Objetivo
Objetivo Geral: Promover novas abordagens para incremento de renda de mulheres vulneráveis, partindo dos conhecimentos e saberes que o grupo possui.
Problema Solucionado
Qual é a situação-problema a ser solucionada?
A TS foca na geração de renda para mulheres que enfrentam inempregabilidade ou subemprego, priorizando aquelas beneficiárias de bolsas e programas sociais governamentais, contribuindo par construir
"portas de saída" para programas de transferência de renda, objetivando garantir autonomia para mulheres em situação vulnerável. Este esforço não só proporciona meios para a independência financeira, mas também oferece uma transição sustentável da dependência de auxílios governamentais para a autossuficiência.
• Quais os principais dados que evidenciam esse problema? https://repositorio.enap.gov.br/jspui/bitstream/1/7357/1/TCC%20Ciro%20Jonatas.pdf
Impacto da Pandemia na Pobreza: Durante a pandemia de COVID-19, cerca de três em cada dez brasileiros eram pobres, e cerca de 8% viviam em extrema pobreza. As taxas de pobreza aumentaram significativamente quando o suporte governamental diminuiu, revelando a dependência das famílias brasileiras de suporte do estado em face de condições adversas no mercado de trabalho. A ajuda financeira do programa Auxílio Emergencial foi crucial para conter o aumento da pobreza em 2020, mas a redução da cobertura do programa e a falta de melhoria no mercado de trabalho resultaram em um aumento da taxa de pobreza em 2021. https://brasil.un.org/pt-br/190795-banco-mundial-publica-relat%C3%B3rio-sobre-pobreza-e-equidade-no-brasil
Desigualdade de Gênero no Mercado de Trabalho: A pandemia afetou desproporcionalmente a renda e o emprego das mulheres, ampliando a desigualdade de gênero. As mulheres tendem a receber salários mais baixos e frequentemente carecem de proteção social e redes de segurança. Muitas trabalhadoras são majoritárias em setores afetados pelo confinamento social, como saúde e hospitalidade, e assumiram uma parcela maior do trabalho não remunerado durante a pandemia https://www.scielo.br/j/sssoc/a/KfWB5wmLstzBpvWjkKQYQpQ/.
Divisão Sexual do Trabalho: A divisão sexual do trabalho no Brasil contribui para a subordinação e a desigualdade das mulheres no mercado de trabalho. O trabalho doméstico e de cuidado, predominantemente desempenhado por mulheres, muitas vezes não é remunerado ou valorizado, apesar de ser fundamental para a economia. As mulheres também enfrentam o fenômeno da dupla jornada, equilibrando o trabalho remunerado com as responsabilidades domésticas. https://www.scielo.br/j/sssoc/a/KfWB5wmLstzBpvWjkKQYQpQ/
Disparidades Socioeconômicas Históricas: As profundas divisões socioeconômicas no Brasil são problemas históricos. A desigualdade de renda e a pobreza têm sido persistentes, afetando desproporcionalmente mulheres, especialmente afro-brasileiras, que vivem em áreas urbanas. A pobreza rural também é uma questão significativa, com três quartos de todas as crianças que vivem em áreas rurais sendo pobres. https://brasil.un.org/pt-br/190795-banco-mundial-publica-relat%C3%B3rio-sobre-pobreza-e-equidade-no-brasil
Estes dados destacam a necessidade crítica de políticas e programas focados na geração de renda para mulheres em situação de pobreza no Brasil, visando não apenas aliviar a pobreza imediata, mas também promover a igualdade de gênero e o desenvolvimento econômico sustentável.
• Quais os fatores sociais, políticos, ambientais e culturais que o agravam?
Fatores Sociais:
Desigualdade de Gênero: mulheres são sobrecarregadas com papéis tradicionais de cuidado e domésticos, em especial com crianças e idosos, dificultando acesso a oportunidades de trabalho e renda e de educação e capacitação.
Violência e Discriminação: A violência de gênero e a discriminação no local de trabalho e na sociedade em geral criam barreiras adicionais.
