Coletivo Jovem

Problema Solucionado

Os jovens entre 14 e 24 anos são os mais afetados pelo desemprego no Brasil. Cerca de cinco milhões estão sem emprego, com uma taxa de desocupação de 27% em 2016. Mulheres e negros são ainda mais afetados por esta situação. Ainda mais, 22,5% não estuda nem trabalha (IBGE,2015). Diversas barreiras dificultam o acesso dos jovens ao mercado de trabalho (falta de habilidades cognitivas, não-cognitivas e técnicas; vieses psicológicos, como a baixa autoestima; carência de redes sociais e de conhecimento sobre onde encontrar vagas de emprego;e a falta de experiência prévia, entre outras). O Coletivo Jovem, co-criado em 2015 com jovens, lideranças comunitárias e especialistas como evolução do Coletivo Varejo (2009-2014), procura diminuir algumas destas barreiras, fortalecendo a empregabilidade de jovens que moram em comunidades de baixa renda, através de formação principalmente em habilidades socioemocionais e da conexão com oportunidades no mundo do trabalho. A iniciativa procura contribuir com o ODS 8 (8.6 “Até 2020, reduzir substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou formação") e o ODS 5 já que problematiza a temática de igualdade de gênero junto aos jovens.

Descrição

A tecnologia social do Coletivo Jovem nasceu com foco em escalabilidade e acontece em 5 etapas: 1) Conexão com comunidades de baixa renda 2) Mobilização de jovens 3) Aplicação da Metodologia educacional 4) Conexão com oportunidades 5) Monitoramento. 1. Conexão com comunidades: É realizada uma parceria com uma ONG em uma comunidade de baixa renda para oferecer a formação perto do local de moradia dos jovens. A ONG é orientada e apoiada para adaptar uma sala. Também é orientada para selecionar e contratar um educador social jovem que more na comunidade e que atue como referência para os jovens. É realizada uma formação inicial de 80 horas para o Educador e uma formação continuada de 10 meses com roteiros de estudo estruturados e acessíveis em uma plataforma virtual. 2. Mobilização: O Educador e o Gestor da ONG planejam ações para mobilizar e atrair os jovens a participar incluindo campanhas nas redes sociais, panfletagem, etc. 3. Aplicação da metodologia educacional: Trata-se de um curso de capacitação na modalidade livre, com carga horária de 32 horas (aulas de 2 horas/2 veces por semana/durante 2 meses). Contempla o indivíduo como um ser integral, desenvolvendo não só competências técnicas, mas principalmente competências socioemocionais, como autoconfiança, pró-atividade, protagonismo e autogestão. Em sala, os educadores não são professores e sim facilitadores e visam ajudar o jovem participante a assumir um papel de protagonista em seu próprio processo de aprendizagem. O programa conta com conteúdos interativos e roteiros de estudo que podem ser acessados através de uma plataforma virtual ou instalados em qualquer computador e acessados offline desenvolvidos pensando em comunidades que possuem problemas de conectividade. Também foi desenvolvido um aplicativo mobile com perguntas co-criadas com jovens. As aulas se organizam em três eixos: “Eu e meu plano”, “Nossa comunidade”, “Nosso projeto na comunidade” e os temas centrais são: •Plano de Vida: O jovem compreende a importância e assume um compromisso consigo próprio se engajando em um projeto pessoal seja para aprender mais, para alcançar metas e realizar sonhos de qualidade para sua vida. •Formação de atitudes: O Coletivo ajuda na construção de atitudes como pró atividade, automotivação, colaboração, responsabilidade, aprendizagem contínua, entre outras essenciais para sucesso no mundo do trabalho e nos estudos. •Aprendizagens básicas: Aprender a colaborar em equipe, a se comportar em público e em entrevistas, além de conhecimentos e habilidades básicas para atividades profissionais ligadas à conexão com a rede de oportunidades. •Acesso a oportunidades e a condições de empregabilidade: Ter documentos, fazer um currículo, saber se inscrever em sites de vagas e estar em contínua busca de melhorias para si. Os jovens cadastram seus currículos em uma comunidade exclusiva do Coletivo dentro do site do Vagas.com. •Projeto de estudo: O jovem é estimulado a avançar estudando, como condição para a realização de seus projetos. •Direitos Humanos: O jovem é estimulado a discutir, se conscientizar e a tornar-se agente de transformação. •Igualdade de Gêneros e Empoderamento Feminino: Os temas ligados ao papel e participação da mulher na sociedade são privilegiados nas ações educativas do Coletivo. São realizadas oficinas sobre o tema e utilizados conteúdos audiovisuais desenvolvidos junto à ONU Mulheres. •Atividades de Colaboração em Time para exercitar a autonomia e a colaboração. •Visitas a estabelecimentos da comunidade: O Coletivo leva o jovem a se envolver com as situações reais do mundo do trabalho e a realizar um projeto junto a um estabelecimento da comunidade (comércios ou ONGs), focado em temáticas tais com: Marketing e Vendas, Comunicação e Tecnologia e Eventos. 4. Conexão com novas oportunidades: Depois da formação, o jovem tem a documentação, o CV, e conhecimento de sites para procurar emprego. Quando o projeto é implementado em parceria com o ICCB, o núcleo de empregabilidade do ICCB realiza a articulação entre o jovem e o mercado de trabalho através de parcerias com empresas que disponibilizam vagas. A parceria consiste no encaminhamento de jovens formados no projeto para os processos seletivos. O núcleo de Empregabilidade realiza a postagem das vagas disponíveis em um espaço dedicado ao Coletivo dentro de uma das plataformas mais utilizadas por empregadores no Brasil “Vagas.com”; encaminha a divulgação para as salas de aula e nas redes sociais (por exemplo, páginas de Facebook da cada unidade/ONG). Faz a triagem dos currículos dos jovens dentro do perfil que se candidataram e encaminha para a empresa parceira. Esta realiza o processo seletivo e ao final informa a devolutiva para o núcleo de empregabilidade. Tanto o ICCB como as ONGs parceiras são incentivados a procurar e disseminar informações sobre instituições que trabalham com quem quer Empreender ou Estudar. 5. Monitoramento: Etapa descrita na seção resultados alcançado

