Objetivo
Mudança comportamental. O objetivo é aumentar o nível de conhecimento sobre finanças e comportamentos de consumo, de forma a incentivar novos modos de agir e modificar padrões de escolhas e hábitos, para garantir melhores decisões financeiras para si e para os outros.
Problema Solucionado
No Brasil, as classes C, D e E representam 130 milhões de pessoas, ou seja: 62% da população recebe até R$1.500 de renda familiar per capita. A grande maioria dessas pessoas apresenta poucos conhecimentos sobre finanças, não consegue poupar, possuem dívidas e não têm intenção de pagar. Em geral, 8 a cada 10 brasileiros possuem pouco ou nenhum conhecimento sobre como fazer o controle de suas despesas pessoais, metade não possui conta em algum banco e, em relação à metade dos que possuem conta, 40% entrou ao menos uma vez no cheque especial nos últimos 12 meses. (dados do IBGE de antes da pandemia)
Jovens possuem pouco conhecimento financeiro adequado e começam a jornada da pior forma. 4 em cada 10 jovens tem o nome sujo. As pessoas tendem a não gostar de pensar, falar sobre economia. A tradição de poupar, assim como de fazer doações, não são muito fortes na grande maioria das famílias. Não existe autoavaliação a respeito das decisões econômicas. Indivíduos tendem a não tomar decisões racionais e otimizadas, mas baseadas em padrões mentais e comportamentais.
Descrição
Determinamos uma lista de temas a serem trabalhados, com base nas principais necessidades dos participantes. São eles: finanças pessoais, psicologia econômica, procedimentos financeiros empresariais básicos, novas economias, a importância de se falar sobre dinheiro, ferramentas de multiplicação e técnicas de discurso.
Além disso, foram definidas as estratégias de abordagem, os tipos de ferramentas educacionais utilizados e as parcerias construídas para a realização do evento. Nessa etapa, a formação dos jovens foi dividida em duas frentes: a parte técnica sobre economia e finanças a ser trabalhada com palestras e oficinas práticas com especialistas; e a parte de capacitação dos indivíduos como aplicadores e multiplicadores da tecnologia social, por meio de oficinas de formação, rodas de apoio e mentorias.
A metodologia escolhida para permear o projeto foi o sistema de sociocracia, cujos princípios e práticas são baseados nos valores de equivalência, eficácia e transparência. Uma vez escolhida a metodologia central, as seguintes técnicas e abordagens foram selecionadas como maneiras de viabilizar esse cenário sociocrático: metodologia Open Space, modelo caórdico, dinâmica Dialogue Walk, roda temática, dinâmicas de quebra-gelo, Comunicação Não-Violenta e modelo Driver.
Seleção:
O 1º passo é planejar um processo seletivo e decidir quantas pessoas ele vai atender; e quais são as características mais importantes do público-alvo, que devem ser tratadas como prioritárias.
Então, é preciso fazer com que essa informação chegue ao conhecimento do público-alvo. Na etapa da divulgação, é preciso separar as informações públicas e elaborar uma espécie de ponte entre a organização e as pessoas possivelmente interessadas.
Os jovens interessados fazem a sua inscrição no projeto e passam por uma entrevista após serem pré-selecionados. Os selecionados deveriam apresentar a capacidade de serem agentes multiplicadores dos conteúdos aprendidos, ampliando seu impacto de influência para além da própria atividade a partir das ferramentas aprendidas.
O conjunto de atividades planejadas resultaram em uma carga de 80 horas, que precisava ser distribuída levando em conta a disponibilidade dos participantes selecionados. Além disso, é importante considerar um tempo para o estudo e para a organização dos grupos na realização das iniciativas práticas.
As atividades foram distribuídas em um período de quase 3 meses, com uma média de duas por semana. Optou-se por colocar primeiro os conteúdos financeiros e depois os de formação de multiplicadores, para que os participantes já tivessem domínio das informações na hora de planejar e colocar em prática os eventos de multiplicação.
Por fim, foram inseridos momentos de encontro no início e ao final do cronograma: a primeira, com o intuito de explicar as atividades e treinar o uso das ferramentas utilizadas; e a última para apresentar os primeiros resultados e colher sugestões de melhoria.
Conteúdos:
-Psicologia econômica; Finanças pessoais;
-Novas Economias voltadas para propósito e negócios de impacto;
-A importância de falar sobre dinheiro;
-Técnicas e ferramentas para formar facilitadores/multiplicadores;
-Precificação, tipos de modelo empresarial, tipos de lucros provenientes de sociedade, formas de captação de recursos; e
-Como se organizar para interagir em torno de temas estratégicos e complexos em um tempo limitado.