Fatores Políticos:
Políticas Públicas Insuficientes: A falta de políticas governamentais eficazes que apoiam a igualdade de gênero e o empoderamento econômico das mulheres é um obstáculo significativo, como por exemplo falta de creches públicas e outros aparelhos de apoio aos cuidados com crianças para que possam acessar educação e trabalho.
Representação Limitada: A sub-representação de mulheres em posições de tomada de decisão política pode resultar em uma falta de atenção às questões que afetam especificamente as mulheres.
Fatores Ambientais:
Mudanças Climáticas e Desastres Naturais: Estes eventos podem destruir meios de subsistência e recursos, afetando desproporcionalmente as mulheres, especialmente em comunidades rurais e agrícolas.
Acesso Limitado a Recursos Naturais: Em muitas sociedades, as mulheres têm acesso limitado a recursos como terra e água, o que afeta sua capacidade de gerar renda.
Fatores Culturais:
Normas e Valores Tradicionais: Normas culturais e valores tradicionais podem restringir a mobilidade das mulheres e suas escolhas de vida, incluindo a participação no mercado de trabalho.
Estigma e Preconceitos: Preconceitos contra mulheres trabalhadoras, especialmente aquelas em posições de liderança ou em campos dominados por homens, podem limitar suas oportunidades de carreira.
Esses fatores interagem entre si e contribuem para a manutenção de um ciclo de dependência e pobreza entre mulheres vulneráveis. Para enfrentar esses desafios a TS do Instituto Proeza entende que ações conjuntas que fortaleçam do ponto de vista social e politica pode promover a inclusão social e econômica de mulheres.
• Quais são as consequências desse problema para a região e para o público alvo da proposta?
Pobreza e Insegurança Alimentar: A ausência de renda está diretamente ligada à pobreza. As mulheres sem renda própria muitas vezes dependem de outras fontes para sobreviver, o que pode ser insuficiente. Isso pode levar à insegurança alimentar, onde as mulheres e suas famílias não têm acesso regular a alimentos.
Aumento da Violência Doméstica e de Gênero: A dependência financeira pode tornar as mulheres mais vulneráveis à violência doméstica. Elas podem se sentir incapazes de deixar relacionamentos abusivos devido à falta de recursos financeiros para sustentar a si mesmas e seus filhos.
Marginalização e Exclusão Social: A falta de renda pode levar ao isolamento social e à marginalização. Mulheres em situações vulneráveis podem ter menos oportunidades de participar de atividades comunitárias ou de acessar redes de apoio social.
Impacto na Saúde Mental: A pobreza e a insegurança econômica podem ter um impacto significativo na saúde mental das mulheres, aumentando o risco de depressão, ansiedade e outros transtornos psicológicos.
Dificuldades no Desenvolvimento Infantil: Filhos de mulheres em situação de vulnerabilidade podem enfrentar desafios no seu desenvolvimento devido à falta de recursos adequados, como nutrição, educação e um ambiente estável e seguro.
Ciclo de Pobreza Intergeracional: Sem uma renda estável, as mulheres podem ter dificuldades em proporcionar oportunidades para que seus filhos quebrem o ciclo de pobreza, perpetuando assim a situação de vulnerabilidade ao longo das gerações.
Impacto Econômico Mais Amplo: A exclusão econômica das mulheres também tem um impacto negativo na economia como um todo. Quando as mulheres não podem contribuir economicamente devido à falta de oportunidades de emprego ou à incapacidade de trabalhar devido a responsabilidades familiares, a economia perde uma parte importante da força de trabalho e do potencial inovador.
• De que maneira o projeto vai contribuir para a solução do problema?
O projeto do Instituto Proeza visa solucionar desafios enfrentados por mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Mulheres, sendo mais impactadas pela pobreza, enfrentam dificuldades únicas, incluindo a dependência financeira em relações abusivas. Ao abordar essas questões, o projeto busca proporcionar autonomia e inclusão social e econômica.
