Problema Solucionado
Na história de exclusão social de parte da população brasileira, constatamos a ignorância sobre direitos e cidadania. Ao ignorar os direitos, diversos grupos permanecem à margem da sociedade, em condições precárias, vivendo situações degradantes. O orçamento público é fundamental para compreender a sociedade e pode ser a chave para resolução de problemas comunitários, mas é, sem dúvida, estratégico para combater as desigualdades sociais.
Trabalhamos com o desafio de tornar popular o conhecimento da importância do orçamento público para garantia de direitos. A ideia central é a democratização do conhecimento e acesso a espaços políticos para mudar a realidade a partir do exercício democrático de participação.
Na TS Adolescentes Protagonistas, problematizamos a escola a partir da reflexão sobre educação de qualidade, trabalhamos com formação em orçamento público, direitos humanos, cidadania, comunicação e processo legislativo. Na possibilidade de diálogo com o Parlamento, os adolescentes aprendem a defender seus interesses, sem a intermediação de outros sujeitos.
Descrição
Desenvolvemos uma forma de motivar o diálogo com adolescentes pensando nos seus focos de interesse. O trabalho sempre parte da arte como estímulo inicial, e depois se aprofunda com temas mais complexos. Temos dois blocos de oficina e várias atividades complementares.
O primeiro bloco trata dos direitos humanos de crianças e adolescentes, participação democrática, orçamento público e comunicação. O segundo bloco problematiza educação de qualidade, a partir do qual os adolescentes investigam suas próprias escolas para identificar em que medida elas oferecem (ou não) educação de qualidade. Neste momento investigamos o orçamento destinado às suas respectivas cidades e escolas. Os/as adolescentes comparam o que é destinado à escola e o que é destinado para outras áreas, como propaganda de governo.
Todo o processo de oficina é feito com a monitoria de adolescentes de uma comunidade atuando em outra. Esta metodologia garante ampliação de percepção sobre seus problemas, e com isso uma visão mais humana e generosa sobre outra comunidade. Temos a convicção de que a monitoria tem sido importante para a derrubada dos guetos de adolescentes que alimentam a violência, defendendo territórios restritos.
No início do ano, fazemos uma formação, para todos os adolescentes que desejem, na área de educação popular e direitos humanos, para que tenham instrumentos suficientes para criar suas próprias oficinas com os temas que desejarem.
Para a integração entre as escolas temos pelo menos três eventos que reúnem todas: Cinema e Política, que traz um outro jeito de debater sobre um problema social relevante (apontado anteriormente por eles); Formação sobre o Processo Legislativo, que objetiva motivá-los a monitorar os projetos de lei de seu interesse e estreitar diálogo com os parlamentares que os representam diante dos desafios sociais mais importantes; Um evento cultural, que é a realização do direito à cultura, sempre motivando acesso a bens culturais que valorizem sua identidade.
Para sistematizar o trabalho e aprofundar os conhecimentos sobre direitos humanos e orçamento público, desenvolvemos a revista Descolad@s, que sintetiza um longo processo de formação. Para cada tema levantado pelo Conselho Editorial (formado por adolescentes de cada escola envolvida), oferecemos oficinas e rodas de conversas com importantes atores sociais que atuam com os temas como: racismo, desigualdades de gênero, diversidade sexual, violência sexual.
Recursos Necessários
Materiais de arte como tintas, papelões, canetas pilot, tesouras e colas. Além disso, equipamentos de registro como máquinas fotográficas, gravadores, televisão, aparelho de DVD e computadores.
Resultados Alcançados
Temos resultados bem objetivos, como a aprovação de emenda orçamentária feita pelos adolescentes, no valor de R$ 2 milhões, a participação no monitoramento do orçamento público do DF, a elaboração de várias emendas que aguardam o parecer final. Fomos também convidados para dialogar com a comissão de transição de governo no DF, sendo que neste processo as emendas ao orçamento apresentadas pelos adolescentes foram entregues com especial recomendação.
A publicação da revista foi, sem dúvida, fator de grande comemoração. Nela os adolescentes puderam amadurecer no processo político e de investigação do orçamento. A revista tem motivado mais debates na comunidade do DF.
Mas, o mais importante, é a constatação da participação efetiva de adolescentes em inúmeros espaços políticos em diferentes áreas de atuação como: meio ambiente, educação, enfrentamento da violência sexual, movimento negro, entre outros.
Temos resposta das escolas sobre a desenvoltura dos adolescentes, segurança, amadurecimento e capacidade de resolver problemas na comunidade.
Adolescentes dão depoimento espontâneo de que o projeto tem trazido modificações para as famílias e para a comunidade no que diz respeito à discussão dos problemas comunitários e acesso aos direitos.
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