Problema Solucionado
Ciente de que não é responsabilidade única do profissional de Língua Portuguesa em formar leitores e escritores proficientes e, escutando as angústias de todos os outros professores a respeito da dificuldade e desinteresse dos alunos na leitura e escrita (comprovada também através das notas baixas na redação do ENEM), e constatando que isso refletia diretamente em minhas aulas de história da arte, tive a ideia de aplicar um questionário com dez perguntas que versavam sobre: O que torna uma aula "enfadonha"? O que uma aula tem que ter para se tornar interessante? Que sugestões você daria para dinamizar as aulas? Ao analisar os resultados, pude verificar que a escola e/ou os conteúdos não estavam dialogando com a realidade por eles vivida. O mundo virtual, as novas tecnologias, as redes sociais os softwares e aplicativo mobile não estavam sendo utilizadas em toda sua potencialidade; eles disseram que os professores, em sua maioria, aplicavam as tecnologias para solicitar pesquisas na internet ou para projetar o conteúdo na parede da sala de aula. Assim, teve início uma jornada de buscas a sites, livros e revistas que me ajudassem a trazer esse mesmo interesse para as minhas aulas.
Descrição
Ciente de que não é responsabilidade única do profissional de Língua Portuguesa em formar leitores e escritores proficientes e, escutando as angústias de todos os outros professores a respeito da dificuldade e desinteresse dos alunos na leitura e escrita (comprovada também através das notas baixas na redação do ENEM), e constatando que isso refletia diretamente em minhas aulas de história da arte, tive a ideia de aplicar um questionário com dez perguntas que versavam sobre: O que torna uma aula "enfadonha"? O que uma aula tem que ter para se tornar interessante? Que sugestões você daria para dinamizar as aulas? Ao analisar os resultados, pude verificar que a escola e/ou os conteúdos não estavam dialogando com a realidade por eles vivida. O mundo virtual, as novas tecnologias, as redes sociais os softwares e aplicativo mobile não estavam sendo utilizadas em toda sua potencialidade; eles disseram que os professores, em sua maioria, aplicavam as tecnologias para solicitar pesquisas na internet ou para projetar o conteúdo na parede da sala de aula.
Assim, teve início uma jornada de buscas a sites, livros e revistas que me dessem um norte de como trazer esse mesmo interesse para as minhas aulas de Arte.
Sabendo que eles adoravam esse mundo GEEK (fãs de tecnologia, jogos eletrônicos ou de tabuleiro, HQs, livros, filmes, animes e séries), resolvi criar o projeto: Vamos enCURTAr essa história? que estimulava os alunos a escreverem e produzirem histórias que virariam curtas-metragens baseados em assuntos de seu interesse. Essa proposta vinculava-se ao conteúdo que estava sendo ministrado naquele bimestre: Cinema. Os vídeos produzidos seriam postados nas redes sociais para serem apreciados e curtidos por toda a comunidade escolar.
Não se tratava apenas de fazer "filminhos" produzidos pelos alunos nas aulas de Artes, a proposta era bem mais ampla, envolvia artes gráficas, cinema, vídeo, fotografia, edição e novas tecnologias, resultando num ensino mais colaborativo, interativo e prazeroso e que estivesse antenado com os anseios desses jovens aprendizes. O projeto objetivou o desenvolvimento cognitivo/criativo dos alunos não só na minha disciplina, pois o conhecimento em arte amplia as possibilidades de compreensão do mundo e colabora para um melhor entendimento dos conteúdos relacionados a outras áreas do conhecimento.
Em contra partida, os professores de Língua Portuguesa, Inglês, Literatura, História, Geografia, Filosofia e Educação Física ficaram encarregados de acompanhar algumas atividades que subsidiaram o projeto, transformando-o assim numa atividade transdisciplinar. Tudo isso culminou numa grande noite de exibição de cinema a céu aberto na praça da cidade onde os moradores puderam apreciar as produções de seus filhos que deram uma aula sobre cinema, vídeo, fotografia, edição e novas tecnologias. Como desdobramento, já está em curso uma exposição fotográfica de alunos que são sósias dos astros do cinema, valorizando ainda mais a Sétima Arte; o lançamento do livro com mais de 20 contos incluindo as histórias que geraram os curta metragens; a finalização do jogo mobile para ser baixado no celular inspirado em um dos curta, além de uma proposta mais ousada: gravar nosso primeiro longa-metragem.