A dependência de programas de transferência de renda, embora alivie a pobreza imediata, limita as oportunidades das mulheres ao condicionar benefícios à permanência das crianças na escola, enfrentando a falta de creches públicas. Além disso, a baixa empregabilidade do grupo e a falta de conexão entre as mulheres da mesma comunidade são desafios identificados.
O projeto do Proeza intervém nesse cenário ao focar no maior obstáculo para a autonomia feminina: a renda. Reconhecendo o conceito de "capital" que cada participante possui, o projeto inicia com oficinas de reconhecimento de saberes. Valoriza-se o capital humano, social, cultural e emocional, buscando explorar habilidades e conhecimentos diversos.
Essa abordagem não só capacita as mulheres para a geração de renda, mas também reconhece e valoriza suas contribuições únicas. O projeto não apenas enfrenta a pobreza imediata, mas cria oportunidades para um desenvolvimento sustentável. O desafio reside em estabelecer ambientes onde esse capital diversificado possa ser efetivamente utilizado e valorizado."
A situação-problema abordada pela TS do Instituto Proeza concentra-se na geração de renda para mulheres em situação de vulnerabilidade, visando autonomia e transição sustentável de programas sociais para autossuficiência. Dados evidenciam o aumento da pobreza durante a pandemia, desigualdades de gênero no mercado de trabalho, divisão sexual do trabalho e disparidades históricas. Fatores sociais, políticos, ambientais e culturais agravam o problema, incluindo desigualdade de gênero, violência, políticas públicas insuficientes e mudanças climáticas.
As consequências para a região e o público-alvo incluem pobreza, insegurança alimentar, aumento da violência de gênero, marginalização social, impacto na saúde mental, dificuldades no desenvolvimento infantil e ciclo de pobreza intergeracional. A TS busca enfrentar esses desafios, reconhecendo e valorizando diferentes tipos de capital das mulheres em vulnerabilidade, como o humano, social, cultural e emocional.
O projeto contribui para solucionar o problema oferecendo oficinas de reconhecimento de saberes, valorizando o capital humano das participantes. Ao fortalecer o capital social, cultural e emocional, a TS visa não apenas proporcionar autonomia econômica, mas também criar oportunidades para o uso efetivo desses recursos na sociedade. A abordagem foca na quebra do ciclo de dependência e pobreza, promovendo inclusão social e econômica para as mulheres atendidas pelo Instituto Proeza.
Descrição
Fases da Implementação:
Fase 1 – Diagnostico do grupo a ser atendido
1. Divulgação do projeto na rede social local da comunidade a ser atendida;
2. Realizar reunião com a rede local com Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Conselhos Tutelares, Promotorias e Varas de atendimento a mulher vitima de Violência Domestica, Delegacia local. Entendemos que a demanda já existe e ao recebermos os encaminhamentos da Rede Local estarmos tendo um processo seletivo mais assertivo. Importante salientar que estes órgãos estão presentes em todas as cidades/municípios do Brasil. Ao trabalharmos junto com a rede garantimos que o recorte do projeto seja, de fato, para mulheres que enfrentam alguma vulnerabilidade, tais como: pobreza extrema, violência doméstica, inempregabilidade por outros fatores (depressão e outros problemas de saúde) que as colocam como um grupo onde se destaca a inempregabilidade.
3. Encaminhamento das participantes;
4. Realização de cadastro, entrevista com equipe projeto com preenchimento de ficha de acompanhamento (anexa) por profissional da assistência social;
5. Reunião com o grupo para identificar os saberes e conhecimentos que cada participante possui.
Fase 2 – Apoio emocional participantes
1. Roda de conversa
A estratégia metodológica para o projeto de empoderamento de mulheres vulneráveis/geração de renda envolve o desenvolvimento da capacidade empreendedora, informação sobre micro finanças, discussões de gênero e um processo de reconhecimento e autoconhecimento a partir da convivência com outras mulheres.
O processo metodológico implica na organização de encontros que se materializam em forma de oficinas e rodas de conversa. A técnica da roda de conversa nos possibilita a aproximação e este trabalho baseia-se na estratégia empírica de emancipação de mulheres do Instituto Proeza.
