Problema Solucionado
No Brasil, segundo os dados do Índice de Democracia 2018, organizado pela Revista Britânica The Economist, vive-se um estado de democracia falha. O país ocupa o 50º lugar no ranking, com uma pontuação estimada em 6,86.O índice fornece o retrato da democracia no mundo, classificando 167 países em quatro tipos de regime: democracia plena; democracia falha; regime híbrido e regime autoritário. As categorias onde o país é menor avaliado estão ligadas a participação social e cultura política.
Corroborando para o entendimento dessa reflexão, destacamos outros resultados que merecem atenção, sendo eles, os de participação comunitária (5,0%), de conhecimento político (26,6%) e de vida comunitária (39,5%).
Para que soluções efetivas sejam pensadas, é preciso tratar do cerne da questão: a sociedade civil precisa obter ferramentas e ambientes que a permitam criar, a partir de si mesma, incentivos para que os cidadãos participem de seus desafios comunitários. Somente assim poderá emergir um sentimento efetivo de participação política.
Aliado a isso, identifica-se que os municípios brasileiros não dispõe de ferramentas e profissionais capacitados para ensino dessa temática.
Descrição
A tecnologia Rede Polis foi criada a partir da parceria do CADI Brasil e a Futuro MAIS - Cidadania e protagonismo, visando oportunizar o ensino de temáticas ligadas à cidadania e incidência política para adolescentes e jovens de 12 a 24 anos, em turmas de no máximo 25 alunos com carga horária mínima de 2h e máxima de 4h semanais, com duração de 24 meses As turmas serão formadas prioritariamente por alunos com idades aproximadas, como por exemplo: 12 a 15 anos, 16 a 19 anos e 20 anos acima, facilitando assim a aplicação do conteúdo e o trabalho realizado.
Segue abaixo as fases de aprendizagem e atividades previstas na execução da tecnologia:
1. Eu e o mundo: fase de estruturação de conteúdo com os alunos, compreende a formação a partir das oficinas, com duração aproximada de 12 semanas oferecendo a estes a possibilidade de entender o seu papel como ser humano, sua vocação no mundo e sua atuação em sociedade como agente de direitos e deveres. Temas centrais: Vocação e protagonismo, cidadania, democracia, esfera dos poderes e políticas públicas.
2. Eu e os outros: Esta é a fase onde inicia-se a parte prática da tecnologia. Os alunos serão protagonistas de uma ação de diagnóstico, denominada Auditoria Cidadã. Essa atividade tem como objetivo levantar pontos positivos e de melhorias em equipamentos e/ou serviços públicos da comunidade, preferencialmente nas áreas de educação (escolas municipais e estaduais), saúde (Unidades Básicas de Saúde) ou Assistência Social (CRAS, CREAS, Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, Conselho Tutelar e etc.). O equipamento ou serviço público que será auditado, é escolhido pelos adolescentes, de acordo com suas percepções em relação aos problemas e deficits enfrentados na comunidade.
Para a ação de auditoria cívica os alunos têm acesso a ferramentas de planejamento da ação e coleta de dados, e em grupo, fazem entrevistas com funcionários e stakeholders envolvidos na política pública em questão.
3. Construindo soluções: Esta fase utiliza-se de ferramentas e ações de mobilização do poder público e da comunidade em geral, desafiando os adolescentes no planejamento e execução de diferentes atividades:
- Ações de engajamento da sociedade civil para sensibilização da comunidade acerca dos problemas levantados;
- Reuniões comunitárias para divulgação dos resultados da auditoria e levantamento de possíveis ações de incidência política comunitária;
- Entrega do inventário social do equipamento\serviço auditado, físicos e virtuais, para stakeholders envolvidos no processo;
4. Mãos na massa: Esta fase esta caracterizada pela execução de uma ação voluntária liderada pelos alunos e comunidade em geral, denominada Projeto Semente, que tem duração aproximada de 2 dias de atividades, realizados, preferencialmente, aos fins de semana para que o maior número de atores sociais sejam envolvidos numa participação ativa. A ideia central dessa ação é responder de forma prática a problemáticas encontradas na auditoria, tornando-os agentes participantes na melhoria dos serviços ou equipamentos públicos e promover ação de engajamento cívico para a comunidade em geral.
