Resumo
Utilizando cadeiras de papelão,com o apoio dos pés em uma superfície e uma postura de alinhamento do corpo, é observado que há um melhor posicionamento da coluna, da cabeça e do quadril da criança, o que facilita a função dos braços e o contato de olho com os pais e os brinquedos. A dificuldade de manter as mãos próximas do corpo para segurar o brinquedo pode diminuir o tempo de brincadeira e de interação com os pais.Após a adequação postural e orientações quanto aos brinquedos e brincadeiras para a faixa etária há um maior envolvimento da criança no processo de comunicação, participação nas atividades de escola, contato visual e interação, maior tempo de brincadeiras e momentos de diver
Problema Solucionado
Por uma condição muscular ou intelectual alguns bebês e crianças não conseguem manter-se na postura sentado ou em pé para brincar. O que dificulta que desenvolva o aprimoramento da função manual, o desenvolvimento visual, a comunicação, a interação e ainda as habilidades cognitivas (atenção, memória e linguagem) exigidas no período escolar. Com o melhor posicionamento a oportunidade de coordenar mão, olhos e desenvolvimento cognitivo aumentam em qualidade e oportunidade. Mas para que este posicionamento ocorra os recursos precisam de um investimento muito alto o que os tornam pouco acessíveis a todas as camadas sociais. E assim se faz necessária a adaptação desses materiais com adequação de baixo custo (papelão, espaguete de piscina, cabo de vassoura e cola branca).
Descrição
O papelão é um tipo mais grosso e resistente de papel, geralmente utilizado na fabricação de caixas, podendo ser liso ou enrugado. O tipo mais comum de papelão é composto de três camadas. Tomando como exemplo uma caixa de papelão, teremos a camada mais externa, que tem função de proteção e revestimento. A camada intermediária, também conhecida como "enchimento", é a camada mais volumosa, geralmente composta de um papel grosso disposto de forma ondulada. Finalmente, temos a camada mais interna, com função de revestimento da mesma forma que a primeira camada, porém sendo de um material menos grosseiro. A sua manipulação para colagem (aumento de resistência), dobradura (para estrutura) e acabamento (pintura e impermeabilização) permitem que este seja um material potente e eficaz na construção de cadeiras para melhor posicionamento de bebes e crianças que possuam dificuldade de manter-se em sentado ou em pé sem apoio. Cabo de vassoura funciona como abdutor das pernas e antiderrapante para que a criança mantenha-se alinhada. O espaguete de piscina proporciona conforto em pequenas adequações no assento ou para apoio de pés e cabeça.
Recursos Necessários
O necessário para a confecção de 15 adequadores:
- placas de papelão (sem vinco) de 1x1,50m (são usadas até 3 placas por adequador, portanto umas 45 placas)
- 30 tubos de cola branca de 1L
- 2 lata de látex de 3,6L
- 30 pincéis número 3” ou um pouco maior
- 20 rolos de fita adesiva branca grossa
- 20 folhas de lixa
- 15 pistolas de cola quente
- 5 pacotes de refil para cola quente
- 5 latas de tinta de parede de 3,6L
- 15 réguas grandes (quanto maiores, mais fácil será de desenha o adequador)
- 15 estiletes
- 10 cabos de vassoura (para o freio das cadeiras, podem ser usados)
- 10 espaguetes de piscina (para o freio das cadeiras)
- 15 potes (tipo de sorvete) para colocarmos o látex
- lápis e caneta (material individual)
- colher de pau para fazermos os vincos (podem trazer de casa)
- rolo de elástico grosso e velcro para confecção dos cintos
- serrinha tico tico
- furadeira
Resultados Alcançados
Situações práticas ilustram o impacto da adequação postural na vida das crianças e seus familiares. Em publicação científica, após um mês de uso dos adequadores, foram reavaliados alguns critérios indicativos do desenvolvimento infantil e foi relatado por profissionais e cuidadores: melhor alinhamento biomecânico na posição estática, facilitação do posicionamento de cabeça e órgãos fono articulatórios para o desempenho adequado na postura e na função de fala e comunicação, maior tempo de manutenção de contato de olho durante interação, maior iniciativa de comunicação e vocalização, maior mobilidade de braços na participação das atividades lúdicas e maior repertório de brincadeiras. O melhor posicionamento permitiu que o lactente organizasse melhor seus movimentos para interagir com o brinquedo, organizar seu contato e campo visual, além de inibir (pela inclinação do assento) um possível padrão extensor que leva a desorganização do movimento e perda do foco de atenção. A maior participação do lactente e da criança com deficiência motora portanto aparece em situações do brincar, atividades de vida diária, construção do vínculo e atividades no ambiente escolar.
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