A concepção da metodologia partiu da observação de que a construção da autonomia passa não só por um processo de ensinar um novo oficio ou na instrumentalização para o mercado de trabalho, mas do reconhecer-se como cidadã e na construção de sentido para a capacitação em si. Observamos que o número de evasão dos cursos ofertados de maneira gratuita dava-se por dois fatores muito claros: 1) não ter com quem deixar as crianças; 2) não conectar à capacitação à possibilidade de transformação de futuro; 3) os projetos de capacitação por muitas vezes tinham como encerramento a capacitação em si e não o planejamento claro e sistemático de um plano de sustentabilidade de curto, médio e longo prazo.
No primeiro momento consideramos a roda de conversa um método para construção de autonomia, entendendo que ela é uma estratégia diferente de uma palestra ou de explanações informativas de consultores. O que a tornaria então uma ferramenta mais eficiente? Como instrumentalizar esta atividade? O que é a roda de conversa?
Rodas de conversa são encontros em que são dispostas cadeiras em círculo. Não há um mestre. O que permeia a roda é a horizontalidade entres seus partícipes. A roda é uma troca de saberes, que possibilita reflexão, percepção do outro, ação e por que não modificação do pensar a partir da experiência do outro. A lógica da roda é o estar lado a lado. Ninguém está à frente ou atrás.
Formato: rodas de conversa
Recursos humanos: 01 facilitador e um auxiliar para compilação das conversas ou facilitador mais gravador.
Duração: 01 hora
O primeiro passo para implantarmos as atividades é dividir as participantes em grupos. No caso das atividades do Instituto Proeza elas foram agrupadas de acordo com a faixa etária dos filhos, que têm atividades no contraturno na entidade.
A roda é um momento único de partilha e deve ser entendida como um momento de troca em que há espaço para escuta e fala. A conversa no modo como a desenvolvemos no projeto é objeto de coleta de dados e pode ser entendida como uma possibilidade de registro rica em conteúdo e significado. A escolha para o registo dos diálogos foi a narrativa, por ser colaborativa e emergir a partir do diálogo entre participantes e facilitador. Para a roda em si dividimos o processo que consiste em:
Fase 1: preparação do local para a roda: o espaço deve ser acolhedor e possuir um espaço que não permita interrupções e que possa proporcionar o acolhimento das participantes com alguma privacidade.
Fase 2: preparação do grupo com 01 minuto de silencio, começando com a facilitadora explicando o objetivo da roda, a maneira da apresentação, solicitando que cada participante fale seu nome, local de moradia, o que fez naquele dia até chegar ao projeto, incluindo suas atividades cotidianas e de rotina doméstica. As respostas giram em torno de afazeres domésticos e cotidianos, como fazer o café, lavar a louça, arrumar a casa, deixar o almoço pronto, acordar netos, filhos e maridos. O propósito é que cada uma exercite sua fala, sua opinião e seu silêncio.
Algumas observações valem ser colocadas, como: não interromper, fazer apenas encorajamento verbal para continuar a narração, não dar opiniões ou fazer perguntas, não discutir contradições, não fazer perguntas (por quê?), fazer as anotações imediatamente após a roda.
Conversar desenvolve a capacidade de se relacionar, compreender as emoções, ouvir, aguardar a vez, colocar-se no lugar do outro, ou seja, é um exercício social necessário que nos impomos para conviver e estabelecer vínculos com o outro.
O espelho
Após esta experiência é distribuída para cada participante um espelho. É solicitado que cada uma se olhem e reflitam por dois minutos sobre a imagem. A partir daí a facilitadora questiona o que fizeram para si mesmas naquele dia? Se este espelho fosse mágico e você pudesse enviar uma mensagem para a mulher de 10 anos atrás o que você diria? Se você tivesse uma oportunidade o que você faria?
Outra dimensão que a roda traz ao grupo é de empatia. A partir da fala de cada uma é possível perceber o colocar-se no lugar da outra porque também me encontro neste lugar semelhante.
