Objetivo
Esta tecnologia é concebida como célula de inclusão social e digital, por meio de projetos e ações que proporcionam um aprendizado criativo e prático. Promove a criticidade, a responsabilidade social, a reflexão sobre problemas do cotidiano e o incentivo ao protagonismo dos participantes em realizar transformações na comunidade. Impulsiona uma mudança cultural, epistemológica e ontológica na construção do conhecimento e na resolução dos problemas sociais.
Problema Solucionado
Esta tecnologia surgiu com intuito de propiciar espaços inovadores de acesso à informação, a construção de conhecimentos e a concretização de ideias em múltiplos formatos, que oferecesse aos seus usuários experiências interativas e lúdicas, relevantes à vida cotidiana. Originalmente, em 1994, os faróis do saber surgem como bibliotecas visando ampliar o acesso ao conhecimento da população curitibana. Em 2000, a cultura digital é integrada ao funcionamento dos espaços, com a inserção de computadores, acesso gratuito à internet e a promoção de cursos de informática à comunidade. Acompanhando as demandas sociais e ressignificando a forma de interação dos frequentadores com o acesso à informação e conhecimento, em 2017, ocorreu a transformação do mezanino em um espaço maker, passando a ser chamado Farol do Saber e Inovação. Com esta nova configuração, a tecnologia social assume um caráter inovador passando a oferecer diferentes experiências de ensino e aprendizagem às crianças, aos estudantes, aos profissionais da educação e a comunidade, aliando diversos materiais a uma metodologia criativa no desenvolvimento de projetos. Ressaltamos que a tecnologia mantém o acervo literário, a oferta de rodas de leitura, atividades culturais e acesso gratuito à internet.
Descrição
A tecnologia passou por modificações ao longo dos anos como anteriormente descrito, atualmente ocupa o prédio dos faróis do saber vinculados às escolas municipais concebidos originalmente como bibliotecas. Com a incorporação do espaço maker esta tecnologia social assume uma nova configuração em que são desenvolvidas ações empregando materiais diversos: recicláveis, de papelaria, artefatos tecnológicos como computadores, impressora 3D, kits de robótica e outros.
Atualmente, os espaços possuem características singulares, conforme o contexto e a realidade em que estão inseridos. A replicabilidade exitosa da tecnologia é comprovada por suas atuais 33 unidades, triplicando o número do projeto inicial. Ressaltamos que para a aplicação da tecnologia são necessários dois ambientes (biblioteca e espaço maker), sendo opcional seguir o modelo arquitetônico de Curitiba.
MARCO TEÓRICO:
O Farol de Saber e Inovação possui como alicerce teórico a concepção de aprendizagem na perspectiva do movimento maker e da aprendizagem criativa. Nesta perspectiva a efetivação de suas ações demandam diferentes estratégias metodológicas relacionadas à aprendizagem, como: projetos, metodologias ativas, aprendizado por pares, sala de aula invertida e ensino híbrido.
FORMAÇÃO:
A apropriação das metodologias inovadoras e das premissas teóricas desta tecnologia social, requerem que os professores responsáveis pelas ações pedagógicas no espaço maker participem de formação continuada. Faz parte desta formação a integração da metodologia com a abordagem pedagógica realizada por meio da interação com colegas que desenvolvem esta prática. Neste processo são promovidos workshops sobre recursos e metodologias diferenciadas, momentos de estudo, visitas a espaços não formais de aprendizagem e trocas de experiências. Os professores que atuam no espaço maker participam de encontros quinzenais coletivos, que ocorrem para incentivar a constante atualização e pesquisa, além de subsidiar o trabalho nos espaços. Tais encontros são elaborados a partir de materiais para estudo (pequeno texto, vídeo, um novo aplicativo, plataforma de interação, entre outros conteúdos) e reflexão (a partir de uma pergunta, orientação ou desafios).
Os profissionais, durante sua trajetória de formação, contam com a mentoria de professores que oportunizam momentos de aprendizagem, compartilhamento das experiências e reflexões. Contam com material de orientação produzido para o trabalho com esta tecnologia social, denominado Caderno dos Faróis do Saber e Inovação - Volumes 1 e 2.
