Problema Solucionado
Quando o CPCD começou suas atividades, muitas crianças da cidade de Curvelo, Minas Gerais, estavam fora da escola. Era preciso fazer alguma coisa, afinal as crianças estavam crescendo e não conseguiam vaga na rede pública de ensino. Alguns achavam que era preciso construir prédios escolares. Foi quando lançamos a pergunta:
-É possível fazer educação de boa qualidade, sem escola, por exemplo, debaixo de um pé de manga?
-Como transformar as crianças em protagonistas e sujeitos do processo ensino-aprendizagem e não apenas meras recebedoras de conhecimento? As crianças eram vistas, na maioria das organizações educacionais, como uma “caixa vazia” pronta para receber os ensinamentos da escola. Toda a sua experiência de vida até a entrada na escola era desconsiderada.
Descrição
Reunir o grupo para que seja formada uma Roda – espaço horizontal, onde se pode falar, ouvir, argumentar, refletir e chegar a algum consenso.
O coordenador da Roda deverá garantir a comunicação, o direito a todos de falar e ouvir, estimular a participação. Caberá também ao coordenador o fortalecimento da autoestima dos participantes, promover a integração da equipe, a igualdade de direitos.
Realizar apresentações e conhecimento do grupo, através de dinâmicas e técnicas de apresentação.
Elaborar a pauta, onde constam as atividades a serem desenvolvidas, discutir necessidades, combinar atividades (o que, quem, quando, onde e como).
Realização das ações planejadas.
Formar nova Roda para avaliação do que foi realizado, discutir soluções para os possíveis problemas que surgirem.
As reuniões da equipe do CPCD - Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, sempre acontecem na Roda, um espaço horizontal, onde se pode falar, ouvir, argumentar, refletir e chegar a algum consenso. A Roda tem que desenvolver alternativas de ouvir e experimentar; o mesmo acontece com a comunidade envolvida. Deve ser tolerante, generosa, um exercício permanente de inclusão. Ela deu origem ao primeiro dos três pilares que compõem a metodologia do CPCD: a Pedagogia da Roda. “Na Roda todo mundo confortavelmente instalado, vê todo mundo. A Roda é o princípio e o fim de todo o processo de aprendizagem. Todas as atividades educacionais iniciam-se com uma Roda, ponto de encontro de educadores e educandos para conversar, dar notícias, planejar, discutir e avaliar. A Roda é, ao mesmo tempo, símbolo de parceria, organização e instrumento de trabalho.
O Projeto Sementinha ou escola andarilha, transforma o bairro no espaço físico e arquitetônico da escola. As salas de aula, a biblioteca, a cozinha, o banheiro, o pátio, são as casas, as ruas, as praças dessas comunidades. Os educadores são todos que moram ali. E a matéria que será estudada nessa escola são os saberes e os fazeres dessa comunidade. As rodas são realizadas nos pontos de encontro das crianças e nas suas casas. Ali desencadeia um processo educacional plural onde todos são protagonistas. A mãe ensina o chá e faz o lanche, a criança ensina o brinquedo, os muros pintados viram os quadros de palavras e recursos para conhecerem as letras e aprender a ler o mundo onde vivem; o educador é estimulador e provocador do processo. É ele que encaminha as discussões, que transforma tudo que vêm em recursos pedagógicos.
Assim nos tornamos – teimosa e ousadamente - inventadores de pedagogias:: primeiro a pedagogia da roda, depois a pedagogia do brinquedo, em seguida a pedagogia do sabão. Hoje praticamos também a pedagogia do abraço, para romper com a ideologia do autodesprezo que contamina e subjuga crianças e jovens miserabilizados.
Todas essas pedagogias têm em comum o investimento no lado luminoso das pessoas, na descoberta dos seus pontos de luz, e são parte integrante desta busca - ousada, teimosa e determinada - da dignidade humana para todos, sem exceção. Formação de Educadores Sociais de projetos, professores das redes públicas e comunidades envolvidas nos projetos do CPCD.
Recursos Necessários
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Resultados Alcançados
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