Este momento da roda a facilitadora faz outra intervenção: O que fiz para mim hoje? Quais os planos e sonhos que tenho? A facilitadora escuta as falas e para finalizar pede que cada participante abrace a mulher sentada a seu lado e d como forma de prestar apoio uma às outras é dita a frase: “você pode contar comigo”.
No curso de bordado cada uma das mulheres bordou um olho que representava este olhar. Para complementar foram bordados frases das participantes, que pode ser ilustração ou desenho a depender das capacidades técnicas do grupo.
Roda de conversa 2: o falar
Na segunda roda de conversa falamos sobre comunicação. A facilitadora começa com a seguinte pergunta: alguém já falou algo e se arrependeu? Todas as mulheres relatam falas que em geral são sobre filhos, relacionamentos, trabalho. A facilitadora fala então da importância da comunicação em especial nos relacionamentos e com as crianças e da força que eles têm nas nossas vidas. As mulheres são convidadas a falar e também a silenciar se assim se sentirem mais à vontade. Em seguida é colocado outro questionamento: o que vocês ouviram que marcaram vocês de algum modo? Para cada pergunta colocada na roda de conversa a facilitadora abre espaço de fala e escuta do grupo.
Para finalizar a atividade a facilitadora fala da comunicação, da importância de percebermos na fala do outro o que ele deseja nos dizer, da necessidade da boa comunicação para os relacionamentos familiares e para atividades empreendedoras. Falamos da comunicação como instrumento de poder e transformação. A boa comunicação reconcilia, traz progressos, cria oportunidades.
Roda de conversa 3: planejando o futuro
A terceira roda ligamos a atividade a ser ensinada com a possibilidade de planejamento de vida.
No caso do Instituto Proeza realizamos curso de bordado manual, costura e panificação. Começamos a roda com as participantes de cada turma com uma dinâmica específica para cada atividade de capacitação, mas seguindo o mesmo método em todas as oficinas.
Cada participante recebe uma nota de R$ 50,00 em um envelope (pode ser xerox ou mesmo um “vale R$ 50,00”). Ao abrir os envelopes há risadas, depoimentos e uma agitação de alegria na sala em que realizamos a roda. A facilitadora então faz a seguinte pergunta: o que vocês fariam se tivessem hoje esses R$ 50,00? Todas têm um plano para a quantia. A facilitadora então convida as mulheres para a seguinte reflexão. Ter uma renda nos faz ter planos para nós e para nosso futuro? As falas são compiladas. Depois a facilitadora apresenta as oportunidades de qualificação e os cursos a serem oferecidos.
Oficina de capacitação, conexão e planejamento
A geração de renda por parte da mulher modifica hábitos e valores da família e estabelece uma nova organização. As amizades construídas passam a ser uma referência na vida de cada uma das participantes, e neste momento inicia-se a construção de uma rede que só traz benefício a elas. Criando conexões, abre-se um enorme horizonte de possibilidades. Podem ser parcerias, trocas, amizades, afetos, novos valores, formas de convivência, criação de conhecimentos, aprendizados, apoios, diálogos, participação, mobilização e força política. São fatores intangíveis, mas determinantes para que o grupo continue as atividades. O processo produtivo por sua vez revela variáveis como aspectos legais de comercialização, emissão de nota fiscal, movimentações bancárias, entre outros, que precisam ser tratados com profissionalismo para evitar problemas futuros. A continuidade do processo é outro desafio que requer planejamento e estratégias para que ocorra de forma gradativa, permitindo a compreensão do envolvido/beneficiários para que ele assuma o seu papel enquanto agente de transformação. A comercialização é o maior desafio para os projetos de geração de renda por isso algumas práticas devem ser adotadas na gestão administrativas dos empreendimentos coletivos do projeto, como: incubação e elaboração de Plano de Negócio; elaboração e prática durante a execução de estratégias de comercialização; elevação do nível de educação das assistidas e de seus familiares; capacitação em gerenciamento financeiro e administrativo. Durante a fase de apoio os negócios sociais são incubados a fim de que adquiram maturidade financeira e administrativa e, consequentemente sustentabilidade ao fim das atividades. Um plano de negócios detalhado e bem elaborado é condição essencial que deve existir. Pesquisar se há mercado, seja na inserção do participante no mercado de trabalho, seja em iniciativas empreendedoras. O Proeza entende que uma instituição que apresenta um projeto de geração de emprego e renda deve ter expertise e apresentar ao financiador um modelo de negócios sustentável, afinal haverá investimentos nas atividades e nos processos de capacitação e produtivos.