METODOLOGIA:
Os projetos criativos e oficinas com mais de um encontro são baseados na proposta da abordagem por uma aprendizagem criativa, mão na massa e relevante para todos, ou seja, uma abordagem educacional defendida pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e na resolução de problemas, explorando principalmente o design criativo. Enquanto, que as oficinas e projetos criativos com duração de um encontro empregam a metodologia dos clubinhos mão na massa que incentivam a criatividade para dar vida às suas invenções e histórias.
As atividades visam propiciar aos participantes conhecimentos; diversão; criação de algo novo; manifestação da curiosidade; questionamentos; tentativas de acerto; contato com diferentes recursos e tecnologias; compartilhamento de saberes; comprometimento com um projeto. A articulação entre campos diversos é estimulada nas práticas: a linguagem de programação, eletrônica, lógica, modelagem 3D e prototipagem, comunicação e design são integradas a áreas que envolvem o fazer manual, como marcenaria e artesanato.
Os participantes são convidados, por exemplo, a desenvolver protótipos; aprender sobre modelagem 3D; criar jogos, instalações artísticas, histórias, apresentações e animações, por meio da linguagem de programação ou de outros materiais.
Na finalização dos projetos os participantes são incentivados a apresentarem, compartilharem e aplicarem o que foi criado. O compartilhamento dos projetos por seus idealizadores consiste em uma etapa relevante da metodologia aplicada, que pode ocorrer por meio de apresentações, exposições e feiras no ambiente escolar, intervenções na comunidade, divulgação na página da escola e do Farol na internet, divulgação nas mídias, participação em festivais e eventos locais e nacionais, inscrição em programas de apoio técnico-científico.
Destacamos os eventos simultâneos de compartilhamento de trabalhos realizados nos faróis, Mostra dos Faróis do Saber e Inovação e o Festival de Invenção e Criatividade - FIC, compostos por uma mostra interativa, canto mão na massa, oficinas de introdução à aprendizagem criativa e ao Scratch, palestra ou mesa redonda abordando temáticas relacionadas a aprendizagem criativa, a linguagem de programação, a aprendizagem STEAM e outros conteúdos relacionados.
Desse modo, a tecnologia social opera como pólo de disseminação da cultura maker e da aprendizagem criativa, valorizando a criação, a colaboração, o pensamento crítico e a autonomia dos frequentadores.
Recursos Necessários
● 1 armário alto com duas portas
● 1 armário baixo com duas portas
● 1 mesa redonda grande para trabalho em equipe
● Mesas para os computadores e periféricos existentes no espaço
● 11 cadeiras
● 7 computadores com conexão à internet
● 1 impressora 3D
● recursos e materiais consumíveis
Recursos Humanos:
Dois profissionais da educação: um responsável pelas ações no espaço maker e outro responsável pelas ações na biblioteca.
Resultados Alcançados
Do início da implementação da tecnologia social em 2018 até o ano de 2020 (fevereiro e março) foram ofertadas ações que contaram com 30.000 participantes, sendo: 27.000 estudantes, 12.000 profissionais da educação e 1.800 comunidades.
A aplicação da tecnologia apresenta o fortalecimento da equipe de professores responsáveis enquanto comunidade de aprendizagem, incentivo a trocas e compartilhamento de experiências entre pares e com professores da escola vinculada ao Farol do Saber e Inovação. Parcerias para a realização de atividades no espaço maker com estudantes de universidades federais, institutos, escolas estaduais, particulares, professores de universidades, comunidade acadêmica, fablabs, artistas e inventores (entusiastas da cultura maker). Diante disso, os resultados qualitativos evidenciáveis são autonomia, criatividade e protagonismo dos participantes. Criações a partir dos problemas observados na realidade da comunidade, a diversidade dos projetos elaborados, o aumento do número de participantes da comunidade frequentando o espaço e participando das oficinas.
Público atendido
Alunos do ensino basico
Alunos do ensino fundamental
Professores do ensino fundamental
Professores do ensino basico
Crianças
Adolescentes
Adulto
Diretor escola
População em geral
Professores do ensino medio
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