Objetivo
A tecnologia social tem por objetivo atuar na conservação e valorizar áreas nativas do Cerrado construindo uma ressignificação no olhar sobre ele e gerando melhoria de vida para aqueles que vivem em contato direto com áreas preservadas. Através desse movimento ofertamos para o mercado o insumo base repleto de valores sociais gerando trabalhos de restauração ecológica inclusiva não só preocupada com e ecologia ambiental, mas também voltada para os povos do Cerrado.
Problema Solucionado
O Cerrado vem sofrendo com a perda de biodiversidade especialmente em decorrência do avanço da fronteira agrícola, a degradação ambiental tem sido uma inegável realidade gerando inúmeros problemas ambientais e sociais. Somado a isso o Cerrado e seus povos tem tido pouca visibilidade.
Nossa tecnologia social tem atuado na geração de renda, melhora na qualidade de vida por meio da inclusão social, de gênero e empoderamento as comunidades nativas do Cerrado, além disso tem gerado reconhecimento e valorização dos povos do Cerrado.
Com a cadeia de comercialização de sementes nativas temos atuado na restauração de áreas degradadas e na conservação do Bioma. Além de dar mais visibilidade sobre a importância do Cerrado como um todo.
Descrição
A solução para problemas ambientais passa pelo ato de plantar e para que possamos plantar precisamos de insumos. A semente nativa é o insumo base de toda cadeia de restauração ecológica. A tecnologia social é baseada na atividade de coleta de sementes nativas por coletoras e coletores residentes em áreas rurais, periurbanas e comunidades tradicionais na região da Chapada dos Veadeiros-GO. As sementes coletadas são ofertadas no mercado para o público da restauração ecológica.
Primeiramente e de forma mais global as etapas envolvidas no processo seguem os seguintes passos: identificação da comunidade parceira; identificação de demandas de restauração na região; articulação e incentivo para o associativismo; capacitação de atores locais em coleta, beneficiamento e armazenamento de sementes nativas; conexão de parcerias e clientes potenciais.
Após a estruturação da tecnologia, os processos que desencadeiam a venda das sementes anualmente se iniciam pela discussão em conjunto com os coletores sobre a lista de potencial de coleta e a precificação das sementes a serem comercializadas. A partir disso é feita a divulgação, em mídias digitais, das espécies que serão comercializadas no corrente ano e abertas as encomendas para coleta de sementes. Com as encomendas fechadas em mãos é feita a distribuição dos pedidos aos coletores, que procedem as coletas dos capins no período de fevereiro a junho e as espécies arbóreas de agosto a dezembro. Os coletores são responsáveis pelo beneficiamento das sementes, retirada de amostra e etiquetagem das sementes que posteriormente são entregues a casa de sementes. Na casa de sementes é feito o controle de estoque, a organização das amostras para análise de sementes e separação dos pedidos e que são encaminhados aos clientes. O pagamento aos coletores tem sido feito duas vezes ao ano de acordo com pagamento dos contratos fechados. As capacitações e reciclagens em coleta e beneficiamento de sementes são continuamente oferecidas para fins de aprimoramento técnico. E com do apoio de projetos de instituições parceiras tem sido possível atuar através de oficinas em questões sociais, como inclusão de gênero, trabalho coletivo e associativismo.
Recursos Necessários
Recursos Materiais
Materiais de campo necessários para a coleta e beneficiamento de sementes (EPI, podão, foice, sacos, lonas)
Galpão para armazenamento das sementes com balanças, pallets, computator e impressora.
Materiais necessários para o armazenamento e etiquetagem dos sacos de sementes (Sacos de ráfia e de papel, caixa de papelão, barbante, etiquetas)
Visitas técnicas e participação em reuniões/eventos (Combustível, hospedagem e alimentação)
Recursos humanos
Equipe técnica responsável pela capacitação dos coletores;
Equipe técnica especializada em acompanhar a produção de sementes e comercialização
Consultores especializados em questões sociais, de gênero, técnicas, gerenciais, comerciais e financeiras
Resultados Alcançados
Os resultados são relativos ao período de 2017 a 2020.
Resultados quantitativos
23.300kg de sementes comercializadas
R$540.000,00 de repasse a Associação Cerrado de Pé (Associação de Coletores)
Em média 59 espécies por comercializadas por ano
Foram fechados 64 contratos abrangendo clientes do DF, GO, MG, SP
Aumento de 60% em número de coletores de 2017 para 2020, e 70% de mulheres
Impactos gerados:
201 mulheres capacitadas em coleta de sementes e restauração ecológica
236 homens capacitados em coleta de sementes e restauração ecológica
11 comunidades no Cerrado foram capacitadas e estão engajadas na coleta de sementes
108 famílias estão tendo a renda complementada com a coleta de sementes
Aumento no número de projetos de restauração realizados por semeadura direta, apoiados pela RSC
932 hectares estão sendo mantidos conservados na Chapada dos Veadeiros com a coleta de sementes
Cerca de 252 hectares estão em processo de restauração com as sementes produzidas e comercializadas
Resultados qualitativos:
Percepções:
Aumento da percepção a respeito da conservação do cerrado em pé
Deixar de desmatar uma área para coletar sementes
Aumento da renda familiar
Maior engajamento de novos coletores de sementes
Melhoria da estrutura do lar familiar
Maior qualidade de sementes oriundas da coleta feita por mulheres
Público atendido
Adulto
Afrodescendentes
Agricultores
Agricultores familiares
Analfabetos
Assentados rurais
Famílias de baixa renda
Jovens
Lideranças comunitarias
Mulheres
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