Problema Solucionado
O problema solucionado é a inclusão de pessoas consideradas socialmente vulneráveis através de atividades educativas que envolvam arte-educação. O indivíduo é considerado socialmente vulnerável quando está sujeito a precárias condições de moradia, lazer e oportunidades de estudo e trabalho. Ele estaria sujeito a instabilidade emocional, violência doméstica e desestrutura familiar , oriunda de pouca ou nenhuma escolaridade dos pais e da ausência de qualificação profissional, levando muitos a uma vida de marginalidade e isolamento sociocultural.
O educador tem a responsabilidade de construir com cada aluno socialmente vulnerável um conjunto de conhecimentos, princípios e valores que o orientarão. Para tal intento, o educador tem papel de informar, incentivar, questionar, orientar e avaliar todo o processo de desenvolvimento das atividades, assumindo o papel de agente transformador de sua comunidade. A ação está pautada em duas frentes: a) ferramentas arte-educativas, pedagógicas e psicológicas; b) informações que possibilitem perceber as fragilidades, necessidades e aspirações do grupo.
Descrição
A tecnologia é composta por duas estruturas: uma operacional e outra metodológica. A operacional compreende os processos desde identificação do espaço onde será desenvolvida esta iniciativa até a etapa final de gestão da ação. Ela está dividida em cinco etapas:
- Primeira: identificação de uma instituição sociocultural educativa, com necessidade, potencial e diálogo com os conteúdos de arte e cultura. Identificação da importância da arte e cultura na formação de seu educador;
- Segunda: comunicação, tanto como processo horizontal de diálogo quanto processo vertical informativo;
- Terceira: preparação de toda a equipe técnica da instituição proponente e da equipe do parceiro para o desenvolvimento da tecnologia;
- Quarta: efetivação das atividades elaboradas durante a preparação. Início da construção do vínculo com o educador da instituição parceira, construção da etapa de mapeamento e o desenvolvimento do “encontro geral de apresentação”, com a presença de todos os educadores e coordenadores;
- Quinta: avaliação dos resultados e impacto do grupo beneficiado. A avaliação de resultado está baseada na apresentação pelo educador de uma de suas propostas realizadas em sala e dos trabalhos desenvolvidos pelo seu grupo. Este confronto demonstrará o processo educativo realizado e o impacto gerado no aluno.
A estrutura metodológica compreende a aplicação das atividades propostas. Ela está dividida em três etapas: mapeamento, formação com sensibilização e apropriação. No mapeamento é identificado o perfil do público do projeto, sua postura perante às linguagens da arte, o contexto cultural da comunidade e as demandas dos alunos. Esta etapa dará embasamento à construção do planejamento geral.
A etapa seguinte, formação com sensibilização, está alicerçada em três formas de atuação:
- Atividades propostas pela equipe técnica da instituição proponente para desenvolvimento em sala pelo educador e seu grupo. Ao desenvolver suas rotinas, o modelo desperta reflexões por parte do educador que, paulatinamente, é convidado a ser propositor de atividades que são discutidas e assessoradas;
- Reuniões de reflexão, realizadas com poucos participantes, breve e quinzenal. Propicia a reflexão sobre os conteúdos desenvolvidos e aprofundamento dos conteúdos educativos;
- Encontro geral, realizado com todos os educadores participantes e com duração de três horas. Neste momento são realizadas vivências e aprofundamentos de conteúdos da arte-educação, pedagogia e psicologia, de modo que o educador tem a possibilidade de experimentar e refletir sobre aspectos fundamentais do projeto e aprofundar sua sensibilização. Estes aspectos são o estímulo à percepção e expressão, ao desenvolvimento de recursos próprios para a construção de novas propostas com senso critico e autonomia, favorecendo a compreensão das possibilidades psicológicas e pedagógicas do trabalho com a arte e a cultura.
A última etapa, a apropriação, mantém as três formas de atuação acima descritas, transferindo à equipe técnica da instituição proponente o papel de orientadora das ações. O educador passa a desenvolver sua proposta na linguagem da arte escolhida para aplicação com o seu grupo. A equipe técnica supervisiona e orienta a elaboração e aplicação desta proposta. Ela também promove um aprofundamento das demandas e resolução de dúvidas, além de ser uma facilitadora para as dificuldades que surgirem. Os principais conteúdos e estratégias trabalhados são registrados e contextualizados em material de apoio com o intuito de possibilitar a continuidade e a disseminação.
Recursos Necessários
A tecnologia ”Arte-Despertar – Formação de Educadores” pauta seu desenvolvimento na competência de sua equipe técnica e na escolha do repertório de atividades a serem desenvolvidas. São necessários apenas materiais de suporte às atividades com arte e cultura, sendo que a tecnologia pode ser desenvolvida em todas as linguagens da arte.
- Linguagem de artes visuais: materiais plásticos para suporte e veículos;
- Linguagem de literatura/contação de histórias: repertório de histórias composto pelos mais variados tipos de histórias, bonecos, material plástico para elaboração de atividades lúdicas e livros;
- Linguagem de música: instrumentos de percussão, objetos sonoros, materiais plásticos para construção de objetos sonoros, CDs e DVDs com repertórios em vários ritmos;
- Linguagem de teatro: material para confecção de cenários e figurinos.
Resultados Alcançados
Os resultados qualitativos gerais são três:
- 1. Estímulo da imaginação e do potencial criativo, levando o educador a pensar novas maneiras de se posicionar e atuar;
- 2. Formação e empoderamento do educador através da arte e da cultura, pedagogia e psicologia. Embasamento que permite o desenvolvimento pessoal e oferece subsídios à reflexão, permitindo que o educador repense sua atitude, protagonismo e pró-atividade na atuação como profissional da educação de crianças e adolescentes;
- 3. Conscientização e a compreensão por parte do educador de seu papel no desenvolvimento social, possibilitando maior clareza do lugar que ocupa e da responsabilidade de seu papel como formador e transformador da comunidade.
Espera-se que, através das atividades realizadas, o educador em sua prática diária realize:
- Em curto prazo: contato com o fazer, observação e participação nas atividades, desconstrução, experimentação de processos e procedimentos, identificação de processos, reconhecimento dos conteúdos, reconhecimento de novos materiais e possibilidades e introdução de instrumentos metodológicos (observar, registrar, avaliar);
- Em médio prazo: contato com o refletir, relacionar afazeres e comparar processos, pesquisar e levantar conteúdos, avaliar resultados e aplicar instrumentos metodológicos (observar, registrar, avaliar);
- Em longo prazo: contato para construir, criação e desenvolvimento, planejamento, elaboração e aplicação, construção, autonomia e segurança e aplicação dos instrumentos metodológicos (observar, registrar, avaliar).
Como resultado quantitativo, cabe mensurar o número de participação do educador em cada uma das ações propostas. As ações mensuradas são: atividade dentro da sala de aula (com a participação do educador e seu grupo), reuniões de reflexão realizadas com a anuência da direção e coordenação pedagógica e o encontro geral.
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