Objetivo
Promover a temática dos direitos humanos de crianças e adolescentes junto a estudantes e toda comunidade escolar, no território e fora dele, estimulando o empoderamento de meninos e meninas sobre seus direitos para que incidam em espaços de formulação e monitoramento de políticas públicas que contribuam com a diminuição dos índices de violência.
Problema Solucionado
Nossa Escola está inserida no território de Almirante Tamandaré, cidade localizado na Região Metropolitana de Curitiba. O município, por sua proximidade com a capital, vive o fenômeno das “cidades dormitórios” – em que muitos de seus moradores deixam suas residências diariamente para trabalhar na capital ou cidades vizinhas. A baixa renda salarial e escolaridade dos munícipes, somadas a dezenas de outras questões estruturais complexas do município confluem em outra problemática da cidade: a violência e consequente violação de direitos de crianças e adolescentes. Tal conjuntura reforça a necessidade de ações de enfrentamento que promovam a prevenção às violências contra crianças e adolescentes, a cultura de paz, o respeito à dignidade humana e o reconhecimento de meninos e meninas como sujeitos de direitos. Neste sentido, a Escola tem papel estratégico na produção e disseminação do conhecimento, no enfrentamento e na prevenção às violações de direitos por meio do processo educativo. Uma das principais vertentes do Compartilhaí foi o desenvolvimento de ações de formação em direitos humanos, participação em Conselhos de Direitos, realização de blitz educativas e produção de material audiovisual para divulgas direitos e a Rede de Proteção.
Descrição
TEM DIREITOS HUMANOS NA GRADE HORÁRIA: A implantação do Compartilhaí teve início com o planejamento das atividades formativas semanais em Direitos Humanos e Cidadania voltada a todos os educandos matriculados e frequentando a Escola, que atente 300 alunos do Ensino Fundamental Anos Finais. Para tal, foi alocado um educador e disponibilizada uma hora aula com todas as 12 turmas.
Nesta etapa buscou-se adequar os conteúdos e metodologias de ensino à faixa etária e ano escolar, mas garantindo a todos conhecerem o conceito e a trajetória dos Direitos Humanos; os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); os atores sociais do Sistema de Garantia de Direitos (SGD); o Estatuto da Juventude; cidadania e cidadania digital.
Além das formações sobre direitos e deveres, houve discussões acerca da violação desses direitos tais como: o abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes, violência contra mulher e feminicídio, extermínio da juventude negra, racismo, preconceito e discriminação, bullying e cyberbullying, violência de gênero e LGBTfobia, dentre outras temáticas correlatas.
CONSCIENTIZANDO A COMUNIDADE: Antes do início do ano letivo e retorno das férias no meio do ano, desenvolveu-se uma conversa formativa com as famílias sobre o Compartilhaí e os temas por ele abordados. Houve também, durante as semanas de formação com a equipe de professores, coordenação pedagógica, da cozinha, limpeza e administrativo uma formação sobre ECA, abuso e exploração e escuta atenta. Visando ampliar o processo formativo a respeito da temática no território, um Fórum das Infâncias e Juventudes, aberto à comunidade, foi realizado em parceria com diversos atores sociais da área da infância.
LUZ, CÂMERA...AÇÃO: Após a adequação dos conteúdos relacionados a direitos humanos deu-se início à seleção e atividades do “Grupo Mobilizador”, que além das formações semanais, passaram a participar quinzenalmente de oficinas de linguagens de mídia, de produção de conteúdo e mobilização. A criação deste grupo se deu após divulgação e convite da atividade formativa sobre comunicação junto aos educandos, sendo que participação no grupo se limitaria a 15 educandos interessados nas atividades e que se inscrevessem para tal.
Após participarem de oficinas de interpretação-cênica, fotografia, filmagem e roteiro, o grupo mobilizador passou a sugerir temas e roteirizar as temáticas propostas. Os materiais de comunicação e audiovisuais foram produzidos em conjunto com os educandos e, posteriormente, compartilhados via redes sociais visando alcançar mais audiência e impactar mais pessoas a respeito dos direitos humanos de meninos e meninas.
Vale ressaltar que educandos do Grupo Mobilizador também participavam de reuniões de Conselhos de Direitos, garantindo a participação de infantojuvenil nesses espaços.
COMPARTILHANDO SABERES: Educandos que participavam das formações semanais planejaram uma oficina e fizeram blitz educativas em outas escolas para tratar sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, abuso e exploração sexual, além de distribuir materiais informativos com o canal de denúncia.