Recursos Necessários

Considerando que a organização já tenha uma sala para receber o programa, ela deverá providenciar os seguintes recursos materiais: - Mobiliário (cadeiras, mesas, armário) - Computadores - Data show - Internet - Material didático (educador) - Conteúdos interativos a ser instalados nos computadores para acesso offline - Material impresso (Guia de empregabilidade) - Bloco + caneta + certificado

Resultados Alcançados

É realizado um monitoramento tanto de atividades como de resultados, como processo contínuo que ocorre durante o projeto para observar e analisar o grau em que as atividades realizadas e os resultados obtidos cumprem com o planejado, e identificar necessidades de ajuste no projeto. •Um Sistema de Gestão da Informação Online é utilizado no qual os educadores preenchem os dados pessoais dos jovens participantes do projeto e acompanham a sua trajetória em sala de aula. Também há templates em Excel disponíveis. São coletados indicadores relacionados às atividades e serviços prestados tais como: o Número de Jovens inscritos o Número de Jovens que iniciaram o curso o Número de Jovens que desistiram o Número de Jovens formados •Para aferir indicadores de resultado que deem conta do grau em que os objetivosdo projeto foram atingidos e qual a sua contribuição para melhorar a vida dos jovens, também são realizadas pesquisas. Os jovens respondem questionários online na sala de aula ao iniciar e finalizar o curso; e 6 meses depois são contatados por telefone ou SMS para aferir, entre outros indicadores: - A taxa de empregabilidade: % dos jovens que estão empregados 6 meses depois do curso dentre aqueles que procuravam emprego. - Porcentagem de jovens que estudam - Grau de confiança no futuro: % dos jovens que aumentaram sua confiança no futuro de forma geral e no seu futuro profissional. Todos os indicadores são coletados com abertura por sexo e raça. Pela escala da implementação atual, o contato telefónico ou por SMS é realizado por uma empresa externa e a análise das informações é realizada por uma empresa de consultoria em pesquisa social. Porém, todos os instrumentos de coleta das informações foram simplificados e podem ser utilizados por ONGs facilmente sem ajuda externa. • Alguns dos indicadores aferidos até o momento são os seguintes: o Número de formados: 28.695 em parceria com +100 ONGs, em +40 cidades, em 12 estados+DF. o 60% são mulheres e 61% são afrodescendentes. • 6 meses depois do curso: o 86% dos jovens declara que o Coletivo foi MUITO importante na sua vida (pontuação mais alta em uma escala de 5) o 89% recomendaria COM CERTEZA o projeto a um amigo amigo (pontuação mais alta em uma escala escala de 5) o 63% dá uma nota 10 ao projeto. Nota média: 9,4 • Taxa de empregabilidade dos jovens 6 meses depois do curso é de 30% • Porcentagem de jovens que continuam estudando: 64%