Estratégias:
- Palestra com especialista e oficina de conteúdo (As palestras são abertas também para o público em geral, então os jovens podem convidar outras pessoas para discutir sobre esse tema);
- Oficinas de formação (Níveis de escuta e dinâmica; Teoria U; Rodas Temáticas; Dinâmicas de quebra-gelo; Driver);
-Roda de apoio (Rodas Temáticas e Dinâmicas de quebra-gelo);
-Rodas de apoio com dinâmicas (Metodologia open space; Aplicação de aprendizado; Experiência por caminho caórtico); e
-Mentorias.
Gameficação: Com o intuito de tornar a jornada do Lab Financeiro uma experiência gameficada, foi desenvolvido o LabCoin: um sistema de pontuação que transforma a programação em missões de comprometimento e incentiva a proatividade fora do ambiente educacional. A cada presença ou ausência nas atividades básicas, são respectivamente somados ou retraídos pontos, e tarefas extras são bonificadas.
Ao final do programa, esses pontos são convertidos em dinheiro real, a partir de uma cotação variável histórica do Bacen, e disponibilizados aos jovens como um montante inicial para que eles possam aplicar seus recém aprendidos conhecimentos sobre finanças, investimentos e aplicações.
A última coisa no programa educativo é identificar se os objetivos propostos foram atingidos, se o aprendizado foi efetivo, se as atividades foram acolhedoras e se houve mudança comportamental. Para fazer isso, no Lab Financeiro 2020, ao final das atividades eram realizadas rodas de conversa para sugestões e feedbacks; formulários foram enviados online após as palestras; e mensagens privadas no Whatsapp.
Recursos Necessários
- Equipe de implementação da tecnologia (pessoal para divulgação, seleção, controle técnico das plataformas, convite de convidados, desenho de indicadores, suporte aos participantes)
- Plataforma para concentrar todo o material intelectual produzido; para os jovens subirem os materiais produzidos e para realizar avaliações;
- Plataforma de comunicação, para conseguir manter contato com todos os participantes;
- Planilha de controle dos Labcoins;
- Aplicativo que permita reuniões online com muitas pessoas. Recomendamos a Plataforma Zoom, pois apesar de ter uma mensalidade menos acessível (pagamentos são realizados em dólar), seus recursos viabilizam uma série de dinâmicas
- Metodologia de mentorias para os participantes;
- Especialistas para as oficinas de conteúdo (Comunicação Não Violenta, Teoria U, Economia Comportamental, Novas Economias, Economia Regenerativa)
- Especialistas para as oficinas de formação e para as rodas de apoio;
- Materiais para dinâmicas de integração (recursos metodológicos de integração, mas também material como post its, canetas, papel etc.).
Resultados Alcançados
+ de 1000 pessoas impactadas indiretamente;
+de 600 pessoas envolvidas e impactadas diretamente com as ações;
+de 300 horas de conteúdo e informação;
+de R$ 10.000 em prêmio aos jovens participantes;
13 influencers capacitados.
Dados comparativos gerados através de pesquisa de autoavaliação realizada com os participantes:
- Conhecimento em diversificação de risco: aumento 16%;
-Conhecimento em juros compostos: aumento 35%;
-Comportamento em relação a guardar dinheiro: melhoria 30%.
13 jovens estenderam o alcance do conhecimento e informação para mais 74 pessoas, ou seja, potencializando e multiplicando 6X esse conteúdo.
Alguns resultados ao longo das atividades:
1 Participante quitou sua dívida do cartão de crédito;
1 Participante aprendeu uma nova fonte de renda extra;
3 Participantes começaram a vender coisas sem uso para fazer renda extra;
2 participantes saíram da dívidas
*Todos os dados foram coletados através de surveys aplicados no início da implementação da tecnologia, durante a sua aplicação e ao final desta. Além de conversas individuais com os participantes e momentos de compartilhamento coletivo das percepções destes sobre os conhecimentos adquiridos.
Público atendido
Adolescentes
Empreendedores
Jovens
Mulheres
População em geral
Trabalhadores autonomos
Adulto
Afrodescendentes
Famílias de baixa renda
Tecnologias Sociais Semelhantes
Adolescentes Protagonistas
Saneamento Básico Na Área Rural - Fossa Séptica Biodigestora
Secador Solar De Madeira
Resgatando Gerações: Medidas Socioeducativas Aos Adolescentes Infratores