Recursos Necessários
LOCAL: Como a inciativa é desenvolvida em Escola, os espaços físicos para a realização das formações semanais com os alunos, colaboradores, pais, mães e responsáveis se dá foram as salas de aulas.
EQUIPAMENTOS: Celular ou câmera fotográfica/filmadora; notebook; projetor; extensões e filtro de linha; caixa de som; microfone direcional, boom e/ou lapela; materiais pedagógicos (giz, caneta, canetão, cartolinas, folha A4);
TRANSPORTE: Haverá necessidade de garantir apoio logístico (via automóvel, taxi, app ou transporte p público) para garantir a participação de crianças e adolescentes nas reuniões de Conselhos de Direitos, realização das blitz, e/ou mesmo gravações externas – na nossa Escola isso foi feito por meio do uso de veículo próprio da instituição.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO: É opcional à realização da TS, mas se possível pode-se fazer camisetas para a equipe de educadores, voluntários e grupo mobilizador; materiais duráveis como bottons e pulseiras (silicone) personalizáveis com a inscrição do “Disque 100”, o canal de denúncia de violações de direitos de crianças e adolescentes.
ALIMENTAÇÃO: Assim como o espaço físico, a alimentação dos educandos e demais participantes das atividades foi fornecido pela Escola.
RECURSOS HUMANOS: Recomenda-se um(a) educador(a)/professor(a) da área de humanas ou profissional com conhecimento em direitos humanos de crianças e adolescentes. No nosso caso, a Escola disponibilizou um educador/professor exclusivo para as formações, além de envolver interdisciplinarmente outros professores/educadores e profissionais – todos com vínculo CLT contratados da Escola. Além disso, contou-se com o envolvimentos de voluntários.
Resultados Alcançados
Durante a execução das atividades do Compartilhaí promoveu-se a formação com mais de 260 pais, mães e responsáveis, 56 colaboradores e 368 alunos matriculados e participando das atividades presenciais e remotas no biênio 2019-2020. Garantiu-se o direito à participação infanto-juvenil, de maneira presencial e remota, em reuniões do Conselho Municipal da Educação (CME) e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Almirante Tamandaré.
As blitz educativas com diferentes públicos de instituições educacionais formaram aproximadamente 100 crianças e adolescentes tamandareenses presencialmente. Após pausa devido à pandemia, as blitz foram retomadas em novo formato que envolveu a realização de quatro lives, nas quais alcançamos 3.680 visualizações; a apresentação do projeto e a entrega de 158 materiais de divulgação do Compartilhaí e do canal de denúncia (Disque 100).
Em 2019 foi realizado o Fórum das Infâncias e Juventudes, promovido de maneira colaborativa com diversas instituições públicas e privadas. O evento, realizado num parque da cidade de Almirante Tamandaré, levou a temática dos direitos de meninas e meninas a mais de uma centena de pessoas. A cobertura do Fórum foi o gerador do nosso primeiro material de comunicação digital postado, os demais foram materiais audiovisuais: “Cancela a violação”, que abordou os riscos de abuso e exploração no contexto do carnaval; “Também quero brincar”, sobre o direito a brincar; “Lugar de criança”, que tratou do trabalho infantil; “Preciso da sua ajuda”, sobre os riscos de violações no contexto da pandemia.
Também foram produzidos um vídeo de agradecimento ao "Prêmio Neide Castanha"; “Pandemia escondida”, sobre os riscos às violências de crianças e adolescentes dentro dos próprios lares; “Gritam-me negra!”, propôs uma releitura do poema homônimo da poetisa colombiana Victória Santa Cruz; “RAP do Direito”, celebrou o aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); “Não me encaixo”, discuti a pressão por se encaixar em algum padrão. Somando materiais de comunicação digital e audiovisuais, concluímos 10 produtos propostos que juntos alcançaram a cifra de 559 mil visualizações.
Cabe ressaltar que durante a execução das atividades diferentes meios de comunicação de alcance regional e nacional publicaram materiais abordando a temática do projeto e o próprio Compartilhaí, seus realizadores e apoiadores. Somando as ações presenciais, online e repercussão nos meios de comunicação, alcançamos 1.018.620 pessoas.
Público atendido
Alunos do Ensino Fundamental
Crianças
Adolescentes
Adulto
Jovens
Famílias de Baixa Renda
Professores do Ensino Básico
Professores do Ensino Fundamental
Mulheres
Diretor de Escola
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