5. Preparando o vôo: Última fase de formação e prevê a reflexão sobre os temas Participação Social, abordando possibilidades de atuação no meio político formal e Inovação Social, fomentando a criatividade para a construção de soluções sociais. Como encerramento da parte prática do projeto, os alunos reauditam o equipamento público trabalhado durante o ano, verificando aquilo que foi diagnosticado e as melhorias entre a primeira e segunda ação realizada. Termina-se o projeto com a realização de uma formatura, empoderando-os como agentes de mudança social em suas comunidades.
Recursos Necessários
Para implementação da Tecnologia Rede Polis são necessários materiais eletrônicos, como notbooks, projetor, máquinas fotográficas para registrar os achados na auditoria cidadã, microfone e caixa de som para atividades de engajamento da sociedade civil. Também é necessário materiais de escritório como canetas, pranchetas, folhas diversas, para registro da auditoria e também atividades em sala de aula. A estrutura física gira em torno de uma sala com aproximadamente 30m2, 10 mesas e 30 cadeiras. Recursos para locação de transporte para deslocamentos a estágios-visita também se fazem necessários. Para replicação da tecnologia também se faz necessário que o CADI auxilie com treinamento e assessoramento metodológico, facilitando a implantação do processo. Esse assessoramento também auxilia em todo o processo de avaliação e monitoramento das atividades, além de criação de documentos de prestação de contas para parceiros.
Resultados Alcançados
- 70 ALUNOS FORMADOS;
- 70% DE FREQUENCIA NAS OFICINAS;
- 5 AUDITORIAS CIDADÃS REALIZADAS;
- 5 REUNIÕES COMUNITÁRIAS REALIZADAS;
- 2 AÇÕES DE ENGAJAMENTO DA SOCIEDADE CIVIL;
- MAIS DE 200 PESSOAS ATINGIDAS DIRETAMENTE PELAS AÇÕES DE ENGAJAMENTO DA SOCIEDADE CIVIL;
- 3 PROJETOS SEMENTE (AÇÃO VOLUNTÁRIA) REALIZADOS;
- MAIS DE 50 PESSOAS DA COMUNIDADE ATUANTES DIRETOS NO PROJETO SEMENTE;
- 60% DOS APONTAMENTOS FEITOS PELOS ALUNOS NA AUDITORIA FORAM SOLUCIONADOS PELO PODER PÚBLICO E COMUNIDADE;
- 78% DOS ALUNOS RELATARAM NÃO POSSUIR INTERESSE POR POLÍTICA ANTES DA FORMAÇÃO;
- 100% DOS ALUNOS RELATARAM MAIOR INTERESSE POR POLÍTICA PÓS FORMAÇÃO;
-R$100.000,00 LIBERADOS PARA REFORMA DO COLÉGIO ESTADUAL VALDIVINO PAROLIN ACORDES - FAZENDA RIO GRANDE;
DEPOIMENTOS:
"Na oficina aprendi mais sobre cidadania e passei a me interessar mais por política." Emanuel, 13 anos.
"Na oficina aprendi meu lugar na sociedade. Nunca haviam me falado de política com tanta clareza." Kimberly, 15 anos
"Foi com imenso prazer que pude participar do projeto semente que ocorreu na escola Clemenceau Teixeira, em Valença. Pra mim foi muito gratificante poder ver os sorrisos das crianças através da ação de mlehoria da escola. Obrigado por nos ter dado o privilégio de poder contribuir." Carlos Junior, morador da comunidade.
"Trabalho na comunidade desde 2014 e sempre nos entristecia o local que os alunos praticavam esporte. O sonho de mudança era grande e ver uma ONG realizar é ver a valorização da comunidade. Tenho certeza; essa ação mudou a vida de jovens aqui e eles entenderam que todo sonho, persistindo acontece." Charles Myller - educador do colégio onde foi realizado o projeto semente em Valença\BA.
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