No entanto se observarmos a descrição da tecnologia social aqui apresentada temos um ponto essencial: criar conexão entre os participantes.
Atendimentos particularizados
A Partir das rodas de conversa e dinâmica realizadas (texto de apoio 3) avaliamos quais participantes e quais desejam o atendimento psicológico particularizado.
Fase 3 – Capacitação, formação e desenvolvimento de projetos
Formação e Capacitação
Inicia-se a capacitação das mulheres, aperfeiçoando o conhecimento que já existe, com a contratação de instrutoras qualificadas, que podem ser mulheres que apresentaram trabalhos ou técnicas na Fase 1, mas sempre priorizando moradoras da comunidade onde o projeto está inserido. As oficinas visam não apenas transmitir habilidades técnicas, mas também promover a autoconfiança, o espírito colaborativo e o resgate da identidade cultural.
Desenvolvimento de Projetos Coletivos
Durante a capacitação, as participantes são incentivadas a aplicar suas habilidades em projetos coletivos. Esses projetos podem incluir a confecção de peças artísticas, decoração de espaços públicos ou a produção de itens comercializáveis.
Geração de Renda e Empreendedorismo: A TS visa transformar as habilidades adquiridas em fonte de renda sustentável. Isso envolve orientação sobre empreendedorismo, precificação, Educação Financeira, criação de pequenos negócios e estratégias para comercializar os produtos artesanais, promovendo a independência financeira.
Integração com a Comunidade: A TS não se limita ao ensino técnico. Buca integrar as participantes à comunidade. Eventos e exposições são estratégias para destacar a contribuição das mulheres, fortalecer o senso de comunidade e combater estigmas sociais.
Monitoramento e Avaliação: Implementa-se um sistema de monitoramento contínuo para avaliar o progresso das participantes e a eficácia da TS. Feedbacks regulares e ajustes na metodologia garantem a adaptabilidade do programa às dinâmicas locais. O monitoramento é realizado por assistente social com registro em ficha de acompanhamento da participante (anexa).
Recursos Necessários
A implementação da tecnologia social "Tecendo Vidas" para geração de renda requer uma série de recursos materiais para garantir o sucesso do projeto. Abaixo estão alguns dos recursos essenciais:
1. **Equipamentos e Materiais de Costura:**
- Máquinas de costura
- Tesouras
- Linhas e agulhas
- Tecidos e aviamentos
2. **Espaço Físico Adequado:**
- Espaço para oficinas e treinamentos
- Área de produção para as mulheres participantes
3. **Capacitação Profissional:**
- Instrutores ou facilitadores para treinamento em técnicas de costura e design
- Materiais educativos e didáticos para apoio à capacitação
4. **Gestão e Logística:**
- Computadores e software para gestão de produção e estoque
- Embalagens e etiquetas para produtos
5. **Apoio Administrativo:**
- Equipamentos de escritório (computadores, impressoras, etc.)
- Funcionários ou voluntários para tarefas administrativas
6. **Divulgação e Marketing:**
- Material de marketing para promover os produtos
- Estratégias de divulgação online e offline
7. **Rede de Parcerias:**
- Parcerias com empresas locais para venda dos produtos
- Colaboração com organizações sociais e programas governamentais
8. **Assistência Psicossocial:**
- Profissionais de saúde mental para oferecer apoio psicossocial às mulheres participantes
9. **Monitoramento e Avaliação:**
- Sistema de monitoramento para acompanhar o progresso e impacto do projeto
- Ferramentas de avaliação para medir a satisfação e as necessidades das participantes
10. **Recursos Financeiros:**
- Financiamento para cobrir despesas iniciais e custos operacionais
- Fundo para emergências ou apoio individual às participantes
11. **Sustentabilidade Ambiental:**
- Escolha consciente de materiais e práticas sustentáveis na produção
12. **Acessibilidade:**
- Adaptações físicas e materiais para garantir acessibilidade a mulheres com necessidades especiais.
