância da coleta seletiva.
Desde seu início, tivemos anos em que foram instalados EcoPontos em mais cinco escolas simultaneamente, as quais se definiram em parceria com a Prefeitura Municipal, alinhada com a Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria da Educação. Durante o Projeto aconteceram coletas periódicas em horários estratégicos para garantir o bom funcionamento dos EcoPontos, além disso, eram monitorados pela equipe do projeto para eventuais adequações de horário e dias de coleta. Em cada escola selecionada para a implantação dos EcoPontos eram realizadas oficinas de reciclagem e produção de artesanato como forma de sensibilização. O material utilizado para as oficinas consistiam em materiais recicláveis, obtidos pelos alunos em suas casas e os demais insumos necessários foram fornecidos pelos parceiros.
Uma forma de sensibilizar a comunidade acadêmica é a realização de palestras voltadas à temática dos resíduos sólidos e saneamento básico. Para isso realizou-se três palestras em cada escola, onde o público são os próprios alunos, os pais, os professores e a comunidade em geral. Importante para a programação desta ação é o alinhamento com as atividades de cada escola para que não comprometa o calendário escolar. Pensando nisso, as palestras ocorreram durante os eventos programados, como por exemplo, comemorações, encontro de pais e mestres e eventos internos.
Esse Projeto está documentado com grande riqueza de no Artigo “Projeto Ecoponto na Escola, uma experiência de Educação Ambiental intergeracional em escolas públicas de Palmas – TO”, publicado na REMEA – Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental | Volume Especial | jul/dez 2016 | p. 237-256. Material encontra-se disponível como “Arquivos Anexos”
Recursos Necessários
Recursos Materiais
01 Unidade EcoPonto em MDF R$ 3.000
Panfleto Educomunicativo R$ 4.000
Saco Plástico 100 lt R$ 1.247,50
Camisetas R$ 1.350
04 Placa Informativa R$ 1.000
Combustível (diesel R$ 398,00
Combustível (gasolina) R$ 2.356
Criação de imagem (layout) p/ plotagem R$ 1.000
04 Plotagem de Ecoponto R$ 14.000
Recursos Humanos
Pedagogo (mestrado em Educação) – Coordenador R$ 60.000
Gestora Ambiental - Pós-graduação em Educação Ambiental R$ 36.000
Encargos sociais R$ 648,50
Resultados Alcançados
Os Ecopontos tiveram características de entrega voluntária, porém, as ações de mobilização e sensibilização com as oficinas fortaleceram a participação da comunidade local na adoção de hábitos imprescindíveis para o sucesso da coleta seletiva.
As oficinas realizadas nas escolas sobre a reutilização de materiais com ênfase em materiais descartados nos Ecopontos sensibilizou os alunos para a importância da reutilização e a reciclagem dos resíduos sólidos, permitindo que com simples ações possam ajudar a mudar a realidade da comunidade e do meio ambiente
Outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem gerado nas cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho neste setor e conseguindo renda para manterem suas famílias. Cooperativas de catadores de papel e alumínio já é uma boa realidade nos centros urbanos do Brasil.
Na fase final do projeto, houve aplicação de questionário aos alunos, corpo de docente e ASG’s com intuído de analisar o reflexo do trabalho realizado. Todos os dados foram tabulados como e calculados com base nos resultados dos questionários entregues pelas escolas. Esses resultados encontram-se publicados, e disponíveis, na página 252 do artigo encaminhado em anexo, intitulado “Projeto Ecoponto na Escola, uma experiência de Educação Ambiental intergeracional em escolas públicas de Palmas – TO”, publicado na REMEA
Ao usarmos uma edição realizada, como exemplo, onde cinco escolas estavam recebendo o projeto, temos: Foram realizadas duas oficinas por escola, levando conhecimentos práticos para 40 crianças, totalizando ao fim do projeto 200 crianças beneficiadas diretamente, além dos beneficiados indiretamente com a replicação dos conhecimentos compartilhados. As oficinas tiveram como conceito a aplicação da teoria dos 3 R´s: REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR
Público atendido
Alunos do Ensino Básico
Crianças
Idosos
Professores do Ensino Básico
População em Geral
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