As etapas do projeto foram assim vivenciadas:
1- Aplicação de questionário para diagnosticar as causas do desinteresse pelas aulas;
2- Apuração e análises dos dados;
3- Levar os alunos até o cinema mais próximo (pois não temos cinema em nossa cidade);
4- Realizar levantamento com as turmas sobre os livros, filmes ou assuntos que mais gostavam;
5- Instigá-los a elaborar outros finais para suas sagas favoritas;
6- Ler e discutir em sala a melhor forma de adaptar esses roteiros para curta-metragem;
7- Criar roteiros originais tendo nossa escola como base;
8- Pesquisas sobre como fazer um curta;
9- Escolha dos atores, cenários e figurinos;
10- Filmagens, edição e lançamento do curta;
11- Exibição dos curtas em praça pública para toda a comunidade.
Em suma, os recursos tecnológicos são simples, um projetor, caixas de som, tela de projeção, mas para uma comunidade carente e quem não tem acesso a nenhum tipo de cultura ligada a sétima arte, esse projeto teve um enorme impacto. Levar cultura à praça e reunir as famílias pra assistirem a produção de seus filhos em plena rua, foi o mais marcante.
Recursos Necessários
- Projetor multimídia (se possível de alta performance para projeções ao ar livre);
- Sistema de som (caixas amplificadas e mesa de som);
- Tela de lona em tamanho grande para projeção (se possível acompanhada de um grid para armá-la)
- Microfone;
- Extensão com filtro de linha;
- Cadeiras plásticas (em torno de 100 unidades);
- Pipoqueira elétrica;
- Projetor de alta resolução: R$ 9.000,00
- Duas caixas de som: R$ 7.000,00
- Tela de projeção com Box Truss: R$ 1.000,00
- Extensões e filtros de linha: R$ 500,00
- Par de microfones profissionais: R$ 1.000,00
- Cadeiras plásticas (100 unidades): R$ 3.000,00
- Pipoqueira elétrica: R$ 1.800,00
- TOTAL: R$ 23.300,00
Resultados Alcançados
Durante as gravações dos três curtas metragens, tivemos a oportunidade de explorar os diversos territórios educativos de nossa cidade e que muitas vezes passam desapercebidos por conta de um velho conceito que diz que a aprendizagem se constrói dentro dos muros da escola. Esse extrapolar os limites físicos da sala de aula deve ser experienciado por todo professor, independentemente de sua disciplina.
É importante que os alunos compreendam e vivenciem outros ambientes tão favoráveis ao aprendizado quanto a sala de aula. Esses novos ambientes trazem um frescor à aula, sem falar que amplia o olhar dos educandos a respeito de sua comunidade. Acredito que o projeto Vamos enCURTAr essa história? apesar do sucesso que foi, ainda pode ser melhorado, pois inserir ainda mais alunos nesse processo criativo, é uma de minhas metas. Nota-se uma diminuição da evasão escolar, uma vez que esses alunos se sentiram mais participantes, proporcionando um ambiente mais favorável à aprendizagem. Enfim, são muito pontos positivos que o projeto trouxe para a nossa escola, e seu entorno, tanto é que ele já faz parte do calendário letivo, trazendo um novo olhar sobre o ensino de Arte.
Hoje, vejo que o maior aprendizado se deu no íntimo de cada aluno quando eles perceberam que são capazes de irem bem mais longe do que os subjugaram. Existem aprendizagens que não podem ser avaliadas a curto prazo, tipo: Como mensurar o aprendizado de um aluno surdo que antes era excluído e agora se vê protagonizando um filme nas redes sociais, sendo assistido no mundo todo? Como avaliar o impacto na auto estima de uma aluna portadora de vitiligo que mesmo com envergonha de sua "doença" encarou esse desafio? Talvez eu nunca descubra essas respostas.
Como desdobramento estamos passando nas escolas da cidade fazendo um trabalho de conscientização com os jovens sobre os riscos de beber e dirigir (tema abordado em nosso último curta metragem); já está em curso uma exposição fotográfica de alunos que são sósias dos astros do cinema, valorizando ainda mais a Sétima Arte; o lançamento do livro com mais de 20 contos incluindo as histórias que geraram os curtas metragens; a finalização do jogo para ser baixado no celular inspirado no curta Entre Dois Lados, além de uma proposta mais ousada: gravar nosso primeiro longa-metragem. Alguém duvida que eles conseguirão?
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