Ao garantir o acesso a esses recursos, a tecnologia social "Tecendo Vidas" terá uma base sólida para proporcionar oportunidades significativas de geração de renda e empoderamento para mulheres em situação vulnerável ou assistidas por bolsas e programas sociais.
Resultados Alcançados
No campo Interação com a comunidade, descreva como sua instituição envolve comunidade durante as etapas de planejamento, execução, monitoramento e avaliação do projeto (até 2.000 caracteres). Utilize as questões abaixo para orientar seu texto:
• A sua instituição já está presente e tem histórico de trabalhos sociais na comunidade que será apoiada ou está chegando para uma primeira intervenção?
• Como funciona a interação da organização com a comunidade?
• A comunidade participa dos processos de tomada de decisão da sua organização?
• As Tecnologias Sociais poderão receber bonificações na pontuação e as instituições deverão fornecer neste campo informações detalhadas de como a iniciativa promove os avanços para os públicos em questão, incluindo dados, indicadores, depoimentos ou outras evidências que comprovem a interação dos públicos no desenvolvimento da iniciativa e o impacto positivo da tecnologia social na vida das comunidades participantes.
Interação com a Comunidade no Instituto Proeza:
O Instituto Proeza tem uma longa história de engajamento com a comunidade do Recanto das Emas, onde está situado. Não é uma intervenção pontual, mas uma parte integrante da realidade local, desenvolvendo iniciativas em colaboração com a comunidade.
Funcionamento da Interação:
Diagnóstico Participativo: Antes do planejamento, a instituição realiza diagnósticos participativos, utilizando reuniões, entrevistas e grupos de discussão para compreender as necessidades reais da comunidade.
Planejamento Colaborativo: A elaboração do plano de ação é um processo colaborativo. A comunidade é consultada para definir prioridades, identificar recursos e estabelecer metas realistas, promovendo transparência e apropriação do projeto.
Execução Inclusiva: Durante a implementação, a comunidade é ativamente envolvida. Além das beneficiárias diretas, outros membros são convidados como voluntários, mentores ou apoiadores. Oficinas abertas e eventos incentivam a participação ampla.
Tomada de Decisão Compartilhada: Mecanismos formais e informais são estabelecidos para permitir que a comunidade participe das decisões. As assembleias comunitárias, conselhos consultivos e canais de comunicação abertos garantem que as opiniões sejam ouvidas.
Contribuição para Avanços e Impacto Positivo:=
Participação Efetiva: A comunidade não é apenas receptora, mas cocriadora das soluções propostas, moldando a Tecnologia Social (TS) com suas contribuições.
Empoderamento Comunitário: Oficinas e treinamentos capacitam os membros da comunidade, permitindo-lhes liderar iniciativas futuras e estimulando um ambiente de autossuficiência.
Inclusão Social: Mulheres em situação de vulnerabilidade são diretamente envolvidas, promovendo sua inclusão social e econômica. A TS não apenas ensina habilidades, mas também fortalece os laços comunitários.
Indicadores de Participação:
A instituição utiliza indicadores quantitativos e qualitativos para medir a participação comunitária, como a taxa de adesão às atividades, presença em eventos comunitários e envolvimento em projetos colaborativos.
**Depoimentos e Histórias de Sucesso:**
A coleta de depoimentos e histórias de sucesso, por meio de vídeos anexos, complementa a avaliação, proporcionando uma narrativa viva do impacto positivo na vida das comunidades participantes.
O Instituto Proeza preza por uma abordagem colaborativa e inclusiva, reconhecendo a importância da participação ativa da comunidade em todas as fases do projeto.
Público atendido
Mulheres
Lideranças Comunitárias
Jovens
Idosos
População em Situação de Rua
Artesãos
Trabalhadores Autônomos
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